segunda-feira, 20 de maio de 2013

APDSI assinala o Dia Mundial das Telecomunicações e da SI dedicado à segurança rodoviária


A Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação assinalou, na sexta-feira, 17 de maio de 2013, o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação com uma mesa-redonda sobre o tema "ICTs and improving road safety". 17 de maio é, agora, também conhecido como o Dia Mundial da Internet.

Sendo Portugal um dos países mais desenvolvidos da União Europeia no que diz respeito à Sociedade da Informação, José Luís Almeida Mota, Presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações, considera que é fundamental haver uma reflexão sobre as implicações desse desenvolvimento na sociedade: "Com as redes de telecomunicações a crescerem desde os anos 90, fomo-nos esquecendo da altura em que comunicar à distância era falar ao telefone ou mandar telegramas. O desenvolvimento dos últimos 25 anos mudou drasticamente a forma como comunicamos no nosso dia-a-dia".

Carlos Lopes, Diretor de Serviços da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária, começou por fazer um enquadramento que, num contexto de crise, desperta as atenções para o tema deste 17 de maio. Em Portugal, os custos com acidentes rodoviários correspondem a 1,64% do PIB, ou seja, os acidentes de viação tiveram, no estudo apresentado por Carlos Lopes, entre 1996 e 2010, um custo económico e social anual médio que rondou os 2.500 milhões de euros. "Algumas características de personalidade do Ser Humano são mais propensas a causar acidentes. O fator humano intervém em 96% dos acidentes, pelo que podemos dizer que os atos inseguros por detrás da condução podem ser intencionais e não intencionais", revelou o representante da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária.

Como exemplo de intervenção das TIC na segurança rodoviária, Carlos Lopes apontou o controlo automático de velocidade e a sua fiscalização que, desde o momento da infração até à cobrança da multa, é um processo que já está totalmente informatizado, e defendeu um parque automóvel mais moderno como forma de combate à sinistralidade rodoviária.

Pedro Barradas, do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, reforçou como as políticas de promoção e de adoção de novas tecnologias podem contribuir para uma melhoria da segurança rodoviária. Sendo que cerca de 44% das mercadorias são transportadas pela rodovia, a União Europeia tem vindo a investir em normas técnicas harmonizadas. Para o Chefe de Departamento de Normalização Técnica do Instituto, o White Paper 2050 para o transporte na União Europeia, vai trazer mudanças em vários quadrantes da sociedade: "As TIC vão ter um papel fundamental na contribuição para transbordos mais simples e mais fiáveis. As orientações estratégicas também apontam para uma melhoria do consumo energético. A qualidade de vida vai ser medida em função da qualidade do transporte", diz.

"O Papel das TICs na Conceção e Requalificação da Rede Rodoviária Nacional Presente e Futura" foi o tema defendido por António Palma Ramalho, Presidente da Estradas de Portugal. "Não sendo a infraestrutura um elemento essencial da segurança rodoviária, é uma das parcelas do triângulo [infraestrutura | veículo | condutor] que está a enfrentar enormes desafios: redução de fundos, aumento da idade média do parque automóvel e uma gestão da atitude e comportamento do utilizador”, reconhece Palma Ramalho que está, no entanto, otimista quanto ao futuro: “a comunicação veículo-veículo está em estado de maturidade mas precisa de inovar".

Paulo Pereira, Consultor Principal da Direção da Segurança das Comunicações da ANACOM, baseia-se em dados da União Europeia para sustentar que 2500 vidas serão salvas anualmente e a severidade dos ferimentos pode reduzir-se até 15% assim que começar a vigorar a eCall - chamada de emergência (112) feita pelos próprios veículos. "A chamada de emergência é desencadeada automaticamente por sistema específico (IVS) instalado no veículo. É estabelecida uma chamada de voz e é enviada informação relevante para o tratamento da chamada de emergência", explicou Paulo Pereira. Esta medida será harmonizado por toda a União Europeia e a partir de 1 de outubro de 2015 todos os veículos novos deverão ter este equipamento incorporado de série.

Quanto às preocupações com a questão da privacidade, o consultor da ANACOM tranquiliza os mais céticos: "A informação não é rastreada durante todo o tempo de utilização do veículo. A aplicação só é ativada em caso de acidente e os dados ficam na rede apenas durante uma hora. A privacidade é garantida com o fim do tratamento da chamada de emergência".

O encontro culminou com uma mesa-redonda sobre como o mercado e as tecnologias estão a dar resposta às TIC e à questão da Segurança Rodoviária, moderada por Reginaldo de Almeida, Jornalista e Professor Universitário.

Jorge Sales Gomes, da Brisa Inovação, Ana Dias, da Portugal Telecom, Joel Silveirinha, da Cisco e Hélder Alves, da Indra, apresentaram os equipamentos de sucesso desenvolvidos pelas respetivas empresas.

Este dia teve enquadramento na proposta da UIT – União Internacional das Telecomunicações "ICTs and improving road safety" para o ano de 2013. A mesa-redonda da APDSI decorreu na Fundação Portuguesa das Telecomunicações, em Lisboa.


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