A Brisa e a Peugeot estão entre as melhores empresas no que toca à acessibilidade Web para cidadãos com necessidades especiais. Este é o resultado de um estudo realizado pelo Grupo Permanente de Negócio Electrónico (GNE) da APDSI, em pareceria com a UMIC, apresentado ao público na passada quinta-feira, dia 5 de Maio, em Lisboa.
Apesar de se verificar uma melhoria global nos resultados de acessibilidade, comprovada pelos estudos de 2010 face aos de 2009, a acessibilidade Web das maiores empresas portuguesas é, ainda, muito baixa. Em Portugal existem cerca de um milhão de pessoas com necessidades especiais. O estudo incidiu sobre mais de 894 sites, seleccionados entre as mil maiores empresas portuguesas (excluindo o sector da banca). A página Web da Brisa foi eleita a mais acessível, tendo por base as directrizes de acessibilidade 1.0 do World Wide Web Consortium (W3C), denominadas WCAG 1.0.
Rui Sousa Gil, director de redes e sistemas da Brisa, diz que a empresa, mesmo não tendo condições para, internamente, manter a evolução do site, faz questão de continuar por este caminho: «Esta distinção vem na sequência da política de sustentabilidade que a Brisa promove e que tem em acção. Também temos por tradição trabalhar com um conjunto de parceiros aos quais colocamos os requisitos básicos, tanto do ponto de vista tecnológico, como do ponto de vista da imagem corporativa, requisitos esses que servem de base para o trabalho cujo resultado vemos hoje avaliado».
Neste grupo, o relatório mostra uma evolução positiva face à análise anterior, realizada em 2009, com o número de sites que respeitam o nível de regras de acessibilidade mais baixo (A) a mais que duplicarem, passando de 73 para 155. Os restantes nove melhores sites são: COMAR, SATA Internacional, Ibéria, Sanindusa, Luta II, ACCECOM, Nova Delta, Renova e Martinez Gassiot Vinhos.
No nível de acessibilidade intermédio (AA), o número de empresas aumentou de uma, em 2009, para quatro em 2010, tendo sido possível identificar apenas um site com o nível máximo de conformidade (AAA) - o da Brisa.
Já o site da marca de automóveis Peugeot lidera nos critérios de análise relativos à versão mais recente do conjunto de regras instituídas pelo W3C, denominado WCAG 2.0, existente desde 2008. Neste critério, entre os 10 melhores destacam-se, ainda, o site da Distrifarma, Tecneira, Joaquim Moreira Pinto e Filhos lda., Pimenta & Rendeiro, CME, Dilp, Valente Marques Comercial, Martinez Gassiot Vinhos e o site da Obriverca.
Ramiro Gonçalves, Professor da UTAD, mostrou-se optimista quanto a estes resultados: «Há, claramente, melhorias na acessibilidade e quantas mais vezes este assunto for tratado e quantas mais vezes as pessoas que têm responsabilidades ao nível das tomadas de decisão nas empresas e na monitorização deste tipo de cumprimento de directivas, mais facilmente teremos no futuro um conjunto de empresas mais alargado que irão cumprir as directivas e estar preocupadas com as questões da acessibilidade».
No final da apresentação foram feitas várias recomendações para melhorar a acessibilidade, mas essencialmente para chamar a atenção dos responsáveis das empresas para a importância de terem um website acessível a cidadãos com necessidades especiais.
1 comentário:
http://cambiantevelador2.blogs.sapo.pt/24122.html
Será que a sociedade de informação serve para “informar”; e as empresas que tanto gostam das novas tecnologias, na prática (no terreno) são cumpridoras das suas responsabilidades?
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