A adequação dos sistemas educativos e de formação profissional, desenvolvendo as qualificações intelectuais dos trabalhadores, pode ser a chave para o aumento da inovação e da produtividade em Portugal. Esta foi a principal conclusão manifestada na 11ª tomada de posição do GAN apresentada publicamente na quinta-feira, dia 14 de Julho, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, sob o tema "Emprego, Competitividade e Sociedade da Informação".
O Grupo de Alto Nível é composto por um pequeno número de membros convidados individualmente pela direcção da APDSI, colocando o seu conhecimento e experiência ao serviço da comunidade nacional.
Para este resultado, o GAN da APDSI fez um enquadramento do estado do emprego em Portugal e da competitividade da economia nacional, para depois propor as diversas contribuições que a Sociedade da Informação (SI) pode dar no desenvolvimento económico social deste Portugal em crise. Tendo por base dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) e do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), o GAN verificou que os desempregados são, sobretudo, trabalhadores não qualificados (em todos os sectores, com um total de cerca 120 mil desempregados) e que os trabalhadores dos serviços e empregados de escritório também se contam entre os grupos profissionais com mais pessoas desempregadas (cerca de 70 mil e 56 mil, respectivamente). Confirma-se que o sector de serviços é o que mais tem sofrido com o desemprego, embora seja também aquele que absorve mais emprego.
Concluindo que «o aumento das exportações não poderá ser suportado numa desvalorização da moeda, nem tão pouco em salários baixos», esta 11ª tomada de posição do GAN aponta como caminho a seguir o da Sociedade da Informação: «Portugal tem a vantagem de integrar um espaço económico e político desenvolvido. Se nos focarmos num campo mais restrito das tecnologias de informação e comunicação, o Networked Readiness Index coloca-nos em 32º lugar, num total de 138 países».
Por outro lado, um estudo da OCDE mostra que Portugal, entre 1991 e 2001, estava no 29º lugar no ranking de produtividade entre 52 países. «A nossa baixa produtividade é, em grande parte, explicada pelo factor capital humano. Para obter elementos de riqueza numa economia é fundamental construir uma visão inspiradora e mobilizadora de toda a população, sustentada em programas claros de desenvolvimento. Há a absoluta necessidade de estratégias robustas e não uma mera colecção de acções avulsas, como é comum observar nalguns programas nacionais» aponta o GAN da APDSI nesta 11ª tomada de posição pública num período em que Portugal vive uma grave crise financeira (grande endividamento), económica (forte recessão) e social (elevado desemprego).
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