A propósito das duas últimas publicações ...
A história não se repete, mas rima. Mark Twain
Sugere-se a leitura do trabalho publicado por Leonor Freire Costa em Análise Social, vol.XXXI (136-137), 1996 (2º,- 3º), 295-312 sob o título:
Aspectos empresariais da construção naval no século XVI: o caso da Ribeira das Naus de Lisboa
Transcrevo uma pequena parte do que a autora/investigadora relata sobre o "funcionamento" deste Arsenal:
Perante tais níveis de aplicação de capitais, não se estranha que um dos intuitos do provedor-mor dos Armazéns fosse a contenção de despesas, mesmo que em prejuízo da celeridade dos trabalhos. Contudo, o seu parecer não escapava à polémica. Já em 1510 se apontavam os males dos contratos de empreitada pela sua morosidade, mas também pela falta de zelo dos empreiteiros, que recorriam a sub empreitadas, não se sabendo depois a quem exigir responsabilidades pelos atrasos *37. Mais tarde, outras opiniões, de quem experimentava a viagem em navios mal consertados ou de quem assistia à perda de tais cabedais num naufrágio, condenarão esta modalidade contratual, sublinhando os seus inconvenientes: associada ao melhor preço estaria a má qualidade dos materiais e pouco cuidado na execução das obras. As empreitadas surgem, assim, como um dos alvos de crítica às estratégias seguidas pela administração do estaleiro. E na sua condenação perpassa a consciência do tempo de amortização dos capitais. Custos inferiores representariam, afinal, um encurtamento da longevidade do navio. Problema idêntico viria a dar argumentos aos que rejeitaram, no final do século, algumas inovações técnicas introduzidas. As querenas, como método de reparação do casco, foram objecto de insistentes acusações por parte de Duarte Gomes Solis
Em minha opinião temos um problema crónico de aprendizagem, repetindo experiências de fracassos.
Sem comentários:
Enviar um comentário