terça-feira, 9 de março de 2010

Exercer o papel de CIO no Estado

Companheiros,

O Luís Vidigal diz que não é fácil exercer o papel de CIO no Estado. E explica porquê.
Estou praticamente de acordo em todo o raciocínio que por ele foi desenvolvido na entrevista à revista Interface Administração Pública. Reservem uns minutos de atenção pois vale a pena.

Toda a informação disponível em http://www.algebrica.pt/i_ap

Saudações Associativas

3 comentários:

Francisco Velez Roxo disse...

CIO do Estado?
Em que mundo estamos a viver? Numa Sociedade em Rede e num Estado de Bem, o que presisamos é de Inteligencia.E poucos titulos.
Que me desculpe o LVidigal mas em Portugal temos um CIO do Estado e que até é gago.Ouve-se bem quando canta.No resto é a evolução que se sabe.E até temos razoável e-gov.
Sejamos pragmáticos: em que Países é que esta figura existe? Nem na Alemanha que é super organizado.E nos Países Nórdicos o modelo é outro:simples planeamento em que os Centros de Saberes (com ou sem dinheiros Públicos)apoiam a tomada de decisão.
O que precisamos é de um CInteligenteO.
E isso é mais do que inteligencia.
CIO e CTO são elementos importantes mas em cada Ministério se tivermos "o pão com manteiga a funcionar" já não é mau.
Daí para a frente o Orwell à latina está sempre a espreitar.

Fernando Rodrigues disse...

Caro Francisco Velez Roxo,

Permita-me acrescentar algumas ideias sobre esta temática. Que fique claro que não estou a defender o Luís Vidigal. É maior de idade. Também não precisa de aconselhamento nem de advogado de defesa.

Acontece que é necessário, sim, alguém que ponha ordem na escolha das arquitecturas, sistemas de informação e opções que o Estado faz, todos os dias, de forma pouco estruturada e desintegrada dos ambientes existentes.

Chamemos-lhe CIO, CInteligenteO ou quiçá "Gestor da Sabedoria", terá de ser alguém que reporte directamente ao PM, tenha capacidade de decisão e plenos poderes para aborrecer os lobbies e interesses instalados.

Estamos a falar a um nível estratégico. O que significa que teria uma equipa a acompanhá-lo, por exemplo, CIOs com reporte directo, um por cada ministério, com o papel de coordenar actividades a um nível táctico.

Existiriam depois entidades, SGs ou DGs (é preciso identificar claramente um organismo, também por ministério) que fariam a execução operacional das políticas pensadas estrategicamente. Em parte, com o PRACE ficou-se com a sensação que seriam as SGs a ficar com esta responsabilidade mas na prática não são reconhecidas na matéria.

Se a Alemanha não tem esta figura ou os países nórdicos utilizam outro modelo é com eles. Nós, portugueses, adoramos copiar modelos.

Quando pensámos os descobrimentos no Séc. XIV (embora tenha sido uma ideia para fugir à pobreza e à fome do povo que grassava no país) também esperámos pelas ideias dos outros?

Penso que podemos ser modelo de inovação europeu, até mesmo mundial, para gerir a área estratégica da Administração Pública bastando para tal ter, simplesmente, um líder.

Será, decerto, a pessoa mais invejada, odiada, um verdadeiro Cristo mas, como tudo na vida, isto já lá não vai com diálogo.

É como dizem os militares. Temos de ser duros. Porque só os duros...

Reza a história que nunca ninguém questionou a hierarquia militar. Podemos não concordar com as decisões mas quando se trata de cumprir ordens há sempre alguém que discorda.

Por outro lado, somos todos treinadores de bancada. No entanto, quem decide, num dado momento, é responsável pelos bons e maus resultados. Liderar é isto mesmo. Quando corre mal, a culpa é do líder. Se os resultados foram superados, é trabalho de equipa.

Com esta mentalidade não vamos longe.

Francisco Velez Roxo disse...

Tambem eu gostei do depoimento.É um diagnóstico excelente.Simples e verdadeiro.
Mas não estamos nos EUA.
http://www.nascio.org/
Portugal é o que é.
E só a descentralização responsável sobre infraestruturas qb e controláveis pode ser a solução.
Somos demasiado complexos para trabalhar em cooperação e o exemplo Multibanco só aconteceu porque havia o exemplo Belga e foi tomada uma decisão política forte.
Defendo que a nossa dimensão dá para ter uma espécie de SIBS do Estado e cada Ministério ser como um Banco a trabalhar em uníssono e em rede.
A solução é um simples problema de bom senso que o Luis Vidigal revelou e escreveu.
Mas a implementação é que tem sido e é o problema.
Donde sou por poucas siglas tipi C qualquer coisa.
Mas,reafirmo,o Luis Vidigal foi lúcido na sua visão e analise do problema.
FVRoxo