segunda-feira, 29 de abril de 2013

APDSI preocupada com a proteção da vida privada dos contribuintes


A adoção de legislação e medidas que promovam uma cultura de transparência, designadamente na prestação de contas e divulgação de  resultados de todos os organismos do Estado, é uma das principais recomendações que a  APDSI aponta na 15ª Tomada de Posição do Grupo de Alto Nível (GAN), intitulada "Transparência e Sigilo na Administração Pública - A Questão dos Dados Fiscais". A  relação entre sigilo e transparência, bem como o acesso a informações protegidas por sigilo, foram as duas questões centrais sobre as quais o GAN desenvolveu esta tomada de posição.

Na apresentação a APDSI deixou o esclarecimento de que o "sigilo" que dá título à Tomada de Posse se refere ao sigilo profissional e não ao segredo de Estado. Temas como a recolha, o armazenamento, o tratamento e a difusão de dados pessoais  (nomeadamente patrimoniais) para apuramento do imposto em dívida, para a fiscalização ou para a instauração de acções executivas, deverão ser, para a APDSI,   protegidos ao abrigo do sigilo profissional dos responsáveis pelo tratamento dos dados pessoais.

António Carlos Santos, um dos relatores desta 15ª Tomada de Posição, referiu que os princípios de transparência e de proteção da intimidade e vida privada deverão reger toda a Administração Pública: "O funcionário sé deve recolher o que necessita e na justa medida, o mesmo é dizer que não se matam moscas com canhões".

Nesta Tomada de Posição a APDSI não foi alheia às melhorias que também se têm verificado nalguns serviços da Administração Pública nas últimas duas décadas, principalmente nos serviços das Finanças que hoje em dia não têm qualquer semelhança com o cenário que Portugal vivia na década de 90. "O salto qualitativo em todos os serviços relativos à simplificação da entrega da declaração de IRS é enorme, o que mostra bem o que já foi feito lá atrás", ressalvou José Dias Coelho, presidente da Direção da APDSI.

De lembrar, também, que desde 2008 existe legislação para combate à evasão e ao planeamento fiscal abusivo. Fica, ainda, a nota do GAN a apontar para que sejam reforçadas as sanções disciplinares e penais para desincentivar violações dolosas dos deveres de sigilo e sejam criadas condições para estimular a prática de disponibilização à Sociedade de "dados abertos", de reconhecida utilidade potencial, na posse da Administração Pública.

Esta 15ª Tomada de Posição pública do Grupo de Alto Nível da APDSI sobre a "Transparência e Sigilo na Administração Pública - A Questão dos Dados Fiscais", decorreu no dia 24 de abril de 2013, no Auditório do CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa, situado no Picoas Plaza, integrando um total de oito recomendações.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

ONI: Já foram selecionados 28 alunos para a prova final

Dos melhores concorrentes da primeira fase das ONI foram selecionados 28 que participarão presencialmente na prova final. Encontra o link para os resultados oficiais no sítio na web da APDSI.

A prova final é individual e será realizada nas instalações do Departamento de Ciência de Computadores na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto na próxima sexta-feira, dia 3 de maio.

Conferência: Serviço Público Inteligente




A APDSI vai realizar a conferência intitulada "Serviço Público Inteligente - Sistemas de Business Intelligence, decidir com base em informação de qualidade". A preleção está marcada para o dia 15 de maio de 2013, no Auditório B, da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa  (Campus de Campolide, 1099-085 Lisboa). Este encontro é organizado pelo Grupo de Trabalho de Business Intelligence na Administração Pública da APDSI.

A participação na conferência é gratuita para os sócios da APDSI, com a quotização em dia e convidados especiais. Para os restantes participantes implica o pagamento de 30 euros, que incluem o valor da quota de 2013. As participações estão sujeitas a inscrição prévia através do endereço de correio eletrónico secretariado@apdsi.pt e ficam condicionadas à disponibilidade de lugares do auditório.

O programa e mais informações sobre a conferência estão no sítio na web da APDSI

quarta-feira, 24 de abril de 2013

15ª Tomada de Posição do GAN: Transparência e Sigilo na Administração Pública



A APDSI apresentou a sua 15ª Tomada de Posição do Grupo de Alto Nível, intitulada "Transparência e Sigilo na Administração Pública - A Questão dos Dados Fiscais", a 24 de abril de 2013, no Auditório do CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa, situado no Picoas Plaza (Rua Viriato, 13, Esq.- 1º, Lisboa).

Leia a notícia, veja a apresentação e o documento final da Tomada de Posição, já disponíveis no sítio na web da APDSI.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Portugal é semi-finalista num concurso internacional de aplicações


A empresa portuguesa GreenSpark é semi-finalista nos Ericsson Application Awards, uma competição que pretende encontrar as melhores aplicações entre os estudantes e as PMEs.

Joel Rodrigues e Poan Shen, os dois estudantes da Universidade da Madeira que constituem a GreenSpark, preparam-se agora para enfrentarem a escolha de 900 utilizadores mundiais que representam algumas das maiores metrópoles como Nova Iorque, Sidney ou Xangai.

A GreenSpark criou uma aplicação para dispositivos Android que ajuda a gerir sistemas de painéis solares de forma mais simplificada, permitindo uma poupança energética. A aplicação também possibilita a monitorização dos painéis solares de um determinado edifício.

Poan Shen é aluno de mestrado em Tecnologias do Entretenimento e Joel Rodrigues está a fazer uma pós-graduação em Aspetos Humanos da Tecnologia. Os dois estudantes decidiram criar um projeto que correspondesse ao tema deste ano dos Ericsson Application Awards, "aplicações para a vida urbana".

Poan Shen acredita que o projeto pode até ter um impacto maior caso seja bem-sucedido no concurso.

Existem mais seis equipas na categoria "estudante" nas semi-finais, e apenas uma outra também é europeia - as Girlpower, da Polónia. No concurso das PMEs existem cinco equipas ainda em competição sendo que um projeto também é falante da língua portuguesa - o Neemo, do Brasil.

Os resultados vão ser conhecidos durante o mês de maio.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estatísticas relacionadas com a Sociedade da Informação no mundo (2013)



Numa atualização para o ano de 2013 da literatura sobre Sociedade da Informação, a APDSI volta a sugerir-lhe uma leitura sobre alguns indicadores estatísticos provenientes, neste caso, de diversas fontes internacionais.

O "Doing Business 2013" avalia onde é que, no contexto atual, se situam as pequenas e médias empresas em 185 economias, do Afeganistão ao Zimbábue. Trata-se de publicação conjunta do World Bank e daInternational Finance Corporation.

Já o "Global Information Technology Report - Growth and Jobs in a Hyperconnected World" (na imagem acima) assenta em resultados e aponta previsões relativamente otimistas numa altura em que, segundo se lê no prefácio, «se mantêm as incertezas na Zona Euro e continua o impasse político nos Estados Unidos».

Pode descarregar os dois exemplares, gratuitos, no sítio na web da APDSI.

INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DOS DADOS




Por intermédio da Coursera, uma plataforma online de ensino superior gratuita e que reúne (até ao momento) 62 universidades de referência internacionais (e.g. Duke, Stanford, Rutgers, John Hopkins, La Sapienza, Barcelona, Melbourne, etc.), vai ter início no dia 1 de Maio de 2013 um curso de introdução sobre uma área tida como emergente nas Ciências da Computação e com perspectivas de desenvolvimento e de empregabilidade muito interessantes: 

- Ciência dos Dados.

O currículo deste curso introdutório (tipo 101), a ministrar pela prestigiada Universidade de Washington,  está disponível em https://www.coursera.org/course/datasciEis um excerto:

"Commerce and research is being transformed by data-driven discovery and prediction. Skills required for data analytics at massive levels – scalable data management on and off the cloud, parallel algorithms, statistical modeling, and proficiency with a complex ecosystem of tools and platforms – span a variety of disciplines and are not easy to obtain through conventional curricula. Tour the basic techniques of data science, including both SQL and NoSQL solutions for massive data management (e.g., MapReduce and contemporaries), algorithms for data mining (e.g., clustering and association rule mining), and basic statistical modeling (e.g., logistic and non-linear regression)."


Num artigo recentemente publicado pelo NY Times (1104/2013) escreve-se o seguinte: 

"Universities can hardly turn out data scientists fast enough. To meet demand from employers, the United States will need to increase the number of graduates with skills handling large amounts of data by as much as 60 percent, according to a report by McKinsey Global Institute. There will be almost half a million jobs in five years, and a shortage of up to 190,000 qualified data scientists, plus a need for 1.5 million executives and support staff who have an understanding of data." (disponível em: http://www.nytimes.com/2013/04/14/education/edlife/universities-offer-courses-in-a-hot-new-field-data-science.html?smid=fb-share)

No início, juntou-se um pequeno video introdutório sobre o curso  em Data Science (ASc)pela Universidade de Washington (UW).

Para além da sua gratuitidade, quem sabe se o potencial de adesão que esta iniciativa tem (pela sua inovação e perspectivas de discussão e empregabilidade) não pode lançar as bases para um novo grupo de trabalho, no seio da APDSI?

João de Bianchi Villar


terça-feira, 16 de abril de 2013

15ª Tomada de Posição do GAN: Transparência e sigilo na Administração Pública



A APDSI vai apresentar a sua 15ª Tomada de Posição do Grupo de Alto Nível, intitulada "Transparência e Sigilo na Administração Pública - A Questão dos Dados Fiscais", no próximo dia 24 de abril de 2013, às 11h00, no Auditório do CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa, situado no Picoas Plaza (Rua Viriato, 13, Esq.- 1º, Lisboa).

De acordo com a Constituição (CRP), a Administração Pública (AP) rege-se, entre outros, por princípios de defesa do interesse público, de participação dos interessados na sua gestão e da transmissão da informação aos cidadãos sobre processos e resoluções definitivas que lhes digam respeito, bem como do acesso a arquivos e registos administrativos, com ressalva de proibições ou condicionamentos que a lei estabeleça por razões de segurança interna e externa, investigação criminal e intimidade das pessoas.

Deste modo, todos os cidadãos têm o direito de acesso aos dados informatizados que lhe digam respeito, podendo exigir a sua retificação e atualização, e o direito de conhecer a finalidade a que se destinam, nos termos da lei. A CRP garante o livre acesso às redes informáticas de uso público mas proíbe, contudo, salvo em casos excecionais previstos na lei, o acesso a dados pessoais de terceiros. 

Tendo por base o disposto na lei, esta 15ª Tomada de Posição do GAN partiu de um conjunto de questões que o grupo entendeu merecerem a atenção dos contribuintes, como por exemplo, qual o conteúdo e alcance do direito à reserva da intimidade da vida privada? Como pode ser salvaguardado sem que tal signifique a proteção da evasão fiscal?

De entre as recomendações feitas pelo GAN está a promoção do princípio da transparência "inerente a uma administração aberta".

Saiba mais no sítio na web da APDSI.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Grand Coalition junta empresas europeias num objetivo comum



No âmbito da Agenda Digital para a Europa, várias empresas apresentaram compromissos ao abrigo da Grand Coalition, cuja missão passa por apoiar a criação de emprego nas novas tecnologias e dotar os europeus de capaciadades profissionais nessa área.

As entidades que assinaram compromissos no âmbito desta iniciativa europeia foram: a SAP, Telefonica, CISCO, the European Schoolnet, the Council of European Professional Informatics Societies (CEPIS), the ECDL (European Computer Driving Licence) Foundation, the European e-Skills Association, HP, Microsoft, Oracle, Fast Track to IT and the Corporate IT Forum.

Foi também anunciado que a Google, Randstad e a ENI estariam a traçar um compromisso nesse sentido.

As associações europeias mais significativas na área das novas tecnologias também marcam presença. São elas: a Digital Europe, CIONET, EUROCIO e a PIN-SME.

A Comissão Europeia solicita às empresas envolvidas a oferta de formação e adequação dos cursos para empregos na área digital, uma ligação entre as qualificações que as pessoas obtêm e as que as empresas necessitam, o evitar a falta ou excedente de mão de obra nas diferentes regiões, certificação válida entre Estados-Membros, sensibilização dos cidadãos para o setor digital e um sistema de aprendizagem mais inovador.

Apesar de não ser possível prever que empregos serão necessários no futuro, as entidades responsáveis consideraram, contudo, que se pode observar uma clara tendência tecnológica em toda a indústria que deverá ser optimizada com formação dos funcionários.

Ao nível europeu, o pedido de compromissos continuará aberto até 31 maio, sendo apresentados na Assembleia da Agenda Digital, em Dublin, na Irlanda, a 19 e 20 junho.

No sítio na web da APDSI encontra o documento de enquadramento da Grand Coalition.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cidadania Ativa


O Programa Cidadania Ativa, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian, é destinado às Organizações Não-Governamentais e foi apresentado publicamente a 22 de março.

O Programa Cidadania Ativa vai disponibilizar 5,8 milhões de euros às Organizações Não Governamentais (ONG) portuguesas. Na cerimónia oficial de lançamento foi, ainda, anunciada a abertura dos principais concursos do Programa no próximo dia 29 de abril.

O Programa Cidadania Ativa decorre entre 2013 e 2016 e os apoios serão concedidos através de concursos periódicos (projetos financiados a 90%). O financiamento é destinado a apoiar projetos de ONG para o fortalecimento da Sociedade Civil portuguesa, conforme pode conferir, em detalhe, no regulamento disponível na página web da APDSI.

segunda-feira, 8 de abril de 2013



Na próxima quarta-feira, dia 10 de abril, vai realizar-se a conferência "O Futuro da Segurança", a partir das 10h00, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona de Lisboa.

Esta é uma iniciativa do Instituto de Estudos de Segurança, da EuroDefense Portugal e da Decide com o patrocínio da Securitas. A EuroDefense Portugal é uma das 12 associações fundadoras da PASC - Plataforma Ativa da Sociedade Civil e uma das 31 que atualmente a integram.

O programa está disponível no sítio na web da APDSI.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

APDSI apresenta em conferência "O Papel da Sociedade da Informação na Reforma do Estado - Problema ou Solução?"


A APDSI organizou a conferência "O Papel da Sociedade da Informação na Reforma do Estado - Problema ou Solução?", que decorreu na Sala da Reitoria do Campus de Campolide da Universidade Nova de Lisboa, a 4 de abril de 2013.

O início da conferência ficou marcado pela intervenção de Helder Rosalino, Secretário de Estado da Administração Interna, ao admitir que o Governo pretende criar um "cadastro" dos funcionários públicos. A medida foi anunciada na sequência do reconhecimento de que a organização do emprego público é uma das áreas onde ainda não ocorreram reformas do Estado e na qual as novas tecnologias têm um papel fundamental.

Já Edwin Lau, Chefe da Divisão de Reforma do Setor Público da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, constatou, como ponto de partida para a sua intervenção por videoconferência, que "a confiança no Governo Português tem vindo a decrescer". Segundo os dados apresentados pelo especialista da OCDE, Portugal está entre os países onde os cidadãos menos usam a Internet para interagir com os organismos públicos. Edwin Lau destaca algumas "ajudas" de que o Governo precisa e às quais pode recorrer neste âmbito. "Ambientes atrativos para os utilizadores, soluções integradas e instrumentos públicos que guiem o utilizador no contexto da governance digital", aponta.

Luís Vidigal, da Direção da APDSI e Investigador do Centro de Administração e Políticas Públicas - CAPP, começou por dizer que a digitalização e o e-Government podem contribuir para a redução dos custos da administração pública com as novas tecnologias. Para sustentar esta afirmação, Luís Vidigal deu o exemplo de várias medidas projetadas e concretizadas por diversos países onde o e-Government é prioritário. "Hoje em dia conseguimos muitas autonomias. O processo público pode ser partilhado com a sociedade numa co-produção de valor. Esta é uma opção política e não tecnológica porque as tecnologias permitem o que se quiser", descreveu.

Na sua apresentação, Luís Vidigal deixou, ainda, aquela que será uma pergunta frequente do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: "Como é que as tecnologias podem melhorar a vida dos cidadãos?"

Afonso Silva, presidente da eSPap - Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, lembra que parte da solução na redução da despesa pública e na melhoria da tomada de decisão e políticas públicas, passa por uma alteração da própria génese da administração pública que é "dispersa, complexa, com uma cultura muito enraizada de “torreões” de opacidade de informação". A simplificação e desmaterialização de processos foram apontadas como alternativas a seguir.

Jorge Coelho, professor da Universidade do Minho, reconhece que é impossível gerir bem as TIC sem uma boa organização das instituições porque "verifica-se uma discrepância entre o investimento feito e as vantagens daí resultantes. Muitas vezes as estratégias não são claras. A governação das TIC acaba por não estar articulada com a governação dos processos".

A uniformidade de ofertas de cloud computing para garantir a mobilidade entre fornecedores e promover a internacionalização, foi o foco que mereceu a atenção de Paulo Calçada, presidente da Associação Eurocloud Portugal. O alinhamento com a tendência internacional de cloud computing foi a principal preocupação demonstrada pelo especialista para uma estratégia de consolidação das TIC na administração pública. Paulo Calçada diz que a cloud é "um modelo flexível que permite criação de estratégias a curto, médio e longo prazo".

Controlar para gerir melhor, é a linha defendida por José Maria Pedro, diretor de Tecnologias da Informação na Inspeção Geral das Finanças que aponta para o momento actual no qual não vê o devido retorno dos esforços feitos em investimento tecnológico. "Estamos com sérios problemas de investimentos neste momento. Quem produz e quanto custa aquilo que se produz? O desafio não está cumprido de maneira nenhuma". José Maria Pedro refere, contudo, o sucesso obtido no ano passado com o processo informatizado de entrega dos formulários de IRS. "Quando automatizamos um processo poupamos dinheiro à administração pública e aos próprios cidadãos", congratula-se. 

No primeiro painel da tarde as apresentações englobaram-se no sub-tema "Impacto na Economia e na Sociedade". A questão foi abordada por Paulo Neves, presidente da AMA - Agência para a Modernização Administrativa, que vê Portugal na linha da frente do atendimento simplificado ao cidadão. "O cidadão não se deve desdobrar entre inúmeros balcões. O futuro passa por um ponto único de contato que acompanhe os múltiplos eventos de vida do cidadão", aponta. Atendimento em modo integrado e multiplicação dos canais disponíveis serão, no entender de Paulo Neves, os caminhos a perseguir pela AMA.

A análise às múltiplas manifestações de cidadania apoiadas pelas plataformas de redes sociais, esteve no centro da apresentação de Ana Neves. A responsável pelo "Cidadania 2.0" sublinha que as ferramentas sociais nos dão o poder de escolher e de mudar algo na sociedade: "Os cidadãos até estão dispostos a dar dinheiro se sentirem que esse investimento lhes é benéfico, atribuído de forma transparente".

José Mouraz Lopes, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, referiu-se à pouca eficácia que as novas tecnologias estão a ter na área da justiça. "Na justiça administrativa e fiscal há pendências desproporcionadas aos meios existentes, o sistema processual é complexo e há falta de meios humanos", lamentou o presidente. Reorganização, simplificação e diferenciação seriam as soluções mais indicadas para a justiça se adaptar aos novos tempos, no entender de José Mouraz Lopes.

Célia Silva, chefe de divisão da direção de serviços da DGAE - Direção-Geral das Atividades Económicas levantou a questão da simplificação e desburocratização através de procedimentos eletrónicos. Segundo Célia Silva, o objetivo da adoção das TIC na DGAE passa por "incentivar o investimento na indústria através da simplificação de procedimentos e desmaterialização de processos".

Henrique Martins, presidente da Comissão para a Informatização Clínica, mostrou-se preocupado com as discrepâncias que ainda existem na linguagem informática entre hospitais públicos e privados e também pelos centros de saúde e hospitais que não "falam" entre si. Contudo, o médico deu o exemplo positivo da telemedicina e da Plataforma Dados Saúde, que prevê a desmaterialização completa do circuito da receita médica. "A plataforma pode reduzir custos, aumentar a segurança e ajudar a reformar o Estado no setor da Saúde. Este é um sistema de partilha de serviços web entre bases de dados distintas que têm, cada uma delas, um pouco da nossa história clínica", explicou Henrique Martins.

Por seu lado, João de Freitas, coordenador do grupo permanente da educação na APDSI, lamenta que as TIC tenham desaparecido da agenda principal do Ministério da Educação. Identificando alguns pontos nos quais os jovens portugueses se destacam entre a média europeia, como os jogos e as redes sociais, João de Freitas diz que continua a ser importante levar os mais jovens a filtrarem o "tsunami de conteúdos" que hoje se nos apresenta.

No encerramento da sessão, José Tribolet, professor do Instituto Superior Técnico, Luís Bento, da Associação Portuguesa para a Gestão de Pessoas, João Confraria, Vogal da ANACOM e João Proença, Secretário-Geral da UGT, debateram a questão das TIC serem "problema ou solução para a Reforma do Estado?".

A conferência, que reuniu cerca de uma centena de participantes, decorreu ao longo de quinta-feira, dia 4 de abril de 2013, na Sala da Reitoria do Campus de Campolide da Universidade Nova de Lisboa e foi acompanhada, por videoconferência, pela Universidade Fernando Pessoa, do Porto, pela Universidade do Minho e pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Governo reconhece a necessidade de criar "cadastro" dos funcionários públicos


Helder Rosalino, Secretário de Estado da Administração Interna, admitiu, na conferência que a APDSI promove durante o dia de hoje no Campus de Campolide da Universidade Nova de Lisboa, que o Governo pretende criar um "cadastro" dos funcionários públicos.

A medida foi anunciada na sequência do reconhecimento de que a organização do emprego público é uma das áreas onde ainda não ocorreram reformas do Estado e na qual as novas tecnologias têm um papel fundamental. "A administração pública ainda apresenta alguma deficiência na base de dados que continua a não ter informação sobre todos os seus funcionários. O ideal seria que essa base de dados tivesse o "cadastro" de todos, o que permitiria informação de apoio à definição de políticas públicas que têm de ser implementadas no contexto actual e no pagamento de salários num único sistema", alertou o Secretário de Estado da Administração Interna.

A gestão, organização, emprego, tecnologias e formação de recursos humanos foram apontadas como as áreas onde tem havido mais mudanças no âmbito desta reforma do Estado. "As políticas do Governo nas áreas tecnológicas enquadram-se nos desafios de reforma da administração pública, face ao difícil ajustamento que Portugal está a enfrentar", lembra Helder Rosalino. O Secretário de Estado falou, ainda, das sinergias de "entidades complementares que prestam um mesmo serviço" dando o exemplo da fusão de três Direções Gerais que se verificou na área tributária. “Hoje temos uma atividade tributária que continua a progredir", ressalvou.

Reconhecendo que os serviços partilhados são uma das mais-valias das atuais mudanças que têm ocorrido na administração pública, Helder Rosalino sublinhou, ainda, que "as TIC são uma das áreas centrais na implementação das medidas do plano de atuação do Governo. O plano estabelece a necessidade de reduzir estruturas tecnológicas, racionalizar custos com recursos humanos e operacionais maximizando os benefícios que o nosso país tem na área das novas tecnologias".

O Secretário de Estado concluiu que a reforma deve ser entendida como um processo contínuo, num constante ajuste às condicionalidades financeiras do país.

Falta de confiança no Governo pode estar a afastar os portugueses da Internet

Edwin Lau, Chefe da Divisão de Reforma do Sector Público da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, constatou, como ponto de partida para a sua intervenção por videoconferência, que "a confiança no Governo Português tem vindo a decrescer".

Segundo os dados apresentados pelo especialista da OCDE, Portugal está entre os países onde os cidadãos menos usam a Internet para interagir com os organismos públicos. Edwin Lau destaca algumas "ajudas" de que o Governo precisa e às quais pode recorrer neste âmbito. “Ambientes atrativos para os utilizadores, soluções integradas e instrumentos públicos que guiem o utilizador no contexto da governance digital", aponta.

Nesta apresentação ficou a saber-se que apenas 27% dos jovens entre os 16 e os 24 anos usam a Internet para interagir com os serviços governamentais, contra os 50% que já a usam na faixa etária entre os 25 e os 54 anos. A quase totalidade das grandes empresas já recorrem à web para os serviços da administração pública mas só 72% das pequenas e médias empresas o fazem.

De acordo com as recomendações de Edwin Lau a solução para contrariar estas percentagens passa por aumentar a confiança no governo e recorrer os social media como forma de aproximação aos cidadãos mais jovens. Para as pequenas empresas esse caminho passará, no entender do especialista, por tornar os benefícios mais claros.

A conferência da APDSI, que reúne cerca de uma centena de participantes, está a decorrer ao longo desta quinta-feira, dia 4 de abril de 2013, na sala da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, e conta com a participação, por videoconferência, da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, da Universidade do Minho e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.