sábado, 27 de fevereiro de 2010

Porque há (finalmente!!!) Pordata

Celebremos a iniciativa da Sociedade Civil "na pessoa da Fundação Francisco Manuel dos Santos" e o rigor e força inteligente de António Barreto, que se materializou no lançamento do site www.pordata.pt.
A partir de agora já posso dizer aos meus amigos portugueses e estrangeiros: acreditem no que aqui virem e desconfiem do que lá não estiver porque pode ser uma face oculta da gestão de dados e informações sobre Portugal e os Portugueses.
Ergo a minha taça com champanhe comprado nas lojas do grupo Jerónimo Martins enquanto aguardo o florir dos jacarandás.
FVRoxo

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Portugal caiu em 2010 para o 39º lugar no ranking de e-Government das Nações Unidas

Portugal caiu em 2010 para o 39º lugar no ranking de e-Government das Nações Unidas, depois de ter ocupado o 31º lugar em 2008, o 30º em 2005, o 31º em 2004 e o 26º em 2003.
Paradoxalmente, esta queda ocorreu logo a seguir a termos alcançado o 1º lugar no benchmarking da União Europeia promovido pelo IDABC em 2009 e encomendado à CapGemini.
É curioso que de acordo com o ranking das Nações Unidas, e considerando apenas os 31 países incluidos no benchmarking da UE, Portugal ficaria em 25º lugar na Europa, apenas ultrapassando a Grécia (41º), o Chipre (42º), a Eslováquia (43º), a Bulgária (44º), a Polónia (45º) e a Roménia (47º).

Folha de cálculo já disponibilizada pelas Nações Unidas

Ver também:
Alcançámos o 1º Lugar na Europa em e-Gov!!!

Novos desafios na gestão de informação na era da Web 2.0 e do cloud computing

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Inovação


Inovar não significa construir uma solução inédita para um determinado problema, por vezes uma modificação de processos ou a utilização de novos instrumentos na solução de um problema recorrendo às funções sistémicas de criação, da memorização, do tratamento e da transmissão da informação constitui inovação.
Quando vim trabalhar para Lisboa - 1968 - existia uma zona na Baixa com condicionamento de estacionamento de viaturas denominada Zona Azul.
A CML vendia um quadrado de cartão azul, onde estava inserido um circulo de cartolina, no qual estavam inscritos os períodos de estacionamento, que rodava sob duas janelas rectangulares.
Numa das janelas visualizava-se a hora de início do período e na outra a hora de termino do período. Um agente da autoridade podia assim controlar o estacionamento e multar o proprietário da viatura em transgressão.
Nessa época as pessoas trabalhavam na Baixa de Lisboa.
Por exemplo o Service Bureau da Regisconta estava instalado na R. Serpa Pinto e os transeuntes viam o computador, periféricos e pessoas a trabalhar através de uma janela de vidro muito ampla.
O meu Mini, os 2CV, os R4 estacionavam no largo do Teatro de S. Carlos. É evidente que o período de trabalho e o período de estacionamento não coincidiam.
Surgiu assim uma nova profissão "ajustadores de disco de Zona Azul". Por uma gorgeta individual diária de 5$00 (0,025€) o "ajustador" - tinha na sua posse a chave da viatura -, período a período modificava os dados para o novo período.
Muito perto situava-se o Governo Civil de Lisboa e o Comando Central da PSP cujos trabalhadores utilizavam os serviços dos "ajustadores de disco de Zona Azul".

A notícia que "disparou" esta recordação foi publicada no Local da edição do Publico de 20FEV2010 da qual envio imagem.

A Emel inova a Zona Azul na sua forma electrónica, mas na cor amarela.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Indicadores do Plano (do Portugal) Tecnológico, ao serviço da diferença reconhecida

Alguem me ajuda a encontrar no site do Plano Tecnológico os indicadores para as medidas por destinatário?
Os indicadores para as medidas por eixo estratégico ainda lá estão alguns (e em especial dados "em grande" na página de entrada do site www.planotecnologico.pt para além de um vídeo sobre o Portugal tecnológico 2009) mas o que eu considerava importante e queria não estava nem "à mão" nem "ao pé".
Sendo assim: E que tal a APDSI lançar uma recolha sistematizada de dados e informações, a partir de várias fontes, sobre os segmentos : Cidadãos/administração Pública, Organizações(sobretudo empresas)/Administração Pública e Empresas/Investigação e Desenvolvimento, enquanto combinação simples (no meu entender)para medir resultados e melhorar acções "final user oriented"?

Era mais directo e em termos de cross analysis mais esclarecedor.Tipo 2.0 (no minimo).

Três exemplos para ilustrar aquilo que procuro identificar:

1-Que medidas tomou a ADP Central e Local e que se repercurtiram sobre a melhoria da relação com os cidadãos (Dados elementares e sintéticos e alguma informação deles resultantes) para áreas como a saude, educação,segurança interna, justiça, economia -sobretudo indústria- mas tambem agricultura e pescas?

2-Que medidas tomou a ADP Central e local e que se repercutiram sobre a melhoria da produtividade, qualidade e rentabilidade das Organizações em geral e das empresas em especial, organizadas por sectores primário, secundário, terciário e do terceiro sector (dados elementares e sintecticos e alguma informação deles resultantes)?

3- Quem fez e quanto custou em 2009 a Investigação e Desenvolvimento e que resultados teve em 2009 (sobretudo a que já vinha desde, por exemplo, o inicio do Plano Tecnológico.E a que se fechou em 2009, logo que possível)?
Que se pode concluir do comércio internacional portugues como resultado desta acção? (dados elementares, sintecticos e informações posssiveis)

Nota complementar:
Naturalmente que, quanto à Correlação PRACE /Acções do Plano Tecnológico,tambem não era dificil fazer algo simples e esclarecedor...Mas o momento não é certamente propicio devido ao deficit de disponibilidade mental mais crise oriented neste momento.
FVRoxo
Em domingo chuvoso e a lamentar a tragédia da Madeira que põe de lado, por motivos bem tristes, o longo tempo perdido com a discussão da lei das finanças Regionais.
E parece que um radar metereológico não existe na Madeira...Pena que com tanto dinheiro investido no turismo Madeirense e com tão bons resultados obtidos, um elemento da segurança de um arquipélago no meio do Oceano como é um Radar Meteriológico, não tivesse sido contemplado no Plano Tecnológico do Turismo (há algum?).
Somos "bons" nas formulações de estratégias .Mas apenas bombeiros nas implementações das mesmas.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ideias e propostas rumo à próxima década

Estamos em época de Carnaval. Ninguém leva a mal. No entanto, julgo ser a data mais propícia do ano para centrarmos a nossa atenção no essencial e deixarmos o acessório.

Três razões principais. A primeira é a de já ninguém quer ouvir falar de crise. O fim da crise já foi anunciado por muitos. A nós cabe-nos dar forma e conteúdo para que seja efectivamente assim. A segunda razão prende-se com o início do ano. É verdade. O Janeiro já passou e parece que ainda não descolámos de alguma apatia reinante. A terceira razão diz respeito aos programas de estímulo económico e de inovação existentes. Talvez estejam a passar ao lado de muitos de nós.

Três ideias que a APDSI pode ajudar a desenvolver com sucesso:

1. Tendo o Governo assinado, no passado dia 6 de Fevereiro, em Vila Viçosa, a adjudicação dos contratos das Redes de Nova Geração (RNG) para as zonas Norte, Centro/Alentejo e Algarve, com o objectivo de promover a coesão social e territorial e da igualdade de oportunidades no acesso a serviços de alta qualidade que devem estar ao alcance de todos os portugueses, independentemente da região do País onde vivam ou trabalhem, será que não podemos desenvolver um estudo especial, dedicado a esta nova geração de infra-estruturas que terá de suportar a nova Economia e as novas necessidades, quer sociais, quer a nível da educação e desenvolvimento para a Sociedade da Informação e do Conhecimento?

2. Estando o Conselho Europeu a querer debater o futuro da Estratégia de Lisboa, participando na discussão o nosso associado Prof. Carlos Zorrinho, actual Secretário de Estado da Energia e da Inovação, ao que se sabe, a reflexão vai ser baseada em dois documentos “Estratégia para um crescimento e emprego sustentáveis” e ”Sete Medidas para concretizar a estratégia europeia para o crescimento e o emprego”, talvez exista a capacidade de discutirmos, no seio da APDSI, algumas propostas para os anos que se seguem, com conteúdo, numa estratégia renovada para o crescimento que precisamos e como devem as empresas e organizações preparar a próxima década?

3. Tendo a Comissão Europeia lançado recentemente um convite à apresentação de candidaturas para a constituição de um Painel de Peritos sobre Inovação nos Serviços, sendo propósito analisar os actuais desafios da política de inovação aos vários níveis (União Europeia, nacional e regional), identificando os meios (políticas e/ou instrumentos, incluindo financeiros) a utilizar, conhecemos em Portugal quem (Administração Pública, Empresas, Universidades, Institutos de Investigação e Consultoras) tenha um entendimento profundo das políticas de inovação, em particular, o domínio de serviços inovadores?

Esta última ideia, poderá ser discutida pelo Grupo de Trabalho “Ciências dos Serviços, Gestão e Engenharia” que o Luís Vidigal lidera.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O perigo de uma história única

Um URL cujo conteúdo faz pensar:

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

e até lembrar alguns enquadramentos geográficos que se "propalam" neste país.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Free SICSS

Que diferença para a nossa visão académica tradicional.!!
http://academicearth.org/


Nota:Para quando em Portugal , os académicos e seus amigos com "garantia de lugar ou quase", vão deixar de andar pendurados na SICSS do Estado, e vão começar a dar "o seu contributo desinteressado e voluntário" para o desenvolvimento das competências neste País?
Com tanta necessidade que há de desenvolver as competências nas matemáticas, fisicas, ciencias em geral e tanto "intelectual" pendurado no seu saber universitário de "capelinha" e no ganhar uns cobres à custa do "monstro"!!!
Daí o meu aplauso para o José Dias Coelho por tudo quanto faz na APDSI e não só em prol da SICSS em Portugal!!E para todos os que colaboram neste blog com a vontade de colaborar na mudança do País que actualmente é mais do que critica.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Safer Internet Day 2010

A Europa comemora a internet segura focada nas redes sociais. Segundo dados divulgados pela Comissão Europeia, as redes sociais têm mais de 41,7 milhões de membros no espaço comunitário, na maioria crianças e adolescentes. Uma das iniciativas que será lançada esta terça-feira é a campanha "Pensa antes de escreveres".

Em Portugal, a data também se assinala e são vários os organismos que darão destaque à iniciativa, muitos dos quais ligados à Educação.

Mais informação disponível - em linha - em:
http://www.saferinternet.org/web/guest/safer-internet-day

Utilizar hoje os benefícios das tecnologias de informação e comunicação, colocando informação pessoal e fotografias privadas, dados que podem ser vistos por quem não deve, sendo o mais usual, o Twitter ou o Facebook, é em bom rigor uma exposição mediática em que se aconselha prudência e uma abordagem pensada.

Dado que a visibilidade e os possíveis efeitos colaterais da informação publicada não são (ainda) controlados nem sujeitos a "censura", no imediato, um guia sobre a utilização segura das redes sociais, parece-nos acertado.

Voando sobre um ninho de cucos?

Para quando o bom senso de regresso numa época de transformações profundas mas com pessoas?
Ainda que se saiba que os Italianos são muito criativos, a SICSS merece ser abordada de uma forma mais humanizada...

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=408783

Ou há gente que já só pensa em soluções robots perante as questões demográficas das nossas Sociedades?
Bom domingo pre carnaval.
FVRoxo

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

EticaTIC... Mas não só.E sobretudo.

Quando em Setembro de 2008 foi publicado pela editora PRINCIPIA o livro INTRODUÇÃO À ÉTICA EMPRESARIAL da autoria de João César das Neves, fui lendo paulatinamente cada capitulo, muitas vezes voltando atrás, com uma preocupação fundamental:como era também um livro académico de gestão, queria validar muito do que já tinha lido e reflectido sobre o tema e, face a uma experiencia profissional recente em que a ética fora uma miragem (ao contrário do que desejaria e não por minha responsabilidade, convictamente o afirmo) queria também prospectivar afinal para onde estávamos a ir (os portugueses mas não só) na Sociedade que A.Toffler denominara de "fruto da 3ª vaga", mas que me parecia mais (e parece) o regresso a muitos das reflexões de Aristóteles (384-322 a.C.) no seu livro A Ética a Nicómaco que se mantém actual.

Quando finalmente conclui a leitura e, centrando-me nas conclusões "Ética na Sociedade Moderna", procurei ter sempre presente as minhas experiencias como Gestor de empresas TIC e Presidente da ANETIE (ainda existe?) entre 1997 e 2008.Conclusão: caiu-me em cima das conclusões "uma Crise". A de 2008!!!!
Que sorte!!!Ou que Azar...

Olhando a ironia dos slogans comercias de algumas empresas que estiveram no "olho da crise" lá fora e cá dentro, todas elas de elevada sofisticação de negócios apoiados em TICs (Lehman Brothers-where vision get built, AIG-the strengh to be there, BPN-Valores que distinguem, BPP-Especialização e Independencia), recordei a "bolha das tecnológicas no final do século passado (2000-2001) e sorri tristemente.
Na verdade, tanta inovação para quê? Se fica apenas a imagem de ganância e estupidez "inteligente" e high tech sem referenciais éticos...E que as futuras gerações certamente irão " identificar como quase regresso às cavernas tecnico-económicas".

Ora Bolas !!!! (antes fossem de Berlim ...)

Hoje que o livro já lá está arrumado e sublinhado,olho à minha volta e, com as conclusões na cabeça, com todos a quererem "vender o que podem se ouver quem compre" para recuperar os lucros perdidos, com milhares de desempregados das empresas da 2ª e 3ª Vagas de Mudança a viver da solidariedade de um Estado sem dinheiro, com tantos Talentos na Sombra ( remunerados pela calada do sigilio bancário mas não só), com tantos génios à solta no contexto SICSS (Sociedade de Informação, Conhecimento Saberes e Sabedoria) e com tanta "tecnocracia com recuo"(= gente com emprego fixo que complementa, com fixo temporário ou em consultadoria "especial", com uns extras suportadosem networkings relacionados com empregos no Estado e no Para Estado mas não só) pergunto:

Afinal onde está a ÉTICA que a nova Sociedade nos prometia entre Bites e Bytes,Clocks e Clicks, quer fosse um teclado normal ou virtual, quer fosse na instalação de um ERP ou CRM ou uma Transferencia Bancária usando a Rede Swiftt para uma "simples aplicação "offshore" (na ausência de uma mala com dinheiro vivo para passar no avião, barco, automóvel ou simplesmente a pé, para local desconhecido e dotado de boas "lavandarias")?

No final parece que o velho lema "salve-se quem puder, que eu já estou safo" voltou a ser um dos mais utlizados na construção do futuro. É pena.
Amigo do amigo do amigo do partido da facção do amigo e até já do Conhecido, são a prática
cada vez mais éticamente opaca da Sociedade 2.0, para fazer nascer um novo Mundo.
Mas,...Ética volta!!! Estás perdoada!!

E vais ter direito a uma licença de TDT e a uma RNG. Mas não a um Magalhães que esse é para as novas gerações e oportunidades!
Sim a um E-Reader dos novos, em que possas ler e ver o filme de titulo sugestivo, " E tudo o Vento Levou" sem teres de partilhar outra vez a ventania que varreu cá o nosso "Páteo das Cantigas".

Mas com a hipótese de ires um dia deste à praia, para lermos, em conjunto, a célebre alegoria da tentação no episódio de Ulisses e as Sereias da Odisseia de Homero ou o a poesia lirica O Bem Mal Ordenado de Luis de Camões.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A propósito de orçamentos

Uma citação:

Note: The text of the memorandum was released on February 15.

On the same day, the White House announced that work had already begun, at the President's direction, to implement zero-base budgeting in the White House, and that substantial budget reductions are anticipated. Richard M. Harden, Special Assistant to the President for Budget and Organization, is coordinating White House implementation.


Memorandum for the Heads of Executive Departments and Agencies

During the campaign, I pledged that immediately after the inauguration I would issue an order establishing zero-base budgeting throughout the Federal Government. This pledge was made because of the success of the zero-base budget system adopted by the State of Georgia under my direction as Governor.

A zero-base budgeting system permits a detailed analysis and justification of budget requests by an evaluation of the importance of each operation performed.

An effective zero-base budgeting system will benefit the Federal Government in several ways. It will
• Focus the budget process on a comprehensive analysis of objectives and needs.
• Combine planning and budgeting into a single process.
• Cause managers to evaluate in detail the cost-effectiveness of their operations.
• Expand management participation in planning and budgeting at all levels of the Federal Government.

The Director of the Office of Management and Budget will review the Federal budget process for the preparation, analysis, and justification of budget estimates and will revise those procedures to incorporate the appropriate techniques of the zero-base budgeting system. He will develop a plan for applying the zero-base budgeting concept to preparation, analysis, and justifications of the budget estimates of each department and agency of the Executive Branch.

I ask each of you to develop a zero-base system within your agency in accordance with instructions to be issued by the Office of Management and Budget. The Fiscal Year 1979 budget will be prepared using this system.

By working together under a zero-base budgeting system, we can reduce costs and make the Federal Government more efficient and effective.

JIMMY CARTER

OE ou não É (para todos)?

A preparção do OE é uma tarefa "Titânica" para toda uma vasta equipa de gente competente e nem todos os portugueses o sabem. Em particular a máquina da DGO funciona e a experiencia acumulada dos excelentes profissionais que por lá trabalham, permite que o "documento saia a tempo e horas".
Quanto ao conteúdo e à sua apresentação e explicação, cabe ao Senhor MFAP e à sua equipa de SEs, a tarefa de o "defender" e descodificar em sede de opções politicas.E em matéria de "competitividade do País" explicar bem o que se quer fazer e ou demonstrar como está previsto ser feito.

Sendo um documento técnico e com as leituras politicas " à la carte" consoante os angulos e figuras de análise, conviria que, sobretudo nesta dificil fase da vida do País, o mesmo fosse bem descodificado, para "uma maioria de portugueses" que ainda acha que o OE não é para todos.
O exemplo Noruegues de divulgação do OE não seria um modelo a seguir? (documentos electrónicos hierarquizados para diferentes niveis de literacia económica e recurso a infografias explicativas dos inputs e outputs).Penso que para isto ainda não são necessárias RNGs...

E, no caso do contexto da SICSS que tal explicar bem que os "sacrificios" não são apenas para os funcionários públicos?Nesta fase do País somos todos "funcionários da Salvação Pública".E privada.
Convém saber e divulgar bem que ninguem está fora das responsabilidades passadas e futuras.Penso que para isto até estamos bem apetrechados com Banda Larga...convirá é que a Banda toque uma música diferente da que tem tocado insistentemente:O "hino da Alegria em versão folclórica"
E, no fim, resta-nos a fé no consenso sobre OE2010 e o regresso de melhores dias dentro de 3 a 4 anos.
Mais poupadinhos e mais Informados , Conhecedores e Sabedores sobre o velho principio"não há almoços grátis", nem "OE à borla" mesmo que apresentado em "pen ou cartão" comprada numa loja de produtos chineses.

Nota final (em euros de balanço):
E agora que não podemos gastar muito "OEmente" falando e temos mais tempo para pensar e fazer "balanços positivos e proactivos sem o apoio de consultores", não seria o momento ideal para em sede de SICC , o site de cada Ministério, DG, etc, ter lá com clareza uma fotografia "bem revelada" de qual o nível e segurança da infraestutura tecnológica e a literacia 1 ou 2.0, dos diferentes níveis hierarquicos para sabermos se estivémos perante pagamentos ou investimentos ?
Naturalmente descontando o envio de emails privados e as famosas "googladas" de temas e imagens, convinha que se soubesse tambem como são geridos em segurança, dados e informações que abundam mas normalmente "amontoados".
E que são de interesse público e não reservado.
Mais do que a fuga para a frente "juridicamente bem enquadrada", interessa retomar a caminhada de "mil passos" com um de cada vez.
"O Povo que paga" agradecerá certamente.Como sempre o tem feito na nossa história com mais ou menos "histórias" contadas para o enterter.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A história não se repete, mas rima

A propósito das duas últimas publicações ...

A história não se repete, mas rima. Mark Twain
Sugere-se a leitura do trabalho publicado por Leonor Freire Costa em Análise Social, vol.XXXI (136-137), 1996 (2º,- 3º), 295-312 sob o título:
Aspectos empresariais da construção naval no século XVI: o caso da Ribeira das Naus de Lisboa
Transcrevo uma pequena parte do que a autora/investigadora relata sobre o "funcionamento" deste Arsenal:

Perante tais níveis de aplicação de capitais, não se estranha que um dos intuitos do provedor-mor dos Armazéns fosse a contenção de despesas, mesmo que em prejuízo da celeridade dos trabalhos. Contudo, o seu parecer não escapava à polémica. Já em 1510 se apontavam os males dos contratos de empreitada pela sua morosidade, mas também pela falta de zelo dos empreiteiros, que recorriam a sub empreitadas, não se sabendo depois a quem exigir responsabilidades pelos atrasos *37. Mais tarde, outras opiniões, de quem experimentava a viagem em navios mal consertados ou de quem assistia à perda de tais cabedais num naufrágio, condenarão esta modalidade contratual, sublinhando os seus inconvenientes: associada ao melhor preço estaria a má qualidade dos materiais e pouco cuidado na execução das obras. As empreitadas surgem, assim, como um dos alvos de crítica às estratégias seguidas pela administração do estaleiro. E na sua condenação perpassa a consciência do tempo de amortização dos capitais. Custos inferiores representariam, afinal, um encurtamento da longevidade do navio. Problema idêntico viria a dar argumentos aos que rejeitaram, no final do século, algumas inovações técnicas introduzidas. As querenas, como método de reparação do casco, foram objecto de insistentes acusações por parte de Duarte Gomes Solis

Em minha opinião temos um problema crónico de aprendizagem, repetindo experiências de fracassos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PRACE-Para que te quis...?

Vivemos um momento dificil.Parece-me que poucos momentos foram tão dificeis para a Pátria, desde que me conheço.E muitos amigos e conhecidos partilham comigo deste estado de espirito.
Alguns "questionamo-nos em grupo" e dizemos: será por já termos passado o meio século de idade que vemos tudo "tão mal"?
Outros "respondemo-nos em unissomo" dizendo:mas se até os nossos filhos acham o mesmo...
A realidade nua e crua é que estamos mesmo "à rasca". Não todos...mas muitos! E vá lá saber para que serviu a estratégia de Lisboa, o Plano tecnológico (o da Banda Larga, etc) e...até o PRACE que anda fugido da Praça Pública.
A propósito:
Para além de tudo o mais que nos apoquenta em sede de Finanças Públicas e Competitividade, é urgente e imperioso que, "sem facas na mão e na liga", se discuta com sentido positivo, afinal o que fica/ficará do PRACE para além de macro e microestruturas Ministeriais.
E afinal, para além do cartão do cidadão e de muitos outros aspectos positivos, Simplex e não Simplex, levados à prática nos últimos 10 anos (já lá vai uma decada do XXI...) para colocar a Administração Pública (central e local) mais lado a lado, menos frente a frente, mas sempre visando fazer melhor em conjunto CIDADÃO/PRESTADORES DE SERVIÇOS, que balanço podemos fazer dos resultados (mas sem grandes textos porque sdepois ninguem os lê...)

É certo que " a mudança de mentalidades", "a mudança de atitudes", a "mudança das mudanças", são sempre dificeis de fazer (parecia ser mais fácil num pequeno País, mas parece que não é ...e nunca o foi...). Mas no contexto da Sociedade da Informação, do Conhecimento, dos Saberes e da Sabedoria (SICSS) talvez tenhamos de admitir outras explicações para o que continua por fazer.Porque caiu afinal muito do PRACE na Praça Pública?
Afinal qual o estado da arte dos processos de trabalho com apoios tecnológicos "modernissimos", para melhorar a relação com o cidadão, com os colegas e com outros Serviços?
Qual a relação entre Estratégia, Estruturas e Processos implementados no quadro de uma Administração Pública (e Empresas Públicas de serviço social) orientada para o SERVIÇO À COMUNIDADE muito para além do que se diz" em colóquios,conferencias e sessões de formação,etc.E que eram, em ultima instancia uma das metas do PRACE?
Afinal há 1 (uma) ou 13 (treze) " funções públicas" (fora o que fica de fora do OE mas está dentro da perspectiva de serviço público)?
E porque é que nem sequer os sites de cada Ministério têm um look de entrada normalizado e uma navegação facilitadora da transparencia de informação para todos (mesmo os infoexcluidos)? E em que se possa validar que "antes PRACE era assim.E agora é assim!! (para melhor!!).
Mais uma vez parece que os Teóricos das GRANDES REFORMAS da AP se esqueceeram que os resultados a alcançar na SICSS não são como os "burocráticamente obtidos" nas velhas lógicas das reformas feitas à luz do "velho" (mas bem elaborado) manual do Direito Administrativo de Marcelo Caetano e dos principios das políticas públicas visando a melhoria da produtividade AP, postas em prática dos ultimos 15 anos tipo " lá vai lei e segurem-se.Mas poucos vão cair...".

Afinal:PRACE-Para que te fizeram? (no contexto da SICSS).

ERPendeste-te de teres começado? CRManchaste a tua vida)?WORKfloaste a tua Visão que nunca mais a viste?

Haja quem preste contas.Para que TODOS possamos ajudar a corrigir o que correu menos bem.Ou não foi feito.
Porque BEING é fácil!!! DOING é que é complicado.... Dizia-me há uns anos um cozinheiro portugues a trabalhar em Londres desde 1980, quando o interpelei sobre o que achava dos novos rumos da Pátria depois do 25 de Abril.
Levei a resposta (BEING / DOING com sotaque Beirão) para o lado do humor e disse-lhe : tem de voltar a Portugal.Há lá muita coisa na restauração para DOINGuer ("Fazer" em terminologia de humor britanico, género da série ALO ALO).
A resposta foi pronta: "por enquanto, com tantos por lá a "BEINguar", só regresso quando realmente sentir que posso ter o meu Restaurante e SER o que aqui estou a FAZER.
Será que o PRACE foi apenas sopa "nouvelle cuisine" e que, no final teremos apenas "sushi alentejano" regado com "gasosa" fabricada numa "fábrica totalmente robotizada" ?
Já pensei perguntar ao cozinheiro Luso-Britânico que ainda está por terras de Sua Majestade.Mas tive receio de ele me mandar dar uma volta ao PRACE.

O CIO do Estado

Existe uma enorme confusão entre o conceito de CIO (Chief Information Officer) e de CTO (Chief Technology Officer), pois o que encontramos na maioria das organizações são CTO, enquanto responsáveis máximos de informática, mais concentrados na gestão das tecnologias do que na gestão dos recursos informacionais, incluindo a infraestrutura tecnológica de suporte.
O próprio conceito de Informática, enquanto tratamento automático da informação foi, ao longo dos últimos 20 anos, perdendo importância e dando lugar ao binómio sistemas e tecnologias da informação (SI/TI), procurando-se valorizar cada vez mais o recurso informação e não apenas as tecnologias que lhe dão suporte.
Deste modo, o papel do CIO na AP, como em qualquer organização, vai muito para além de ser um responsável máximo da informática e deverá constituir um gestor de topo dos recursos informacionais, com capacidade de influenciar estrategicamente a evolução do negócio numa perspectiva verdadeiramente inovadora, transformadora e de incorporação de valor com recurso a tecnologias adequadas.
Em meu entender não existe actualmente ninguém a desempenhar adequadamente o papel de um CIO, por duas razões principais:
Nos últimos anos assistiu-se a uma grande contracção e devastação das estruturas da Administração Directa do Estado (Direcções Gerais) e à sua migração para a Administração Indirecta do Estado (Empresas, Fundações, Agências, Institutos, etc.), como forma de iludir a contracção do défice e fugir ao controlo orçamental.
Consequentemente, diminuiu-se a capacidade de gestão estratégica e criaram-se psudo-empresas mais preocupadas em cumprir calendários políticos do que em assegurar uma arquitectura de SI/TI coerente e integradora de todo o sistema de informação do Estado. Em vez de um comportamento estratégico estas entidades preferem desenvolver competências executórias e sobrepor-se desta forma ao mercado privado ou nalguns casos deixar-se capturar por ele.
A segunda razão foi a desvalorização e, nalguns casos, a eliminação do estatuto de funcionário público independente e comprometido acima de tudo com o serviço ao cidadão. Perante o desfilar de governos sedentos de reinventar tudo de novo em cada período de quatro anos e perante um sistema de avaliação que privilegia sobretudo os resultados de curto prazo, a obediência cega à cadeia de comando e a competição individual, os actuais trabalhadores contratados em funções públicas são incapazes de ter uma atitude independente e comprometida acima de tudo com o serviço público.
Não é fácil exercer o papel de CIO no Estado. Trata-se de um papel verdadeiramente paradoxal, uma vez que, ao mesmo tempo que deverá ser capaz de participar e influenciar as estruturas políticas em cada momento, terá de ser capaz de ultrapassar as barreiras do tempo (sobreviver às mudanças de legislatura) e ultrapassar as barreiras do espaço, ou seja da tutela em que se encontra integrado, mantendo uma visão holística do sistema de informação do Estado.
As funções de governação (Governance) dos SI/TI não são iguais em todas as organizações, pois dependem da fase de maturidade em que se encontram os gestores dos recursos informacionais e tecnológicos. As funções de governação tanto podem ser asseguradas por solucionadores reactivos de problemas centrados nas tecnologias, do tipo CTO, como por autênticos CIO que são capazes de agir proactivamente e influenciar a transformação do negócio através da utilização adequada dos SI/TI, de forma co-optada com os seus pares nos níveis mais elevados da gestão e da governação.
Pode dizer-se que actualmente existem na AP alguns CTO mas ninguém desempenha o papel de CIO. Mesmo em sectores como as Finanças, a Justiça a Saúde ou a Segurança Social, o que existem são CTO mais preocupados na prestação de serviços do que no pensamento estratégico e arquitectural.
Por tudo isto, precisamos de um CIO do Estado que seja capaz de exercer funções de soberania, com força, credibilidade e independência suficientes, para ultrapassar as barreiras de cada legislatura (Tempo) e as barreiras ministeriais (Espaço) e capaz de se libertar das obsessões estritamente tecnológicas e dos autismos tecnocráticos, em favor de uma gestão do sistema de informação do Estado.