quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Smartphones cada vez mais usados em Portugal para aceder à Internet



Os smartphones e tablets estão a tornar-se cada vez mais populares e, segundo dados de novembro, já são usados em 35% das visitas a sites em Portugal. Os resultados são avançados pela Marktest.

Os computadores continuam a liderar nos acessos à Internet (65%), mas o número de portugueses que usa os dispositivos móveis para navegar online tem vindo a crescer (8% comparativamente com o período homólogo do ano passado).

Em novembro, 35% das páginas dos sites auditados pela Marktest foram acedidas através de telefones ou tablets. Entre os dispositivos móveis, os smartphones representam 30% dos acessos mensais, enquanto os tablets foram responsáveis por 5% das páginas visitadas.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Centro Nacional de Cibersegurança fecha o ano com site novo



O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) fecha o ano com uma nova versão do site.

Além de ser um meio de divulgação de informações sobre cibersegurança, o novo sítio na web também permite receber notificações de incidentes por parte de entidades públicas e privadas que o podem utilizar para dar conhecimento destas ocorrências ao organismo. Outra das novidades é uma chave PGP para cifrar de mensagens com informação sensível.

De acordo com o Ministério da Educação e Ciência, o site foi reestruturado focado também na «partilha de conhecimentos de cibersegurança para o seguro funcionamento das redes e sistemas de informação da Administração Pública, de operadores de serviços essenciais e dos prestadores de serviços digitais.

Entre os conteúdos que o centro pretende disponibilizar contam-se boas práticas de cibersegurança, entre outros para sensibilização do público em geral e a promoção de uma cultura de segurança no digital.

O Centro Nacional de Cibersegurança atua como coordenador operacional e autoridade nacional especialista em matéria de cibersegurança junto das entidades públicas e das infraestruturas críticas, garantindo que o ciberespaço é utilizado como espaço de liberdade, segurança e justiça, para proteção dos setores da sociedade que materializam a soberania nacional e o Estado de Direito Democrático.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Administração Pública avança com projeto de controlo de eletricidade


A Administração Pública vai avançar com um projeto de controlo de eletricidade, sob coordenação da Everis. A notícia foi divulgada em comunicado enviado à imprensa pela consultora.

Numa fase inicial, a Everis Portugal vai gerir um sistema de Automated Demand Response (ADR) para demonstração, em que participam o LNEG, a Daikin Industries, a EDP Inovação, a Efacec Energia e NEDO. Numa segunda fase, a consultora vai participar no desenvolvimento de software para o projeto a ser implementado em edifícios públicos da cidade de Lisboa durante os próximos três anos.

A iniciativa resulta do acordo assinado entre o ministério da Economia, e o LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia e a NEDO - New Energy and Industrial Technology Development Organization of Japan. O programa reúne um consórcio de organizações portuguesas e japonesas, das quais fazem parte ainda, o LNEG, a Daikin Industries, a EDP Inovação e a Efacec Energia.

Um dos objetivos do ADR passa por testar uma nova tecnologia destinada a equilibrar o consumo e a produção de eletricidade, cada vez mais exigente no contexto quer económico, quer ambiental.

Segundo a Everis, a solução tecnológica prevista servirá para fazer face a desafios relacionados com a estabilidade do fornecimento de eletricidade, assim como flutuações de preço da energia muito significativos.

De recordar que Portugal tem como meta alcançar 31% de energias renováveis no consumo final de energia em 2020. Uma vez concluído o projeto, é avaliada a possibilidade de aplicar a nova tecnologia na Europa e no Japão.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Presidente americano quer ter acesso a relatório sobre ciberataques


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu às agências de serviços de informação norte-americanas que, antes do fim do seu mandato, realizem uma investigação detalhada sobre os ciberataques que alegadamente visaram afetar os resultados eleitorais este ano.

De recordar que o Washington Post noticiou que Donald Trump, o presidente eleito, refuta um possível envolvimento da Rússia, que a CIA diz ter existido.

A assessora de segurança de Obama, Lisa Monaco, anunciou que a análise deverá estar pronta antes do dia 20 de janeiro. O relatório da investigação  será partilhado com membros do Congresso americano, alguns dos quais já tinham anteriormente pedido uma investigação também neste sentido. A novidade, agora, é que Obama quer tornar o relatório público.

A investigação pode, também, incidir sobre o que se passou no momento eleitoral de 2008.

Em outubro, as agências de informação norte-americanas acusaram publicamente o governo russo de apoiar ataques a alvos políticos norte-americanos para interferir nas eleições presidenciais. No entanto, as organizações envolvidas não apresentaram provas que sustentassem as acusações.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Google cria app a pensar na segurança individual


A Google lançou uma aplicação a pensar na segurança individual dos cidadãos. Chama-se "Contactos de Confiança" e permite-nos partilhar a localização com um círculo restrito de contactos da nossa lista.

Na eventualidade de ocorrer um problema, ou uma situação inesperada, mesmo que o telefone esteja offline ou longe do raio de alcance do utilizador, essa ou essas pessoas são avisadas. A Google alerta, contudo, que o serviço não deve ser encarado como um substituto do 112 - o número nacional de emergência.

Uma vez instalada, a aplicação pode atribuir o estatuto de "confiável" aos contactos que desejar e o seu registo de movimentos será disponibilizado na app dessa mesma pessoa. Em caso de perigo, pode partilhar a sua geolocalização com esse grupo e os seus membros podem pedir-lhe para visualizar o local exato onde se encontra. Se tudo estiver bem, pode rejeitar o pedido, mas se não responder dentro de um determinado período de tempo, a informação é partilhada automaticamente e só deixa de ser transmitida quando o indicar.

"Contactos de Confiança" é uma app gratuita e está disponível para Android.

domingo, 11 de dezembro de 2016

«Ignorância do que está a acontecer»


A propósito do tema da Newsweek da imagem o artigo de Leonel Moura «O que desconhecemos» que pode ler aqui. De lá:
«(...)Mas esta Newsweek é interessante noutra perspetiva. A da ignorância.
 Ignorância do que está a acontecer. A maioria das pessoas não se dá conta da evolução tecnológica e das suas implicações. Foi o que sucedeu com a internet. Agora é a vez da inteligência artificial. Surgem umas notícias avulsas, fazem-se umas piadas, há sempre quem diga que não é possível ou é uma conspiração qualquer, mas circula pouca informação séria sobre o assunto. Não circula nos media, na política, nem no meio empresarial. A realidade surge sempre como uma grande surpresa. Cabe dizer: são as coisas que desconhecemos que mudam as nossas vidas. (...)»

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A maioria das Câmaras Municipais tem um longo caminho a percorrer em matéria de SIG


A APDSI organizou uma conferência sobre o “GeoCompetitivo” na Administração Local na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Telheiras 

A maioria das Câmaras Municipais tem, ainda, um percurso significativo a fazer em matéria de SIG - Sistemas de Informação Geográfica. Esta é apenas uma das conclusões do Estudo "GeoCompetitivo na Administração Local", apresentado por Maria do Carmo Lucas, na conferência da APDSI que decorreu a 6 de dezembro de 2016 na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Telheiras.

A conferência surgiu no âmbito do Grupo Permanente dos Sistemas de Informação Geográfica (GSIG) da APDSI.

O tema da conferência ganha particular importância numa altura em que todo o objeto pode ser georreferenciado. A própria mobilidade já pode ser georreferenciada, o que contrasta com a situação do país onde um quarto do território nacional não tem propriedade atribuída.
O estudo conclui que ainda há muitas Câmaras Municipais sem SIG - Sistema de Informação Geográfica; há uma equilibrada partilha interna entre os vários serviços, embora a partilha com o exterior seja mais modesta e há alguma preocupação com a mobilidade. Só 20% das autarquias disponibiliza serviços com standards OGC - Open Geospatial Consortium, o que demonstra que a colaboração continua a ser um problema ou ainda haverá um desconhecimento generalizado sobre o que é o OGC.

Quanto a dispositivos móveis, algumas autarquias já começam a ter alguns serviços adaptados a esta nova tendência - 24% admite fazê-lo permitindo a consulta e emissão de plantas na área do urbanismo, de processos, fiscalização e informação aos munícipes. A principal vantagem apontada é a redução dos gastos em papel.

Além desta vantagem, Sandra Resende, da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, afirma que outra das grandes necessidades que a Câmara viu na adoção do SIG foi a de aumentar a interação com o cidadão mas através de uma diminuição do canal presencial. «Tínhamos muita dificuldade na gestão da documentação do licenciamento, tínhamos pilhas e pilhas, centenas e centenas de páginas a consultar, o que gerava demora», admite a coordenadora do Gabinete de Informação Geográfica. A solução foi a tramitação para o digital bem como um melhor uso da informação existente, disseminando a informação geográfica.

A plataforma digital saiu em 2008 obrigando a «repensar a informação geográfica de outra forma e um modelo de disponibilização de dados muito mais estruturado». Foi assim que surgiu o Projeto Mirante que, hoje em dia, já cruza Internet com Intranet, explica: «Cada funcionário envolvido recebe tarefas que o obrigam a alimentar o sistema de alguma forma». O sistema Mirante, na autarquia, faz a atualização cartográfica e disponibiliza-a online. «É dispendioso mas cobre os custos com a poupança que se obtém», demonstra Sandra Resende, acrescentando as vantagens também para o cidadão: mais confiança na instituição, mais transparência, melhor atendimento, menos custos na instrução dos processos, menos deslocações ou telefonemas, mais rapidez.

Com este caminho percorrido, a autarquia espera conseguir, em março, estar completamente de acordo com o INSPIRE - que estabelece a criação da Infraestrutura Europeia de Informação Geográfica. A Diretiva Infrastructure for Spatial information in Europe obriga os Estados-Membros a gerirem e disponibilizarem os dados e os serviços de informação geográfica de acordo com princípios e regras comuns, como a interoperabilidade, por exemplo.

Desmaterializar processos de obras particulares foi a primeira vontade de Eduardo Costa Ferreira, da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, que achava mais vantajosas as ferramentas de open source. A migração de dados também não foi fácil mas o SIG passou a ficar online com disponibilização de plantas e cartografia à população. Nesta altura o papel ainda convive com o digital mas 2017 é o ano de um novo caminho a seguir.

Eduardo Costa Vieira admitiu, na conferência da APDSI, que «as dificuldades são enormes para um município pequeno» mas quer montar a evolução do concelho nos últimos anos através do SIG.

Já Marco Lima Carvalho, da Câmara Municipal de Gaia, parte do princípio de que a informação é acessível a todos. Em 2001 começou o projeto do Sistema Municipal de Informação Geográfica. Hoje a interoperabilidade nos sistemas municipais estão ao serviço de todos e tudo começa no técnico ou cidadão e não nos serviços municipais. Na Biblioteca de Telheiras, o diretor de Divisão de Sistemas de Informação apresentou o projeto NOPAPER - uma iniciativa de desmaterialização de processos que foi decidida em duas fases; numa primeira, para garantir ao exterior a desmaterialização de processos, e numa segunda fase para assegurar a desmaterialização interna. Garantir a interoperabilidade, mesmo com múltiplos fornecedores de serviços, implica um grande domínio da arquitetura de dados.

Em Gaia os resultados estão à vista: 85% do serviço já é digital, o que se traduz em maior flexibilidade horária, redução do papel, aumento da rapidez interna e diminuição do tempo para consulta de entidades externas.

A Câmara Municipal de Lisboa esteve representada por Rui Ricardo, chefe da Divisão de Sistemas de Informação e Aplicações, que começou por referir que, porque Lisboa é um concelho densamente urbano, houve muita interoperabilidade entre freguesias o que resultou em muitas alterações de sistemas. «O SIG é tão importante quanto a visão de cliente e o controlo financeiro porque corresponde à visão do território, tudo o que acontece na cidade. Politicamente o SIG está a começar a ser visto de forma estratégica e, até aqui, nunca tinha sido visto como um vetor que alavanca a evolução», ressalvou. 

Em Lisboa, o SIG orientado para serviços começou em 2010, sendo o site "Lisboa Interativa" o lado mais visível do que tem vindo a ser feito nesta área. «O SIG é o principal motor do open data Lisboa», diz Rui Ricardo que, todavia, aponta as principais ameaças que a autarquia encontrou: resistência à mudança, receio da perca de poder, gestão de redundância de informação e constante evolução da tecnologia. A única forma de lidar com alguns dos obstáculos apontados, entende o chefe da Divisão de Sistemas de Informação e Aplicações, é fazendo uma forte aposta na comunicação e formação, na partilha de informação e devolução de valor a quem partilha, além de adotar novos recursos tecnológicos que evitem as redundâncias.

Na reta final da conferência foram apontados alguns bons exemplos de SIG em Portugal, como o da Administração dos Portos de Sines e do Algarve, que integra sete diferentes sistemas e foi distinguido em 2011 com o título "SIG do Ano", da ESRI Portugal - Sistemas e Informação Geográfica, S.A. - uma empresa portuguesa, fundada em 1987, com o propósito de atuar como agente especializado no desenvolvimento e fornecimento de sistemas de informação baseados na tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica - SIG.

Outro bom exemplo veio da CIMAC - Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central que faz a cartografia de ocupação e uso do solo e onde o processo de informatização permite, por exemplo, que o distrito de Évora tenha todo o cadastro rústico em formato digital, com uma data de referência de 2010.

A fechar, ficou o exemplo da Altri Florestal onde os trabalhos de inventário e atualização de informação são as prioridades, já que a informação geográfica é a base de todos os trabalhos de gestão florestal.

Veja aqui as apresentações.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

It’s Time To Talk About realizou-se na Universidade Lusófona

Painel de oradores e moderador


A edição de novembro de 2016 da iniciativa da itSMF Portugal intitulada It’s Time To Talk About, realizou-se no passado dia 23 e foi dedicada ao tema da “Segurança Como Um Serviço”.

Durante cerca de duas horas, Jorge Silva Carvalho, da Universidade Lusófona e Grupo 2045, Luís Lobo e Silva, da Focus2Comply, e João Barreto Fernandes, da S21Sec, reuniram-se na Universidade Lusófona para debater, de forma informal, a questão da segurança como um serviço, sob moderação de Reginaldo Almeida.

A segurança está hoje no topo das agendas das organizações e o objetivo da itSMF foi perceber que oportunidades e soluções têm as empresas que, unanimemente, se concluiu que raras vezes estão alerta e preparadas para as alterações a decorrer e ataques informáticos a que estão sujeitas. Segurança e informação são pilares fundamentais para o desenvolvimento digital das organizações que nem sempre estão capacitadas para a necessidade de contratação de serviços de segurança e alerta para o facto de que, a previsibilidade de determinados movimentos as deixa mais vulneráveis. A segurança é, sem dúvida, um fator crítico de sucesso.

Luís Lobo e Silva começou por alertar que a própria sofisticação dos sistemas de informação está a obrigar à adoção de novas práticas, sobretudo, de caráter preventivo. Essas novas práticas são de dimensão cultural (consciencializando os profissionais a adotarem novos hábitos), processual (através do empowerment da gestão de segurança de informação) e tecnológica (mas o investimento neste campo pode perder-se se a cultura de segurança não estiver implementada).

Uma cultura de segurança só consegue ser fortemente implementada em toda a sociedade e, de forma mais específica, nas organizações, se for vista como um fator adicional de inteligência. Esta é a opinião de Jorge Silva Carvalho que lembra que o cibermundo mais não é que um espelho do que acontece na segurança do ponto de vista mais clássico: “O terrorismo também acontece no mundo virtual. Os bens intelectuais da empresa podem ser sabotados de forma simples no universo virtual”.

Outro elemento a ter em conta, para João Barreto Fernandes, é que a segurança devia ser percecionada pelas empresas de forma transversal. “Muitas empresas só se preocupam com as questões de segurança porque alguém lhes disse que se deviam preocupar. Se não houvesse ameaças, muitas nunca tinham pensado em serviços de segurança”, ressalvou.

No debate ficou, também, clara a urgência de se criar uma certificação de qualidade que atue mediante um código de boas práticas que poderá funcionar a título preventivo uma vez que, também seguindo a experiência dos oradores e da plateia, “se as organizações conhecerem algumas boas práticas de segurança digital, provavelmente terão outra perceção e abertura para acautelar o risco”.

O problema da falta de sensibilização para as questões de segurança ganha dimensões mais graves quando se fala do universo das PME’s onde “a falta de segurança pode ser fatal mas é preciso haver um equilíbrio entre o que é vital à existência da empresa e o que não é, porque a segurança não pode ser um fator inibidor do seu crescimento”.

A proliferação “desgovernada” dos drones também foi alvo de análise nesta segunda edição do It’s Time To Talk About, especialmente depois de João Barreto Fernandes ter considerado que as entidades públicas portuguesas devem garantir a proteção nacional mas “ainda não têm os meios necessários para o fazer”. Se, por um lado, as tecnologias ajudam a expandir os negócios, também é certo que os riscos e ameaças crescem à mesma velocidade e proporção. “O espaço comunicacional português é um mar aberto para qualquer ameaça estrangeira”, conclui.

E a quem imputar responsabilidades quando o serviço de segurança digital é contratado em outsourcing? João Barreto Fernandes responde: “Delegam-se competências; nunca responsabilidades. Antes de se fazer a contratação tem de se quantificar os riscos que a instituição corre”.

Numa nota positiva e de alento para as seguradoras que, no entender do painel, têm aqui um enorme potencial a explorar, ficou a certeza de que a segurança da informação implica a proteção do capital intelectual da empresa, ou seja, o conhecimento que existe internamente e, externamente, sobre a empresa.

Esta foi a segunda edição do It’s Time To Talk About e reuniu mais de meia centena de participantes.

Fórum para a Sociedade da Informação - Governação da Internet 2016 - sessão final


A APDSI foi uma das entidades presentes na sessão final da 5.ª edição do Fórum para a Sociedade da Informação - Governação da Internet, co-organizado pela ANACOM, “Chapter” ISOC Portugal, DNS.PT, ERC, FCT e IAPMEI, que decorreu no dia 23 de novembro de 2016, no IAPMEI, em Lisboa.

O Fórum, que reuniu um painel de especialistas em diversas áreas relacionadas com a Internet, incluiu, este ano, um conjunto de discussões temáticas abertas nos meses de outubro e novembro sobre o futuro da Governação da Internet, Neutralidade da Internet, Acesso e Inclusão Digitais, incluindo as Mulheres nas TIC, Proteção de Dados, Tecnologias da Internet e Discurso do Ódio.

Esta sessão final, da qual a APDSI foi co-organizadora, permitiu reunir as Mensagens de Lisboa 2016 que resultaram dos três workshops preparatórios, contribuindo para a discussão que decorrerá a nível mundial, no Fórum global “IGF 2016”, no México, de 6 a 9 de dezembro. A Governação da Internet envolve uma multiplicidade de políticas públicas e de diferentes regras e princípios que acabam por constituir a expressão da comunidade Internet global e para a qual Portugal também contribuiu.

No âmbito do tema “Privacidade - Direitos e responsabilidades, que futuro?”, Hugo Séneca, da Exame Informática, alerta para a necessidade de se estabelecer, mundialmente, até que idade um internauta é considerado criança e quando passa a adulto, lembrando que, para celebrar contratos é preciso ter 18 anos. O papel dos encarregados de educação é particularmente relevante no que concerne ao estabelecer de direitos e obrigações no mundo digital.

A necessidade de uniformização de legislação nos Estados-Membros também foi apontada como uma conveniência para a proteção dos nossos dados, com a ressalva de que os jovens têm práticas menos corretas relativamente à cedência de dados pessoais.

Com a adoção do novo regulamento de proteção de dados, a Comissão Nacional de Proteção de Dados passa a ter um raio de ação diferente: se, atualmente, os sistemas precisavam de uma autorização prévia, depois de 2018 a CNPD passa apenas a fiscalizar e a aplicar coimas.

No âmbito da “Governação da Internet para um crescimento inclusivo”, coube a Francisco Tomé, da Direção da APDSI, apresentar as conclusões da sessão previamente co-organizada pela Associação.

A adoção do digital e a cultura do seu uso podem ser fomentadas à medida que o digital seja implementado by default e não como alternativa, principalmente junto das PMEs. Também é preciso garantir a igualdade de oportunidades, de género, idade e de localização, sem esquecer a capacitação digital de pessoas com carências; garantir a segurança e confiança na utilização da Internet, bem como a progressão académica e interoperabilidade curricular. adaptar os curricula académicos às mudanças tecnológicas do presente e do futuro; facilitar o acesso a banda larga e disponibilizar infraestruturas tecnológicas com generalização de wi-fi em locais públicos. A APDSI apontou, ainda, a necessidade de ser feita uma produção de conteúdos na língua e cultura nacionais e implementar a massificação dos mecanismos de autenticação digital.

Já sobre o workshop da “Neutralidade da Internet”, Mário de Almeida, do Portugal Chapter da Internet Society, resume as conclusões a levar ao México no estabelecer de um equilíbrio entre operadores de rede e fornecedores de serviços; tem de haver uma neutralidade da rede entre a concorrência, tendo em conta os dois lados do mercado (consumidor e produtor); salvaguardar e promover a liberdade de expressão; impedir o bloqueio e diferenciações entre tráfego e serviços e evitar zonas cinzentas, como serviços especializados. Do lado dos utilizadores é necessário assegurar o acesso a qualquer tipo de conteúdo, quando, onde e em que aplicação entender; considerar que, para os utilizadores, o acesso à Internet é uma utility e, portanto, as condições de acesso não podem ser diferentes e incentivar uma cultura de reflexão sobre o digital, particularmente ao nível da decisão política.

Apresentadas as principais linhas conclusivas que seguirão para o Fórum global “IGF 2016”, no México, seguiu-se o debate no qual Cláudio Lucena, do Research Center for the Future of Law, Católica Global School of Law, Universidade Católica Portuguesa, diz que, à semelhança do que faz a comunidade técnica, os Governos também deviam ter uma visão a médio e longo prazo.

Francisco Tomé, da Direção da APDSI, mostra a necessidade de serem acauteladas as implicações do digital no emprego e nas futuras condições de trabalho. A responsabilidade do Estado Social também deve ser chamada à causa, quando se pondera a substituição de humanos por robôs.

Hugo Séneca, da Exame Informática, refere que todos os operadores têm uma posição assumida sobre a Internet e que pode condicionar a sua governação prática.

Jorge Lacão, Coordenador do Grupo de Trabalho para o Parlamento Digital, descreveu o que está a ser feito para incentivar a população à utilização eletrónica e põe o foco na importância da assinatura digital.

Mário de Almeida, do Portugal Chapter da Internet Society, acredita que a Internet deve assentar nos princípios de abertura, universalidade e confiança dos cidadãos, que passam pelo lado técnico, legislativo e políticas de costumes.

Nuno Garcia, da Universidade da Beira Interior, salienta que a governação da Internet é mais difícil que a governação de um Estado porque não é algo físico.

Pedro Gonçalves, da Fundação PT, mostra a sua preocupação para com a proteção dos menores online.

A sessão final do Fórum para a Sociedade da Informação Evento foi co-organizada pela FCT, ANACOM, APDSI, DNS.PT, ERC, IAPMEI e “Chapter” ISOC Portugal.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Presidente da República na 1.ª Conferência Anual da PASC


No próximo dia 23 de novembro vai realizar-se a 1.ª Conferência Anual da PASC, entre as 9h30 e as 17h30, no Fórum Lisboa.

O encontro conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e durante o dia vão ser abordados os temas da Cidadania Ativa, o Cluster do Mar e a Reforma da Administração Pública.

Veja aqui programa completo.

A participação é gratuita, mas de inscrição obrigatória para o mail secretariado@pasc.pt.

Fórum para a Sociedade da Informação - Governação da Internet aponta conclusões para o México



A APDSI é uma das entidades presentes na sessão final da 5.ª edição do Fórum para a Sociedade da Informação - Governação da Internet, co-organizado pela ANACOM, "Chapter" ISOC Portugal, DNS.PT, ERC, FCT e IAPMEI, que se realiza no dia 23 de novembro de 2016, às 14h30, no IAPMEI, na Estrada do Paço do Lumiar, em Lisboa.

O Fórum, que reúne um painel de especialistas em diversas áreas relacionadas com a Internet, incluiu, este ano, um conjunto de discussões temáticas abertas nos meses de outubro e novembro sobre o futuro da Governação da Internet, Neutralidade da Internet, Acesso e Inclusão Digitais, incluindo as Mulheres nas TIC, Proteção de Dados, Tecnologias da Internet e Discurso do Ódio.

Desta sessão final vão sair as mensagens de Lisboa 2016 num contributo para a discussão que decorrerá ao nível mundial, no Fórum Global "IGF 2016", no México, de 6 a 9 de dezembro.

A Governação da Internet envolve uma multiplicidade de políticas públicas e de diferentes regras e princípios que acabam por constituir a expressão da comunidade Internet global. A evolução permanente da discussão da Governação da Internet aponta para a necessidade de um debate aberto, mesmo quando não permite alcançar consensos ou conclusões. Este debate é um processo em curso que reúne pontos de vista e preocupações de uma multiplicidade de partes interessadas (stakeholders) - governos, setor privado, comunidades técnica e académica, sociedade civil e organizações internacionais - e constrói entendimentos comuns e significados partilhados sobre os vários assuntos técnicos e políticos relacionados com a Internet.

 A participação é livre embora sujeita a inscrição que pode fazer aqui.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

itSMF organiza IT'S TIME TO TALK ABOUT... Security As A Service


A edição deste mês de IT'S TIME TO TALK ABOUT é dedicada ao tema da Segurança e reúne especialistas e consultores nesta área. As questões, relacionadas com a "Segurança como um Serviço", são abordadas nas suas variadas vertentes, de forma descomprometida, informal, aberta, mas assumidamente pragmática com o objetivo de sensibilizar, informar, partilhar experiências e conhecimento, perspetivando oportunidades e soluções nesta matéria.

A itSMF Portugal realiza no próximo dia 23 de novembro, entre as 17h15 e as 19h00, no Auditório Armando Guebuza da Universidade Lusófona, em Lisboa, mais uma edição da sua iniciativa IT'S TIME TO TALK ABOUT subordinada desta vez ao tema "Security As A Service". A moderação do debate está a cargo de Reginaldo de Almeida e conta ainda com as participações de João Barreto Fernandes, Jorge Silva Carvalho e Luís Lobo e Silva.

Segurança, como um Serviço. Este é o tema que pretendemos abordar em mais um IT'S TIME TO TALK ABOUT. 




Quais as vantagens? Porquê e quando contratar serviços de segurança? Que serviços devo garantir que me são prestados? Quais as vantagens para o meu negócio? Que questões legais me obrigam a garantir a segurança do meu negócio?

A segurança está hoje no topo das agendas das organizações. É um elemento chave para a transformação digital do negócio como elemento de garantia da resiliência das infraestruturas, garante da proteção da informação e dos dados pessoais e de proteção de ativos críticos.

As organizações sentem-se, porém, muitas vezes, incapazes de assegurar esta função e esta prioridade. Os recursos tecnológicos não são baratos e recursos humanos com conhecimento especializado nesta área não abundam. Perante este facto, a contratação de serviços especializados representa, em regra, uma das opções tomadas pelas empresas e organizações.

Envie a sua inscrição para secretariado@itsmf.pt.

Veja aqui o programa completo.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

C-Days 2016 realizam-se a 29 e 30 de novembro


O Centro Nacional de Cibersegurança vai realizar, nos próximos dias 29 e 30 de novembro, nas instalações do LNEC, na Av. do Brasil, em Lisboa, a conferência C-Days 2016.

Promovendo uma forte cultura de segurança cibernética, a conferência C-Days reúne cidadãos, indústria, administração pública e universidades para discutir questões de segurança cibernética aos níveis estratégico, operacional e técnico.

Organizado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), o programa C-Days 2016 traz a Lisboa cerca de cinquenta conferencistas internacionalmente reconhecidos.

Pode fazer a sua inscrição e obter mais informações aqui.

sábado, 12 de novembro de 2016

Luis Morán Abad na conferência da itSMF Portugal: "Se participo e discuto novas formas de design de software, se aposto numa visão tecnológica e de integração, estou a dar os passos certos?"

Luis Morán Abad, vice-presidente da itSMF Espanha


O vice-presidente da itSMF Espanha, Luis Morán Abad, esteve em Portugal, na conferência da itSMF Portugal - Associação Portuguesa de Gestores de Serviços de Tecnologias de Informação - na passada quinta-feira, dia 27 de outubro, para falar sobre "Gestão de Serviços numa Estratégia de Transformação Digital".

A intervenção deste especialista focou-se na evolução do modelo de gestão dos serviços de tecnologias da informação como chave para a transformação digital desta área de negócio. Com a chegada da Era Digital, traduzida no aumento exponencial de dispositivos móveis, a popularidade das redes sociais, a disseminação dos objetos ligados à Internet, o crescimento do volume de dados e a capacidade de processamento, a computação em nuvem, a evolução para cidades inteligentes, corremos de nos tornarmos obsoletos e fazermos parte do que designamos por legacy. Esta foi uma das preocupações manifestadas por Luis Morán Abad.

Os gestores de serviços TIC dispõem atualmente de mais de 50 referências para utilizar, mas, como responder aos desafios da Era Digital? Partindo do exemplo de uma empresa já digital, uma cadeia hoteleira confortável e acolhedora distribuída pela Península Ibérica e América Latina com um negócio em expansão de 15 unidades, Luis Moran avisa que se não tiver uma correta gestão, acompanhada de uma vigorosa cultura de empreendedorismo, em detrimento do empregado que apenas cumpre ordens e consciência de estar num negócio muito dinâmico, a mesma pode estar ameaçada num período temporal relativamente curto.

Perante o cenário de surgimento de novos modelos de negócio nesta área, com modelos de estadia mais informais, em tendas ou cápsulas, por exemplo, naquilo que se traduzirá num produto mais barato, em regime de self-service e sem empregados, surge agora a ameaça sobre um negócio até aqui em expansão.

Luís Moran exemplificou como deve reagir a gestão perante esta ameaça e, propõe um novo modelo de Gestão de Serviços TIC, ITSM2020, em que as diferentes referências (Design Thinking, Prince 2, DevOps, BM Canvas, Digital Lab, SCRUM, Lean IT, ISO 20000, ISO 27001 e outras) são utilizadas enquadradas dentro do ciclo de vida ITIL para dar uma resposta de negócio adequada.

Este novo modelo, como motor de inovação e mudança na organização, deve ser uma estrutura de base, ágil na sua própria definição e implementação das práticas, que sustenta todo o tipo de boas práticas. Não significa que os sistemas atuais já não sirvam mas é necessária uma revisão de a forma a adotar novas formas de trabalho na organização.

Porque acredita que a tendência se pode sempre inverter, o especialista incita as direções das organizações a fazerem uma análise de tendências, aumentar o contacto com os clientes, envolvendo todos os colaboradores e, com otimismo, apostar numa gestão de serviços de TI consciente destas alterações no mercado.

"Se eu participo e discuto novas formas de design de software, se aposto numa visão tecnológica e de integração, mantenho uma boa relação com os fornecedores de serviços de TI e contribuo para se chegar à solução estou a dar os passos certos", afirma o vice-presidente da itSMF Espanha. Objetivo final é, naturalmente, que as empresas do futuro assegurem o seu comprometimento para com a ISO/IEC 20 000 que define as melhores práticas de gestão de serviços de TI para empresas prestadoras de serviços, garantindo a entrega aos clientes de serviços de qualidade.

Assim, a figura do Chief Practice Officer (CPO) deve no futuro deve, no entender de Morán Abad, tornar a prática de gestão de TI transparente para todos os colaboradores, incentivando a diferentes maneiras de fazer as tarefas de sempre e tornar a mudança de rotinas pacífica.

O primeiro painel contou, ainda, com a intervenção da Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca do Presidente da itSMF Portugal, Rogério Costa, e do Diretor de Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, Paulo Soeiro de Carvalho, além de outros oradores com interessantes casos de estudo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Seminário "Lutar contra a Pobreza: a realidade e as propostas do setor social"


A EAPN - Rede Europeia Anti Pobreza - Portugal promove, em parceria com as entidades que integram o  "Grupo de Trabalho Para uma Estratégia Nacional de Luta Contra a Pobreza", no próximo dia 18 de novembro, o seminário "Lutar contra a Pobreza: a realidade e as propostas do setor social em Portugal" no ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão, na Rua do Quelhas, em Lisboa.

O encontro pretende reunir entidades e personalidades que trabalham na área social, com o propósito de debater os principais problemas que afetam Portugal, traçando um panorama da luta contra a pobreza em território nacional e, simultaneamente, procurando traçar cenários futuros que perspetivem a sua erradicação. 

No seminário vai estar o Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, para o discurso de encerramento.

O evento tem entrada livre mas requer inscrição obrigatória aqui até ao próximo dia 16.

A APDSI tem uma parceria com a EAPN, procurando levar a Sociedade da Informação às populações mais vulneráveis e em situação de pobreza, nomeadamente promovendo a minimização dos impactos negativos e das desigualdades que resultam da progressiva digitalização da sociedade, e refletindo sobre a sustentabilidade do estado social a partir das novas criações de valor que resultam da Sociedade da Informação.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Marque na agenda: Geocompetitivo na Administração Local



Na sequência da edição do Estudo GeoCompetitivo, datado de 2006, foram organizadas diversas conferências. Este ano a APDSI realiza, no âmbito do seu Grupo Permanente dos Sistemas de Informação Geográfica (GSIG), uma conferência sobre "O GeoCompetitivo na Administração Local", sob coordenação de Mário Rui Gomes.

A conferência realiza-se a 6 de dezembro, entre as 9h00 e as 18h00, no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Telheiras.

Existe alguma desarticulação em termos de gestão territorial, custos de contexto associados à mesma e lacunas de dados de base para o seu suporte (cadastro e cartografia). Portugal tem um atraso significativo na gestão do seu território, não por ausência de competências técnicas e de infraestruturas tecnológicas, mas porque ao longo dos sucessivos governos, esta não tem sido uma prioridade política de criação de riqueza para o país.

Com esta conferência pretende-se divulgar boas práticas na Administração Local, quer ao nível do concelho, quer ao nível de vários concelhos, para promover a troca de experiências.

Os painéis da conferência terão comunicações seguidas de mesa redonda.

Consulte o programa completo, já disponível, e garanta a sua inscrição, gratuita mas obrigatória, aqui.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

«A arte pós-internet»






O site do festival aqui


«A arte pós-Internet apodera-se de Lisboa com o New Art Fest
Há um novo festival em Lisboa para celebrar ou interrogar a nossa relação com a tecnologia através de exposições, circuitos urbanos ou concertos — começa hoje e junta 40 artistas» -  continue a ler no Público.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Fórum para a Sociedade da Informação - APDSI e FCT organizam o Workshop "Governação da Internet para um crescimento inclusivo"



A APDSI e a FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia organizam o workshop "Governação da Internet para um crescimento inclusivo" integrado no Fórum para a Sociedade da Informação 2016. O evento realiza-se no próximo dia 15 de novembro, a partir das 14h00, no Salão Nobre do IAPMEI, Campus do Lumiar, em Lisboa.

Consulte aqui o programa completo e faça aqui a sua inscrição, gratuita, mas obrigatória.

Cerca de 35% da população portuguesa nunca teve qualquer contacto ou experiência com serviços disponíveis na Internet, correndo o risco de exclusão digital, numa sociedade cada vez mais marcada pela mediação tecnológica.

São já evidentes os impactos da utilização da Internet no mundo do trabalho e no acesso ao emprego, tornando-se urgente uma nova abordagem nas estratégias e prioridades de educação e de aprendizagem ao longo da vida, bem como na capacidade de requalificação de postos de trabalho que irão certamente ser destruídos ou substituídos nos próximos anos pelo uso intensivo das tecnologias da informação e comunicação.

A exclusão digital afeta também grande parte da população na sua incapacidade de acesso aos serviços públicos eletrónicos, obrigando os governos à criação de novos acessos multicanal e à mobilização de mediadores de cidadania para as novas oportunidades do mundo digital. Existem grupos e minorias sociais onde a fratura digital se torna mais evidente e que requerem estratégias de governação mais específicas, nomeadamente em relação aos emigrantes, refugiados e demais população vulnerável e em situação de pobreza.

A APDSI entende que, apesar do desenvolvimento acelerado dos serviços de telecomunicações, existem ainda bolsas territoriais de exclusão e de má qualidade dos serviços digitais, que impedem o desenvolvimento económico e social harmonioso de algumas regiões do país, contribuindo para o seu progressivo abandono.

Este workshop visa abrir o debate em torno das medidas de política capazes de promover a inclusão e a sustentabilidade de toda a sociedade portuguesa, cada vez mais baseada numa economia digital e na utilização massiva dos serviços da Internet, chamando à atenção para a urgência de uma atuação concertada entre governo, reguladores, administração pública, agentes económicos e associações da sociedade civil.

Em debate vão estar as seguintes questões:

- Que estratégias estão em curso ou que devem ser adoptadas para garantir o acesso universal aos serviços públicos digitais?
- Em que medida os serviços públicos electrónicos estão orientados às necessidades efetivas dos cidadãos em termos, nomeadamente, de usabilidade, eventos de vida e outros?
- Qual o impacto que as novas tecnologias no domínio do digital estão a fazer-se sentir no domínio do emprego e das condições de trabalho?
- Que iniciativas estão a ser tomadas no sentido de se garantir a inclusão nas  transformações que se verificam nas diferentes áreas profissionais em particular naquelas mais afectadas pela digitalização da economia?
- De que forma estão a ser encarados os impactos do digital na sustentabilidade do estado social?
- Que iniciativas estão ou devem ser tomadas para a inclusão na Sociedade da Informação dos imigrantes, refugiados e outras minorias?
- De que forma o Serviço Universal de telecomunicações garante a acessibilidade e a qualidade de serviço à Internet por parte de toda a população portuguesa?
- Em que medida as políticas de governação da Internet garantem o acesso intergeracional e a igualdade de género a todos os cidadãos?
- Responde o atual sistema educativo e de aprendizagem ao longo da vida aos desafios decorrentes da transformação digital da sociedade portuguesa?

Objetivo global do FSI-GI

O Fórum para a Sociedade da Informação - Governação da Internet (FSI-GI), tem como objetivo principal refletir e debater, em Portugal, a temática da Governação da Internet, cada vez mais relevante no panorama internacional.

Este ano o debate do FSI-GI decorre em torno de temas tais como o futuro da Governação da Internet, Neutralidade da Internet, Acesso e Inclusão Digitais, incluindo as Mulheres nas TIC, Proteção das Crianças em Linha, Tecnologias da Internet e Discurso do Ódio.

A reflexão nacional multissetorial (multistakeholder) e as principais mensagens de Portugal que vão sair desta edição do Fórum, contribuem para a discussão que decorre a nível mundial, no IGF 2016, no México, de 6 a 9 de dezembro, sob o tema "Enabling Inclusive and Sustainable Growth".

domingo, 30 de outubro de 2016

Fórum para a Sociedade da Informação - ANACOM e Portugal Chapter da Internet Society organizam debate sobre "Net Neutrality"



A ANACOM e o Portugal Chapter da Internet Society organizam uma sessão pública de debate e reflexão sobre "Net Neutrality" no próximo dia 16 de novembro, no IAPMEI, Campus do Lumiar, em Lisboa, a partir das 14h00. O debate faz parte do Fórum para a Sociedade da Informação - Governação da Internet (FSI-GI), que tem como objetivo principal refletir e debater, em Portugal, a temática da Governação da Internet, cada vez mais relevante no panorama internacional.

A inscrição, gratuita mas obrigatória, é feita aqui. Consulte aqui o programa completo.

Este ano o debate do FSI-GI decorre em torno de temas tais como o futuro da Governação da Internet, Neutralidade da Internet, Acesso e Inclusão Digitais, incluindo as Mulheres nas TIC, Proteção das Crianças em Linha, Tecnologias da Internet e Discurso do Ódio.

A reflexão nacional multissetorial (multistakeholder) e as principais mensagens de Portugal que vão sair desta edição do Fórum, contribuem para a discussão que decorre a nível mundial, no IGF 2016, no México, de 6 a 9 de dezembro, sob o tema "Enabling Inclusive and Sustainable Growth". Encontra aqui mais informação sobre o tema.

O tema da Net Neutrality no contexto da Internet tem sido objeto de grandes controvérsias nos últimos anos. O mesmo tornou-se ainda mais urgente com o aparecimento de fornecedores de conteúdos multimédia a pedido (e.g. a Netflix) que exigem uma capacidade de rede significativa, e que competem diretamente com a maioria dos operadores de acesso à Internet, que geralmente são também fornecedores de serviços de televisão.

Nos Estados Unidos, depois de um período de grande polémica que chegou a envolver processos judiciais, em fevereiro de 2015 a FCC (Federal Communications Commission) aprovou a política Internet Aberta, e o seu chairman, Tom Wheeler, declarou então em conferência de imprensa: "[a nova política] proíbe o bloqueio, bane o estrangulamento diferenciado e proíbe serviços rápidos diferenciados e, pela primeira vez, as regras Internet Aberta aplicam-se em pé de igualdade aos serviços móveis".

Uma legislação semelhante foi adotada pela Índia. Na Europa, em 2014, o Parlamento Europeu colocou em discussão pública uma proposta de Regulamento que ia globalmente no mesmo sentido, mas que abria a porta a várias exceções que permitiam a introdução pelos operadores de diferenciação da qualidade de serviço fornecida e de serviços "zero-rated". Após alguma discussão pública, o Regulamento foi aprovado, deixando ao BEREC (o organismo que agrupa os Reguladores de Telecomunicações Europeus http://www.berec.europa.eu) a incumbência de definir linhas de orientação para a sua implementação. Após um período de discussão pública em que as propostas iniciais do BEREC foram bastante contestadas (e.g. https://savetheinternet.eu/em/), o Regulamento foi finalmente aprovado (http://www.berec.europa.eu/eng/netneutrality/) em agosto de 2016. Segundo muitos observadores, incluindo a ISOC que sempre se bateu por esta legislação (http://www.internetsociety.org/net-neutrality), a mesma coloca a Europa no pelotão dos defensores claros da Net Neutrality.

O Regulamento:
- Bane completamente a possibilidade de os operadores bloquearem o acesso a conteúdos, com exceção dos ilegais;
- Impede o condicionamento diferenciado de fluxos de tráfego com base em tipo de aplicações ou origem e destino;
- Condiciona o fornecimento de serviços "zero rated" para impedir que os mesmos possam ser usados para práticas anti-competitivas;
- Requer que os contratos de fornecimento de serviços sejam claros e transparentes no que diz respeito ao tráfego e seu tratamento e obriga à montagem de serviços que permitam aos utilizadores verificarem a conformidade dos mesmos, assim como de meios fáceis de recurso e reclamação;
- Estabelece a obrigatoriedade de os reguladores vigiarem a aplicação destas regras pelos operadores;
- Estabelece um conjunto de exceções a serem tratadas caso a caso.

Segundo vários observadores, o Regulamento é relativamente fair para com os operadores, apesar destes, naturalmente, o contestarem. Esta problemática tem implicações e ramificações em inúmeras vertentes que envolvem: a liberdade de expressão, os direitos e liberdades no acesso a informação e serviços, a regulação da concorrência, a preservação da possibilidade de introdução de inovação constante nos serviços de rede e nos que a utilizam, a liberdade de escolha dos consumidores, e a rentabilidade dos investimentos realizados pelo setor privado em infraestruturas de acesso à Internet.

A discussão da diretiva do BEREC sobre Net Neutrality e as suas implicações nas diferentes vertentes acima elencadas é o objetivo desta sessão.

Questões a debater:
- A Net Neutrality envolve questões reais de liberdade de expressão e direitos e liberdades ou é uma questão meramente do foro da regulação da concorrência?
- A Net Neutrality e os requisitos que lhe estão ligados é uma questão real ou é uma discussão meramente marcada por questões ideológicas?
- A Net Neutrality é mesmo importante para o aparecimento de novos serviços/aplicações/conteúdos ou a discussão está completamente desfocada?
- Em que condições é aceitável que os operadores bloqueiem o tráfego?
- Em que condições é aceitável diferenciar o tráfego dentro da rede? Quais as que são justificáveis e quais as que não são? O que estabelece o Regulamento a este respeito?
- O fornecimento de serviços incluídos num pacote de base e que não são contabilizados ("zero-rated"), ou que são contabilizados de forma diferenciada, é aceitável em que condições? O que estabelece o Regulamento a este respeito?
- Quais são as informações que dizem respeito ao tráfego e aos serviços que devem estar clarificadas de forma concisa e clara nos contratos?
- Como é possível implementar mecanismos para avaliação da conformidade do serviço fornecido com o serviço contratado?
- O Regulamento e a sua implementação concreta tornam o quadro pouco claro para os investidores?
- O Regulamento e a sua implementação concreta constituem uma mudança de regras a meio do jogo?
- Outras questões introduzidas pelos participantes na mesa redonda e pela audiência.

Sobre a ANACOM:
A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) tem por missão a regulação do sector das comunicações eletrónicas e postais. Participa desde 1989 na profunda transformação que se vive neste mercado e na forma como nele comunicamos. Promove a concorrência e garante a liberdade de oferta de redes e de prestação de serviços, zelando pela manutenção da sua integridade e segurança. Protege os direitos e interesses dos consumidores e utilizadores e assegura o acesso ao serviço universal de comunicações eletrónicas e postal. Exige também a prestação de informações claras ao público e a transparência nos preços e nas condições de utilização dos serviços.

Mais informação em: http://www.anacom.pt

Sobre o Portugal Chapter da Internet Society (ISOC PT):
Associação sem fins lucrativos, tendo como fim a promoção em Portugal do desenvolvimento harmonioso, acessível, aberto, não discriminatório e seguro da Internet, com respeito pelos princípios da liberdade de expressão e da privacidade. Reconhecida formalmente pela Internet Society, desde o início de 2011.

Adesões e mais informação em: http://www.isoc.pt, direcao@isoc.pt

Sobre a Internet Society (ISOC.ORG):
The Internet Society engages in a wide spectrum of Internet issues, including policy, governance, technology, and development. We establish and promote principles that are intended to persuade governments to make decisions that are right for their citizens and each nation’s future. Everything we do is based on ensuring that a healthy, sustainable Internet is available to everyone – today and for the next billion users.

Mais informação em: http://www.internetsociety.org

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

APDSI co-organiza a conferência "Novo Regulamento de Proteção de Dados - Preocupações, desafios e oportunidades para as empresas"


A APDSI co-organiza a conferência "Novo Regulamento de Proteção de Dados - Preocupações, desafios e oportunidades para as empresas" juntamente com a Ordem dos Advogados e com a APCE. A iniciativa realiza-se a 3 de novembro, a partir das 9h00, no Auditório do Fórum Tecnológico, em Lisboa.

Com a aprovação do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) por parte do Parlamento Europeu, e a sua incontornável aplicação prática em maio de 2018, o novo quadro legal europeu traz novas obrigações, de impacto considerável, para as organizações públicas e privadas. 

O tratamento de dados faz parte do dia-a-dia de qualquer empresa, seja numa lógica comercial, de recursos humanos, financeira ou de comunicação e marketing. Atendendo ao novo regulamento geral sobre a proteção de dados, aprovado pelo Parlamento Europeu, surge a necessidade de criar uma dinâmica pública, pioneira na sensibilização de empresas e indivíduos, para uma melhor adequação dos processos de recolha, manutenção e gestão das suas bases de dados.

As apresentações já estão disponíveis aqui.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

13.ª Conferência Anual itSMF Portugal | "A Gestão de Serviços numa Estratégia de Transformação Digital"


A itSMF Portugal realiza na próxima quinta-feira, dia 27 de outubro, no Auditório da Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, a sua 13.ª Conferência Anual subordinada ao tema "A Gestão de Serviços numa Estratégia de Transformação Digital". A abertura da conferência conta com a intervenção da Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca.

O primeiro painel conta, ainda, com a intervenção do Presidente da itSMF Portugal, Rogério Costa, do Vice-presidente da itSMF Espanha, Luís Moran, e do Diretor de Economia e Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, Paulo Soeiro de Carvalho, além de outros oradores com interessantes casos de estudo. No final, Reginaldo Almeida modera o Grande Debate sobre o tema da Conferência com um Painel constituído por Ana Cristina Neves (FCT), André Vasconcelos (AMA) e Aurélio Blanquet (EDP).

Porquê o tema "A Gestão de Serviços numa Estratégia de Transformação Digital"?

O mundo está cada vez mais digital. O aumento exponencial de dispositivos móveis, a popularidade das redes sociais, a disseminação de objetos ligados à Internet, o crescimento do volume de dados, a capacidade de processamento, a computação em nuvem e, consequentemente, o cada vez maior grau de dependência de organizações e pessoas do mundo digital, potenciam toda esta transformação digital.

A Economia Digital (Digital Business) é uma mudança de paradigma na forma como as organizações públicas e privadas irão crescer, competir, inovar e prosperar. Esta transformação representa a oportunidade para criar novos modelos de negócio e desenvolver produtos e serviços inovadores anteriormente impensáveis. 

As boas práticas de Gestão de Serviços serão, por isso, fundamentais em qualquer iniciativa de transformação. Neste contexto, os processos de governação e gestão dos serviços TIC representam, por um lado, um elemento facilitador na delineação de uma estratégica de transformação digital com vantagens competitivas associadas e, por outro, garantem a integração de novas e distintas abordagens de negócio, independentemente das tecnologias adotadas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

15.º Fórum da Arrábida da APDSI (2016) | "Repensar o Futuro da Sociedade da Informação - Privacidade, CiberSegurança e Regulação Económica"



A APDSI realizou, no dia 7 de outubro de 2016, o 15.º Fórum da Arrábida subordinado ao tema "Repensar o Futuro da Sociedade da Informação - Privacidade, CiberSegurança e Regulação Económica". O Fórum da Arrábida, na sua edição de 2016, vem na continuidade dos encontros anuais realizados desde 2002 e teve como objetivo reunir um conjunto de personalidades que, em conjunto e sob diferentes perspetivas, refletiram e exploraram novas ideias e entendimentos sobre o que será o futuro da Sociedade da Informação e do Conhecimento em Portugal. Estamos num mundo cada vez mais complexo e incerto que nos coloca constantes desafios individuais e coletivos.

Este ano, o Fórum da Arrábida focou-se no tema "Privacidade, CiberSegurança e Regulação Económica". O mundo entrou numa nova Era tecnológica, em que as questões ligadas à privacidade, à segurança nas redes e as suas relações e implicações com o mundo económico globalizado, são de importância critica para a vida em sociedade e estão no centro do futuro da SI. Importava, assim, fazer um debate à volta das diferentes perspetivas que se colocam aos cidadãos, às instituições e, em geral, à vida em sociedade.

A APDSI, como associação ativa da Sociedade Civil, pretendeu com este fórum dar o seu singelo contributo para que o advento da SI seja uma grande oportunidade para Portugal e para os portugueses.

A parte da manhã foi dedicada à introdução dos temas em discussão, com o contributo de dois keynote speakers, cujas análises e perspetivas estimularam e complementaram as diferentes visões que os participantes partilharam ao longo do dia.

Abertos os horizontes e estruturados os problemas carentes de respostas, foram constituídos três Grupos de Reflexão que aprofundaram os seguintes domínios:

1 - Privacidade e CiberSegurança;

2 - CiberSegurança e Regulação Económica;

3 - Regulação Económica e Privacidade.

Veja aqui as apresentações e vídeos já disponíveis.

domingo, 16 de outubro de 2016

«an online social network that connects young classical musicians to local audiences through concert house parties»


Daqui, na wired

E o site da Groupmuse neste endereço. De lá:
«Groupmuse aims to create meaning and fulfillment in people’s lives and to change the way that people understand the role of great art in daily life. We do this by using great classical music to build local communities safely and inclusively and by empowering communities to support local professional artists. We use fair and transparent systems to make these connections wherever musicians and audiences are ready for them». E também:
«It’s very important to us that the communities found on our website and at groupmuses are inclusive, accessible, safe, and respectful. You can help by encouraging others to uphold these guidelines and reporting any violating behaviour below». 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Portugal acolheu as Olimpíadas Internacionais de Informática em 1998. Recorde como foi...



A cidade portuguesa de Setúbal acolheu, de 5 a 12 de setembro de 1998, a 10.ª edição das Olimpíadas Internacionais de Informática.

A coordenação do evento nacional esteve a cargo de Alexandre Cerveira, num ano em que participaram alunos vindos de 68 países. O Comité Científico foi liderado por Rui Gustavo Crespo, do Instituto Superior Técnico.

Fernanda Pedro, à altura vice-presidente da Associação Portuguesa de Informática, integrou a organização desse ano das IOI e recordou à APDSI como foi a experiência.

APDSI - Que memórias guarda das Olimpíadas da Informática 1998?
Fernanda Pedro - O desafio colocado para a organização foi enorme. Garantir que países com quem Portugal não tinha relações diplomáticas poderiam participar, foi uma odisseia. E que não havia problemas entre países com relações "difíceis". O contacto com Embaixadas, Consulados e Ministério dos Negócios Estrangeiros, uma constante. Fazer um jantar com os leaders de cada delegação, sem ferir susceptibilidades e de agrado geral, um desafio.  Criar o ambiente de competição (no Politécnico de Setúbal) e treino (em Tróia), garantindo que cerca de 260 computadores funcionavam e acediam aos servidores (o wifi estava longe), uma loucura. Garantir que camisolas, bonés, papel timbrado e restante material promocional estava pronto a tempo e com a qualidade pretendida... Criar o ambiente em Tróia em torres que só anos depois foram recuperadas, um exercício de imaginação. Garantir meios de emergência em Tróia e em Setúbal. Encontrar uma equipa de cerca de 70 jovens, para acompanharem as equipas e esperar que entrosassem e ficassem amigos, um divertimento! Não perder mais de 200 pessoas na EXPO! E encaminhar um autocarro para Tróia (que já ia a caminho de Évora, de madrugada, sabe-se lá porquê!). Ter uma Base de Dados com toda a informação relevante de cada participante (aluno, professor, observador, equipa, apoios, etc., incluindo contactos de emergência, etc.), uma tarefa interessante. Muito bom e acabámos com a sensação de "Bom Trabalho". E alguns mal-entendidos, claro! Era necessário emitir um certificado por participante, independentemente da forma como participava e se obteve ou não medalhas. Como este:



APDSI - 68 países estiveram representados em Portugal nesse ano. Como foi gerir tantos alunos em Portugal? Que apoios houve? 
Fernanda Pedro - Estava a tentar aceder ao site do evento que estava alojado em www.missao-si.mct.pt mas já não está acessível, donde muita da informação se perdeu! A gestão dos alunos não foi complicada pois cada equipa tem sempre um team leader que é a ligação à organização. A logística da organização, essa sim criou desafios, desde os alojamentos (Tróia), os transportes (de e para Setúbal, Aeroporto e visitas - EXPO e Évora), a alimentação e as atividades extra-competição. Os apoios encontram-se no folheto abaixo. Assim não há esquecimento de algum.



APDSI - Qual foi a parte mais interessante de estar na organização das Olimpíadas?
Fernanda Pedro - A vivência de 68 nacionalidades, cada qual com sua especificidade.  As noites mal dormidas (trabalho e divertimento), os amigos que se fizeram, os desafios que se superaram - algo que todos guardam na memória.

APDSI - Nesse ano houve portugueses a concorrer?
Fernanda Pedro - Sim, 4 alunos. Os nomes e classificação ao longo dos anos pode ser encontrada aqui. Nenhum foi medalhado.

APDSI - Em 98 ganhar as Olimpíadas Internacionais da Informática tinha mais ou menos impacto que hoje? 
Fernanda Pedro - Penso que equivalente. É uma questão de prestígio se bem que alguns países levem muito a sério o resultado.

APDSI - Quais eram os grandes desafios, na altura, para os alunos resolverem?
Fernanda Pedro - Três problemas em cada dia de competição, a serem resolvidos em C ou Pascal. Em 2016 já estamos no mundo Java.

APDSI - Recorda-se se tinham algum tipo de estímulo por parte das escolas?
Fernanda Pedro - Em algumas escolas, sim. A FDTI na altura também divulgava o evento.

APDSI - Seguiu o rasto dos vencedores da edição de 1998? Onde estão hoje?
Fernanda Pedro - Seguir não! Mas alguns deles são fáceis de localizar, como por exemplo, o Prof. Pedro Ribeiro que já participou 15 vezes na competição, quer como aluno, quer como professor.

APDSI - Acha que as Olimpíadas da Informática são valorizadas e reconhecidas em Portugal?
Fernanda Pedro - Não. Penso que passam completamente despercebidas e continuam a ser a carolice de alguns. As da Química e de Matemática têm maior divulgação. Mas os Prof. Pedro Guerreiro e Pedro Ribeiro poderão dar uma informação mais assertiva sobre este tema.