sábado, 30 de maio de 2015

Estudo: Contributos para a Reforma do Estado



A APDSI apresentou publicamente o estudo "Contributos Para a Reforma do Estado", a 29 de maio, na Culturgest, em Lisboa.

"Contributos Para a Reforma do Estado", coordenado por Afonso Silva, conta com diferentes perspetivas de um leque bastante alargado de personalidades do quadrante político, académico e profissional. A interoperabilidade interministerial técnica e organizacional é um dos principais focos do estudo.

O estudo procurou sistematizar aquelas que se consideram ser expectativas para o Serviço Público, fixando o que se entende poderem ser prioridades de reforma. Seguidamente, é feita uma reflexão quanto às diferentes agendas de reforma, concluindo sobre os inibidores que se lhe colocam. Defendem-se, finalmente, algumas ideias consideradas chave para a reforma. «Quer se esteja em presença de um Estado maior e interventor ou de um Estado menor e sobretudo regulador, a sua atuação deve resultar num Serviço Público de qualidade. Existe uma forte correlação entre a utilização extensiva das TIC pelo Estado e essa qualidade», conclui o estudo. Ao longo de todo o estudo esclarece-se que a palavra "Estado" não deverá ser interpretada no seu contexto legalista; o que se pretende abordar é todo o Setor Público em geral com particular ênfase para o Setor Público Administrativo.

«O tempo de ação do Estado pode ser encurtado, pode e deve ser uma variável de gestão a ser tida em linha de conta. É preciso inverter a falta de confiança no gestor público», sublinhou Afonso Silva.

A sessão pública de apresentação foi comentada por Isabel Corte-Real, a responsável pelo fim do papel selado, que considera ser «premente para a vida de cada um de nós» uma reforma do Estado, e Ana Maria Evans que lembra os perigos da adoção de modelos exteriores que pode «resultar em efeitos perversos da adaptação dos modelos».

Sofia Galvão, também convidada a comentar o estudo, ressalva o facto de apresentar «propostas ligadas a interoperabilidade, que tornam o estudo real com consequências de sucesso. A reforma do Estado deve ser feita com políticas com as quais a sociedade se identifique», refere Sofia Galvão.

Outro dos convidados para esta sessão pública de apresentação do estudo "Contributos Para a Reforma do Estado", foi Carlos Zorrinho. O representante do Parlamento Europeu diz que a Governança tem de ser transversal, sendo necessário, para isso «criar condições para ser aplicada esta reforma. O estudo está organizado de forma interessante. Há, no entanto, o problema das estratégias que duram pouco tempo devido à dispersão e não continuidade das políticas implantadas. Isto acontece para que não cheguem a ser avaliadas».

Pode consultar ou descarregar o estudo da APDSI "Contributos Para a Reforma do Estado" aqui.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Já são conhecidos os alunos que vão competir nas Olimpíadas Internacionais de Informática no Cazaquistão



Já estão apurados os quatro vencedores das Olimpíadas Nacionais de Informática (ONI’2015), um concurso de âmbito nacional, promovido e organizado pela APDSI - Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação, em colaboração com o Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, destinado aos jovens que frequentam o ensino secundário ou o ensino básico em todo o território nacional.

Os quatro primeiros classificados da final nacional, que decorreu no sábado, dia 23 de maio, vão representar Portugal nas Olimpíadas Internacionais de Informática 2014, que se realizam de 26 de julho a 2 de agosto, em Almaty, no Cazaquistão. A equipa portuguesa será constituída por Gonçalo Paredes (11º ano da Escola Secundária Avelar Brotero, em Coimbra), José Correia (12º ano da Escola Secundária da Amadora), João Lago, (12º ano do Colégio Internato dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia) e Fábio Colaço (12º ano do Agrupamento de Escolas do Forte da Casa).

Desde 1992 que Portugal participa neste evento, enviando os seus melhores alunos selecionados através das Olimpíadas Nacionais de Informática, organizadas pela APDSI.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

17.ª Tomada de Posição do Grupo de Alto Nível da APDSI



Intitulada “Internacionalização das TICs - Impacto das Medidas 23 e 24 do PGE”, a 17.ª Tomada de Posição do GAN teve por base um inquérito dirigido, em Julho de 2013, às 1000 maiores empresas nacionais de TI’s, do qual resultaram 73 respostas válidas, apresentadas por João Matias, do GAN, num sinal que a APDSI entende como ser de alguma “despreocupação” por parte das PME’s relativamente ao seu futuro e às possibilidades de exportação.

O “Plano Global Estratégico de Racionalização e Redução de Custos nas TIC (o PGE), na Administração Pública” visa, segundo se lê nos objetivos traçados pelo documento, «a capitalização do investimento TIC na AP, nomeadamente em administração eletrónica, através da produtização de ferramentas inovadoras, metodologias e conhecimento, em geral, resultantes da colaboração da AP e empresas industriais/comerciais, que as desenvolvem e comercialização internacionalmente».

De entre as várias obrigações previstas pela medida, destaca-se a pretensão do Governo de vir a estimular as PME nacionais para desenvolvimento de parcerias e investimentos junto da Administração Pública, com eventuais incentivos. 

Baseada nos indicadores resultantes do inquérito feito pela APDSI, esta Tomada de Posição mostra que apenas quatro empresas terão sentido algum impacto do apoio institucional, sendo que dez o solicitaram e seis receberam-no. Assim, o GAN conclui que «não é explícito um impacto significativo da implementação da medida 24 do PGE». De entre as conclusões apresentadas é, também, de referir um «ligeiro crescimento do volume de negócios global e um aumento do volume de exportações entre 2011 e 2013 (de 15% para 18%) com uma distribuição equilibrada entre UE e outras regiões». De acordo com as respostas recebidas, maioritariamente pequenas e médias empresas, o peso do setor público nacional no volume total de vendas é bastante reduzido (cerca de 7%).

De entre as cinco recomendações que o GAN faz para que as medidas 23 e 24 do PGE tenham maior impacto sublinha-se um reforço da comunicação da medida a organismos/institutos envolvidos e da comunidade do setor, o retomar do investimento em TIC por parte das entidades públicas, e a tomada de atitudes por parte dos decisores políticos «que traduzam uma efetiva importância estratégica e prioridade política à utilização das TIC na Administração Pública», lê-se no documento final.

Esta 17.ª Tomada de Posição pública do Grupo de Alto Nível da APDSI sobre a “Internacionalização das TICs - Impacto das Medidas 23 e 24 do PGE”, decorreu no dia 14 de maio de 2015, no Auditório do CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa, situado no Picoas Plaza, integrando um total de cinco recomendações.

O GAN é composto por um pequeno número de membros selecionados individualmente pela direção da APDSI, colocando o seu conhecimento e experiência ao serviço da comunidade nacional. O GAN tem a missão de facultar à Direção da Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação, de forma sistemática e continuada, uma avaliação qualitativa e quantitativa da ação dos Órgãos de Soberania e de outras iniciativas relevantes na área da Sociedade da Informação e do Conhecimento.

Na apresentação pública foi, no entanto, anunciado o «fim de um ciclo em que o GAN teve sempre enorme autonomia na escolha dos temas e elaboração das tomadas de posição» e que corresponderá ao início de uma nova fase nas “Tomadas de Posição” da APDSI na qual a direção pretende «reforçar o papel dos associados».

Pode consultar a apresentação e o documento final no sítio na web da APDSI.

Conferência AGILE realiza-se em Lisboa



A Associação dos Laboratórios Europeus de Informação Geográfica - AGILE vai realizar, entre os dias 9 e 12 de junho, aquela que é a maior conferência europeia de Sistemas de Informação Geográfica.

Sob o tema "Geographic Information Science as an Enabler of Smarter Cities and Communities", a conferência vai realizar-se no Hotel Sana Metropolitan onde são esperados cerca de 150 participantes vindos de todo o mundo. 

Esta será a 18.ª conferência sobre o tema. No ano passado a AGILE decorreu em Espanha (Castelló). O voluntariado em informação geográfica é um dos temas fortes da conferência deste ano.

As inscrições são feitas aqui.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação 2015



O Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação é este ano celebrado, excecionalmente, a 18 de maio, uma vez que 17 de maio (dia oficial) é domingo.

Em Portugal, as comemorações decorrem na Fundação Portuguesa das Comunicações (FPC) entre as 15h30 e as 16h30.

Seguindo as indicações da UIT (União Internacional das Telecomunicações), o tema deste ano é "As Tecnologias de Informação e Comunicação como condutoras da inovação (ICTs as the drivers of innovation)". O programa nacional, além de incluir a inauguração de exposições e ainda uma atividade especial para o público escolar, conta com uma sessão institucional e uma sessão de debate sobre "O Cabo Submarino num mar de conetividades", onde a APDSI vai marcar presença através da intervenção do presidente da Associação, Raul Mascarenhas. A APDC, a FCT e o Instituto de História Contemporânea, também vão participar nesta sessão.

Reginaldo de Almeida será o moderador do evento.

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terça-feira, 12 de maio de 2015

APDSI apresenta estudo sobre "Contributos para a Reforma do Estado - Uma visão da Sociedade da Informação"



A APDSI vai apresentar publicamente o estudo "Contributos Para a Reforma do Estado - Uma visão da Sociedade da Informação" no próximo dia 29, às 15h30, na sala 2 da Culturgest, em Lisboa.

"Contributos Para a Reforma do Estado - Uma visão da Sociedade da Informação", coordenado por Afonso Silva, vem na sequência do desafio lançado na conferência anual da APDSI sobre e-Government. O processo de elaboração teve o seu ponto alto na edição do ano passado do Fórum da Arrábida, totalmente dedicado a este tema, e conta com diferentes perspetivas de um leque bastante alargado de personalidades do quadrante político, académico e profissional.

O estudo procurou sistematizar aquelas que se consideram ser expectativas para o Serviço Público, fixando o que se entende poderem ser prioridades de reforma. Seguidamente, é feita uma reflexão quanto às diferentes agendas de reforma, concluindo sobre os inibidores que se lhe colocam. Defendem-se, finalmente, algumas ideias consideradas chave para a reforma. «Quer se esteja em presença de um Estado maior e interventor ou de um Estado menor e sobretudo regulador, a sua atuação deve resultar num Serviço Público de qualidade. Existe uma forte correlação entre a utilização extensiva das TIC pelo Estado e essa qualidade», conclui o estudo.

A sessão pública de apresentação será comentada por Isabel Corte-Real, Carlos Zorrinho, Sofia Galvão e Ana Maria Evans, numa partilha daquela que é a sua visão sobre o futuro de um Estado moderno, mais eficiente, mais eficaz, mais rápido e económico, baseado na utilização intensiva das TIC.


PROGRAMA

15h00 - Receção dos Convidados e Welcome-Coffee
15h30 - Presidente da APDSI, Raul Mascarenhas
15h45 - Apresentação do Estudo "Contributos para a Reforma do Estado - Uma Visão da Sociedade da Informação", por Afonso Silva
16h15 - Comentários de: Isabel Corte-Real, Carlos Zorrinho, Sofia Galvão, e Ana Maria Evans
17h30 - Encerramento

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Estudo revela importância da oferta de educação e formação em TICE



Um estudo feito feito pela Coligação Nacional Para a Empregabilidade Digital da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e Eecnologia, I.P. revela a importância da oferta de educação e formação em TICE. Ana Cláudia Valente e Isabel Correia fizeram um "Mapeamento da Oferta de Educação e Formação em TICE em Portugal" que envolveu o sector das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE) nas suas múltiplas atividades de desenvolvimento de produtos e de prestação de serviços.

Uma das principais conclusões é que a área das TIC constitui uma oportunidade de criação de emprego jovem e qualificado em Portugal «quase sem paralelo». No entanto, ainda segundo o estudo, há vários anos que se regista uma escassez de especialistas e técnicos qualificados no domínio das TIC. Apesar das várias iniciativas europeias no sentido da superação deste "ICT skills gap", as mais recentes projeções de necessidades e de oferta de mão-de-obra em TIC, no horizonte 2020, apontam para sua continuidade na Europa. Mesmo assumindo um modesto crescimento económico e moderados investimentos em TIC, estima-se que cerca de meio milhão de empregos em TIC fiquem por preencher por falta de mão-de-obra já em 2015 e, em 2020, quase um milhão.

As projeções realizadas para Portugal apontam para cerca de 15 000 vagas não preenchidas por falta de mão-de-obra em 2020, cerca de cinco vezes mais do que em 2012 já era estimado.

Procurando fazer um levantamento da oferta de educação e formação em TICE disponível no país, o estudo visa contribuir para o desenvolvimento do programa de ação da Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital. O levantamento abarca a formação inicial, desde o nível do ensino secundário de dupla certificação até ao ensino superior, e a formação contínua, com particular atenção para as oportunidades de requalificação de jovens qualificados em áreas não-TICE ou relacionadas, de baixa empregabilidade.

«A utilização das TIC no ensino e o desenvolvimento das competências digitais podem ter um papel importante na motivação das crianças e jovens para estas disciplinas e na qualidade das aprendizagens. Nomeadamente, as experiências de introdução do ensino da programação nas escolas são cada vez mais encaradas como forma de desenvolver as capacidades de pensamento lógico e de resolução de problemas e também de atrair mais alunos para as ciências informáticas», lê-se no estudo, que pode ler, na íntegra, no sítio na web da APDSI.

O estudo conclui que «aproveitar o potencial de criação de emprego qualificado é indispensável, sobretudo num momento em que o desemprego jovem tem vindo a atingir níveis muito elevados e o desemprego entre os licenciados a aumentar».

sexta-feira, 8 de maio de 2015

"Dinâmicas do Trabalho Virtual" em Peniche



A Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar (Instituto Politécnico de Leiria), em Peniche, vai ser palco, de 3 a 5 de junho, de um workshop da ação COST 1201 sobre "Dinâmicas do Trabalho Virtual".

A COST tem desenvolvido as suas atividades desde 2012 e o workshop pretende abordar como a mudança tecnológica está a transformar os locais de trabalho, mas também quando e como os colaboradores o fazem. A digitalização da informação alterou os processos laborais, enquanto as telecomunicações estão a permitir que os trabalhos sejam realocados globalmente. As TIC ainda têm permitido a criação de novos tipos de trabalho "digital e virtual", num processo que afeta em igual escala a esfera privada dos profissionais.

Sociólogos, economistas, geógrafos, cientistas políticos, psicólogos e teóricos organizacionais têm estudado a questão que, agora, com financiamento do programa COST da Fundação Europeia da Ciência, vai trazer pesquisadores destas áreas a Portugal.

Luís Vidigal, da direção da APDSI, vai fazer uma apresentação no dia 3, às 17h00 com o título "Working in a digital and inclusive government". 

A entrada é livre, mas os interessados devem fazer o seu registo aqui. Consulte o programa disponível no sítio na web da APDSI.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

«These technologies generate enormous benefits, but they are also risky»

Ler aqui, no Project Syndicate

«MADRID – Information and communication technologies have become a central part of everyday life for most of the world’s population. They affect even the most underdeveloped and remote areas of the planet and have become a key factor driving development, innovation, and economic growth.
But this is just the beginning of a fundamental transformation. In the coming years, new technologies, such as the “Internet of things,” 3-D printing, and autonomous vehicles will revolutionize businesses operations, regulatory regimes, and even social conventions.
 These technologies generate enormous benefits, but they are also risky, owing to the ease of accessing data and using it for criminal purposes. Cyber attacks are already vastly increasing in number, sophistication, magnitude, and impact. As the world becomes more interdependent and hyper-connected, there is growing concern about the vulnerability of the Internet, an infrastructure on which nearly all economic activities – including trade, energy provision, and the entire financial system – have come to depend. Continue a ler».

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Portugal recebe a IoT Week 2015




Portugal é o país anfitrião da IoT Week 2015 que vai decorrer de 16 a 18 junho no Centro de Congressos de Lisboa. 

A IoT Week teve origem no Cluster Europeu de Investigação em Internet-das-Coisas (IERC) e tornou-se num evento proeminente que atrai profissionais da indústria e investigação de todo o mundo para debater e demonstrar a "Internet-das-Coisas de hoje e do futuro".

Depois da IoT ter sido a principal atração na CES 2015 e CeBIT 2015, em Lisboa vão ser analisados e debatidos os caminhos a percorrer para uma utilização generalizada e uma adoção massiva da Internet-das-Coisas. A IoT Week 2015 pretende contribuir para a compreensão do futuro da Internet-das-Coisas considerando as dimensões tecnológica e de investigação, mas também a inovação, aceitação, modelos de negócios, segurança e privacidade.

A IoT Week 2015 ambiciona também abrir caminho para os futuros Pilotos Europeus em Larga Escala de Internet-das-Coisas (LSP) e ainda projetar a nova aliança europeia para a inovação em IoT.

Em paralelo ao programa vai estar patente uma mostra de tecnologias, soluções e inovação IoT.

A IoT Week 2015 promove também uma maratona de criação da soluções IoT - um IoT Hackathon - o primeiro de sempre em Portugal, além da conferência CHIST-ERA SPIoT (Segurança e Privacidade em IoT), sessão de informação acerca de oportunidades de financiamento de investigação em IoT os Prémios IoT e a Noite da Internet-das-Coisas.

O programa está disponível aqui.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Lisboa recebe a conferência INSPIRE a partir de 25 de maio



A 9.ª conferência INSPIRE - Infrastructure for Spatial Information in Europe, à qual se associa o Geospatial World Forum, vai realizar-se entre os dias 25 e 29 de maio, no Centro de Congressos em Lisboa.

O tema da conferência é "Convergence - Policies, Practices and Processes within public and private partnership". Do Advisory Board fazem parte dois elementos da DGT - Direção-Geral do Território.

Integrado na conferência vai ocorrer um evento dedicado aos jovens profissionais intitulado "Young Professionals Forum: advancing carrer in geospatial". A inscrição deve ser feita para o e-mail registration@INSPIRE-GWF.org.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

17.ª Tomada de Posição do Grupo de Alto Nível da APDSI


O Grupo de Alto Nível (GAN) da Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI) vai fazer a apresentação pública da sua 17.ª Tomada de Posição com o tema "Internacionalização das TICs - Impacto das Medidas 23 e 24 do PGE".

A exposição vai ter lugar no Auditório do CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa, no Picoas Plaza, Rua Viriato, n.º 13, no próximo dia 14 de maio pelas 17h30.

Com o arrefecimento da economia nacional a partir do início da crise financeira, era de esperar que a Indústria Nacional de TIC se visse na contingência de procurar novos negócios em novas geografias, para permitir sustentar o mesmo nível de valor produzido. É importante lembrar que o consumo de tecnologias de informação em Portugal está fortemente concentrado em três grandes setores: Financeiro, Telecomunicações e Setor Público que, por razões que hoje são fáceis de explicar, reduziram fortemente o investimento nestes últimos anos.

O eventual sucesso em estratégias de diversificação, particularmente no investimento em novos mercados/geografias, pode ter sido determinante na sobrevivência de muitas das PMEs nacionais e consequentemente na salvaguarda de muitos postos de trabalho.

Uma das formas mais eficazes de internacionalizar é através da exportação de conhecimento, tecnologias e soluções gerados e consolidados no mercado nacional, por isso o GAN recomenda sobre a medida M24 - Internacionalização de metodologias, soluções TIC e conhecimento público: «fomentar a valorização de potenciais parcerias entre a indústria nacional e os organismos da AP sempre que se esteja perante oportunidades de exportação de tecnologias, soluções e conhecimento criados em Portugal».

Para uma avaliação mais sustentada da importância e impacto da Medida 24 e da diplomacia económica no negócio das empresas Portuguesas, foi elaborado um inquérito online, enviado para as 1000 maiores empresas do setor das TIC. Na apresentação de dia 14 vamos reportar o resultado do inquérito, bem como algumas recomendações relevantes para a internacionalização deste setor.

A inscrição para a apresentação da 17.ª Tomada de Posição do GAN é gratuita mas obrigatória para secretariado@apdsi.pt

PROGRAMA
17h30 - Receção dos Convidados
18h00 - Intervenção do presidente da APDSI, Dr. Raúl Mascarenhas
18h10 - Apresentação da 17.ª tomada de posição
18h45 - Encerramento e cocktail



sexta-feira, 1 de maio de 2015

«É o Estado que deve garantir a confiança no mundo digital»



A APDSI realizou, a 29 de abril de 2015, a conferência intitulada “Certificação Digital: será que é para valer?”.

Na conferência, que decorreu sob a coordenação de Rafael António, responsável pelo Grupo de Informação Documental da APDSI, Joaquim Pedro Cardoso da Costa, Secretário de Estado para a Modernização Administrativa, disse que é preciso contrariar a tendência da sociedade que normalmente não confia na Administração Pública que, por seu lado, também “alimenta” desconfianças com outros organismos públicos, como os ministérios. «O Estado tem muito a fazer nessa matéria mesmo internamente», refere o Secretário de Estado que anunciou, na conferência da APDSI, os esforços que o Governo está a fazer para «desenvolver novas valências para uma maior utilização do cartão de cidadão» que garantam, acima de tudo, «segurança em todas as transações. É o Estado que deve garantir a confiança no mundo digital».

Segundo números oficiais trazidos à conferência por Joaquim Pedro Cardoso da Costa, mais de 80% da população utiliza Cartão do Cidadão mas apenas 1% dos cidadãos tira partido da valência eletrónica do documento. A chave móvel digital é, por isso, o próximo passo que o Estado pretende dar para aumentar esta percentagem, «tendo em conta a estonteante velocidade a que está desenvolver-se a evolução tecnológica», acrescenta o Secretário de Estado.

Rafael António lembrou que, hoje em dia, é o valor económico da informação que prevalece, defendendo, por isso, a desmaterialização como «o caminho a seguir mas antes é preciso garantir que há condições básicas porque se a Justiça não estiver adequada à desmaterialização, não vale a pena. A tecnologia de nada serve se a sociedade não aceitar o digital».

O professor Pedro Veiga, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, esclareceu que a tecnologia se baseia em infraestruturas que são geridas pelos Governos ou empresas comerciais que permitem certificar documentos, portanto «há tecnologia, há enquadramento legislativo, vontade de mudar é que não há, talvez por ignorância, por desconhecimento».

Aproveitando a temática da certificação, o professor lembrou que a utilização dos computadores por parte do cidadão comum mexe com essa questão porque «qualquer utilizador responde sempre “sim” a tudo de cada software que instala».

Ao questionar a legalidade dos certificados digitais no Portugal de hoje, a APDSI contou, também, com o testemunho de Armando Dias Ramos, da Polícia Judiciária, que exemplificou como a prova digital, informação passível de ser obtida ou extraída de um dispositivo eletrónico ou rede de comunicações, já é aceite e tida em conta em processo penal. Contudo, a prova digital ainda está dependente de despacho do juiz do processo e ainda tem muitos aspetos a melhorar: «Para a prova digital ser valorizada tem de ser assegurada a integridade dos dados e a prova é frágil, manipulável, volátil, latente, dissimulável e dependente do tempo. Na lei do cibercrime a legislação é confusa e contraditória». Armando Dias Ramos conclui que, futuramente, a prova digital levanta problemas ao nível da territorialidade.

No seguimento do mesmo pensamento, a advogada Sofia Ribeiro Branco, sócia da Vieira de Almeida & Associados, alertou para o fato de a criminalidade informática ligada à utilização da Internet estar cada vez mais intensificada. «A prova deve ser valorada em Tribunal. É preciso ter cuidado na fase inicial dos processos, quando são pedidas as provas, porque a perícia tem de ter a garantia de que os dados não foram alterados».

Numa perspetiva internacional, Francisco Aranda, do Ministério do Interior espanhol, partilhou na conferência da APDSI como vai ser o novo Documento de Identificação Digital no país. O Documento Nacional de Identidad vai contemplar «novas medidas de segurança, um novo chip, terá capacidade biométrica e um canal seguro autenticado. Há também várias entidades que vão ter interação com o novo DNI», revelou Francisco Aranda. O atual DNI tem o prazo de cinco anos para se poder ajustar às alterações da tecnologia.

Ainda assim, o representante do Ministério do Interior espanhol não escondeu as preocupações que existem como «o aumento do número de ataques, por isso há um serviço pronto a operar 24 horas para dar apoio a eventuais problemas, com especialistas em diversas áreas da criminologia disponíveis, e está prevista a colaboração com organismos internacionais e Administração Pública com ligação à cloud».

Por oposição, Gonçalo Caseiro, da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), acredita que o fim dos arquivos físicos não está à vista. «O e-learning nunca vai substituir uma universidade. O papel nunca nos vai abandonar, existe ainda muito papel a circular porque, tipicamente, assinamos papéis. As estatísticas do consumo de papel mundialmente dão conta de que continua a aumentar», apresentou Gonçalo Caseiro. Uma das soluções apontadas para contrariar os problemas que o representante da INCM anteviu, foi o recurso à digitalização com OCR, o sistema de captura automática de dados que permite que os documentos possam ser indexados e pesquisados no futuro.

Francisco Barbedo, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, afirma que a desconfiança no digital só abrandará quando a desmaterialização for produzida num contexto com boas práticas de gestão documental que passam por saber deitar fora o que não faz falta. Em seu entender, as alterações legais também têm de ocorrer para haver o reconhecimento de repositórios digitais certificados: «Preservar tudo é uma ideia falaciosa, é preciso assegurar a legitimidade do conteúdo digital e, para isso, determinar com consciência o que queremos e podemos preservar. Temos que aprender a lidar com as opções sobre aquilo que vamos ter de deixar para trás».

O Gabinete Nacional de Segurança tem uma lista com todas as entidades autorizadas a fazer certificação digital, segundo Diogo Lacerda Machado, ex-Secretário de Estado da Justiça. «A determinação dos recursos adequados para assegurar maior proficiência deve ser o resultado e não o princípio de um conjunto de escolhas sobre os vários modos possíveis da atuação do Estado na Justiça. Uma nova política, também económica, para a Justiça supõe uma prévia reorientação e reescalonamento nas prioridades da aplicação dos recursos coletivos. Importa, por exemplo, escolher prosseguir no caminho de uma nova distribuição de competências entre o que é público e o que pode ser semipúblico e privado», conclui o antigo representante do Governo.

A conferência, intitulada “Certificação Digital: será que é para valer?”, realizou-se no Auditório da Escola Profissional Gustave Eiffel, Campus Académico do Lumiar, que também assegurou o serviço de coffe-break.