A Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI) organizou ontem a Conferência “Saúde e Segurança Digital”, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. O evento dá continuidade aos bons resultados de anos anteriores nas edições da Conferência “As TIC e a Saúde no Portugal de Hoje”, sempre desenvolvido em articulação com entidades do Ministério da Saúde, entidades prestadoras de cuidados de saúde públicas e privadas e com fornecedores de soluções e tecnologias.
A abertura da conferência esteve a cargo de Maria Helena Monteiro, presidente da direção da APDSI, num painel que contou com a participação de Francisco Ramos, secretário de Estado Adjunto e da Saúde e Teresa Sustelo de Freitas, presidente do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL).
Nesta edição, a APDSI contou ainda com a participação de Henrique Martins, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), António Gameiro Marques, diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança (GNS), Francisco Rocha Gonçalves, da administração do IPO do Porto, Marco Prazeres, da Luz Saúde, Maria de Lurdes Gonçalves, da Vieira de Almeida e Associados, e Joaquim Cunha, diretor executivo do Health Cluster Portugal. Participaram também representantes da Deloitte, Everis, IBM, Glintt, Maxdata, Microsoft, Oracle e SAP, os principais fornecedores de soluções tecnológicas a operar em Portugal.
Com este conjunto diversificado de oradores, a APDSI considerou estarem reunidos os principais players para refletir, de forma assertiva e pertinente, sobre os principais desafios associados à segurança e à confidencialidade da informação.
Do conjunto das participações, concluiu-se que é consensual a noção de que os sistemas de informação na saúde são fundamentais, como catalisadores da progressiva "digitalização" da saúde e de uma maior qualidade na prevenção, tratamento e acompanhamento dos doentes.
Contudo, estes desenvolvimentos qualitativos e quantitativos implicam um aumento dos riscos de segurança, que importa gerir no sentido de geração de uma maior confiança que possa resultar numa maior segurança dos pacientes, colocando-os no centro da decisão. Essa gestão deverá ser desenvolvida segundo análises de custo-benefício cuidadas, que considerem equilibradamente os imperativos de segurança, privacidade e compliance.
Os cidadãos gostam de segurança, mas não a pedem. Ou seja, demasiado tempo sem incidências de segurança leva-nos a desprezá-la, pelo que se deve apostar em “security by design”, recorrendo também à open innovation.
Nesta conferência, foi ainda abordado o tema do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) identificado como uma oportunidade para, com base em relações de confiança, melhorar a qualidade dos dados e dos processos que fazem a sua gestão.
Existem já casos de sucesso na aplicação destes princípios, apresentados por um conjunto variado de empresas com presença internacional no mercado da saúde. Como sempre, é intenção da APDSI promover, na sociedade civil, a reflexão sobre o movimento de transformação do setor da saúde, com particular ênfase em Portugal, o que passa também por identificar boas práticas e casos de sucesso nacionais e internacionais que possam vir a contribuir para boas performances num contexto nacional.
As TIC são os principais agentes inovadores desta transformação do setor da Saúde e devem ser também quem garante uma maior equidade e uma maior qualidade de cuidados em saúde centrados no cidadão. Conduzir à perceção deste papel alargado das TIC no setor é um dos principais objetivos desta iniciativa da APDSI.
Sem comentários:
Enviar um comentário