Existem demasiados políticos e comentadores que confundem um "Estado Gordo" com um "Estado Forte".
Temos um Estado cada vez mais Magro, depois de terem saído nos últimos anos mais de 100 mil funcionários, mas temos também um Estado cada vez mais Fraco e mais desacreditado, depois de se ter procurado ganhos de eficiência apenas "fazendo menos com muito menos", ao mesmo tempo que se agrediram e se estigmatizaram os funcionários públicos.
Estamos a correr um risco de perca da soberania e da coesão social, se continuarmos a desvalorizar o papel do Estado e a exaltar apenas tudo o que é Privado.
Insisto que as TIC nos permitem "fazer MUITO MAIS, com MENOS", aumentando dramaticamente a produtividade do Estado.
Ao contrário disto tivemos nos últimos anos o descrédito das TIC e o aumento dos horários de trabalho, diminuindo de forma acentuada a produtividade do setor público.
Seria exatamente os funcionários públicos que caberia a responsabilidade de proteger os "projetos estruturantes", já que os os "projetos foguete" estão protegidos pelos ciclos políticos e pelas "vendas flash" dos fornecedores privados.
O emagrecimento do Estado vai acontecer de forma natural devido à elevada média de idades dos atuais funcionários. O problema está na reabilitação do prestígio do Estado através do aumento de produtividade mediante o uso adequado das TIC e da consequente simplificação e desmaterialização de processos, ao mesmo tempo que se vão libertando efetivos para ajudarem os mais excluídos (reforçando o caminho iniciado com os "Espaços do Cidadão"). Deve ser um objetivo político acabar com todas as atividades parasitárias que giram em torno das ineficiências do Estado e que não criam valor à economia (consultoras, solicitadores, empreiteiros sem escrúpulos, gestores de "faz de conta", etc.).
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