quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Audio-Conferência "O Futuro da Sociedade da Informação em Portugal"

Audio-conferência da responsabilidade da APDSI e do INA, realizada no dia 15 de Setembro de 2009 entre as 14:00 e as 15:30h, com 35 participantes de várias regiões de Portugal, mas também do Brasil e de Moçambique


Gravação da audio-conferência 1h e 27m:




Slides de apoio:

Estaremos à beira de uma nova "Reinvenção da Roda"?


No debate com os Partidos Políticos organizado pela APDSI, que teve lugar no passado dia 15, verificou-se mais uma vez a tentação para uma apropriação partidária (Politics) do que deveria ser um desígnio nacional (Policy) para mobilizar a transformação do Estado, a inclusão social, o desenvolvimento económico, a melhoria das competências, etc.
A apropriação partidária de algo que deveria ser consensual acarreta descontinuidades e reinvenções da roda em cada legislatura que passa.
O PSD entendeu no debate que a Sociedade da Informação começou verdadeiramente em 2002 com a criação da UMIC e o PS considera a importância do Plano Tecnológico na agenda política do Governo.
Quem como eu já está na administração pública há 38 anos e vai para o 25º Governo, tem necessidade de lembrar que o Livro Verde para a Sociedade da Informação foi aprovado pelo Governo e pela Assembleia da República em 1997, que o Infocid enquanto iniciativa pioneira de e-Government, faz este ano o 20º aniversário e que o Bilhete de Identidade foi informatizado em 1971 e o início da mecanografia nos impostos e no orçamento foi em meados dos anos 50.
Não é preciso apenas ter memória, é necessário garantir a continuidade de um processo de transformação que se iniciou há mais de 50 anos e em que os portugueses souberam estar sempre na primeira linha.
Ainda existem muitas corridas de fundo a salvaguardar, como o Cadastro Geográfico multi-funcional, a integração de processos “end to end” entre os vários ministérios e entre os vários níveis de governação, a criação de uma arquitectura organizacional, semântica e tecnológica que permita a desmaterialização e aceleração de processos para uma verdadeira administração em tempo real, as representações únicas de pessoas, empresas, veículos e território do nosso país, etc.
Estes desafios devem ser continuados e geridos para além do tempo de cada Legislatura e para além do espaço de cada departamento, ministério ou nível de governação.
Vamos ver o que acontece a partir do dia 27

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Debate com os Partidos Políticos sobre a Estratégia para a Sociedade da Informação

Já foram publicados e pode ver aqui todos os vídeos relativos às intervenções dos quatro partidos no Debate com os Partidos Políticos sobre a Estratégia para a Sociedade da Informação, realizado no passado dia 15 de Setembro na Reitoria da UNL:

Os Verdes - 4 minutos
PCP - 15 minutos
PSD - 18 minutos
PS - 18 minutos
Debate - 1ª parte - 34 minutos
Debate - 2ª parte - 45 minutos

Debate com os Partidos Políticos sobre a Estratégia para a Sociedade da Informação

Dia 15 de Setembro na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa

Intervenção do dr João Tiago da Silveira em representação do PS


Intervenção do dr Pedro Duarte em representação do PSD

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Para quando um CIO do Estado?

Há mais de três anos que venho lançando o debate em torno do papel do CIO (Chief Information Officer) no Estado.
Trata-se de um papel verdadeiramente paradoxal, uma vez que, ao mesmo tempo que deverá ser capaz de participar e influenciar as estruturas políticas em cada momento, terá de ser capaz de ultrapassar as barreiras do tempo (sobreviver às mudanças de Legislatura) e ultrapassar as barreiras do espaço, ou seja da tutela em que se encontra integrado, mantendo uma visão holística do sistema de informação do Estado.
As funções de governação (Governance) dos SI/TI não são iguais em todas as organizações, pois dependem da fase de maturidade em que se encontram os gestores dos recursos informacionais e das tecnologias que lhe dão suporte, as quais tanto podem ser asseguradas por solucionadores reactivos de problemas centrados nas tecnologias, do tipo CTO, como por autênticos CIO que são capazes de agir proactivamente e influenciar a transformação do negócio através da utilização adequada dos SI/TI, de forma co-optada com os seus pares nos níveis mais elevados da gestão e da governação.Os CIO podem percorrer cinco estágios de maturidade ou de credibilidade segundo o grau de confiança e aceitação que as respectivas estruturas e funções merecem perante os mais altos níveis de governação. A gestão dos SI/TI inicia-se quase sempre em fases segregadas de incerteza e cepticismo, aspirando a conquistar progressivamente fases mais maduras de aceitação e confiança, para finalmente atingir o respeito por parte de todos os seus pares e em particular por parte da direcção de topo, que, no caso das administrações públicas, é o próprio Governo.Associadas a cada um destes estágios, podemos encontrar percepções e formas de gestão diferenciadas, progressivamente mais comprometidas com a organização como um todo.
Há medida que se vai progredindo na maturidade da gestão dos SI/TI estes passam a ser capazes de acrescentar cada vez mais valor ao negócio e em contrapartida merecer a aceitação e o reconhecimento de todos os parceiros envolvidos.
Por tudo isto, precisamos de um CIO do Estado que seja capaz de exercer funções de soberania, com força, credibilidade e independência suficientes, para ultrapassar as barreiras Legislativas (Tempo) e as barreiras ministeriais (Espaço).
De acordo com a legislação vigente e os princípios do PRACE, a estrutura executiva de suporte deverá ser uma Direcção Geral (Administração Directa do Estado) com as mesmas características de força, credibilidade e independência do CIO e não uma agência, empresa ou qualquer outra entidade da Administração Indirecta do Estado.

domingo, 20 de setembro de 2009

Pensar a Sociedade da Informação

Perspectivar o futuro é uma actividade normal da natureza humana. Em áreas com uma evolução muito rápida é uma necessidade.
A temática da sociedade da informação e do conhecimento está precisamente nesta última categoria.
As implicações no quotidiano dos cidadãos, na organização da sociedade, nos comportamentos colectivos, na forma de gerir os negócios, na comunicação social, na educação, na saúde, na cultura e no entretenimento, para referir apenas algumas das áreas em que as suas repercussões se fazem sentir, são muito importantes.
Pensar o futuro é deste modo uma actividade imprescindível para todos aqueles que desejam intervir no desenvolvimento deste processo, que se encontra em curso na sociedade, em que a informação e o conhecimento ganham um papel progressivamente mais importante na criação de riqueza e na melhoria da qualidade de vida.
Os efeitos fazem-se sentir no campo social e no domínio da organização política. As transformações tecnológicas são o gatilho que faz detonar essas alterações, nem sempre de forma imediata. É habitual existir um período mais ou menos longo de assimilação da tecnologia e de exploração das suas potencialidades.
No domínio do social e dos diferentes modelos sociais, é relevante debaterem-se questões como:
Que novas estratificações sociais são expectáveis? Como actuarão no futuro?
O que pensam os cidadãos sobre o que lhes é importante para o futuro, que valores estão em causa, necessidades pessoais e motivações individuais?
Que tipo de evolução terão as instituições existentes? Que tipo de novas instituições se espera possam vir a existir?
Sobre a economia da sociedade da informação devem levantar-se questões da seguinte natureza:
Que modelos económicos poderão estar subjacentes ao desenvolvimento da SI?
Como é que o mercado se apresentará no futuro? Como evoluirá a sua estrutura, que propriedades e dinâmica apresentarão?
Que tipos de novas empresas aparecerão no futuro? Que tipos de modelos de negócios irão desenvolver-se?
Quais são e onde emanam as forças dominantes do mercado no futuro?
No que se refere aos modelos políticos para o desenvolvimento da Sociedade da Informação debatem-se tópicos como os que se seguem:
Que modelos ou políticas poderão identificar-se para a construção da Sociedade de Informação?
Como se desenvolverá o conceito de democracia à luz duma sociedade que tenha por base a informação e o conhecimento? Qual o efeito nas campanhas eleitorais?
Como reagirão as instituições de índole global, governos nacionais e organizações locais?
Como notarão, há neste conjunto de interrogações matéria relevante, para excluir o alheamento e promover o ‘Pensar o Futuro’.