sábado, 26 de dezembro de 2009

A Década do GRÁTIS

Por ocasião da quadra festiva que atravessamos, em virtude de todos nós recebermos inúmeras mensagens escritas de diversos tipos e formatos, talvez pressionado psicologicamente para agradecer, respondi a algumas pessoas com uma mensagem festiva improvável. Que é a seguinte. Muda-se de carro, muda-se de casa, muda-se de mulher, muda-se de ano… mas nunca se muda de... . Aceitam-se sugestões!

Gosto de ser bastante crítico começando por mim próprio. Com inúmeros dissabores ao longo dos anos mas sempre de consciência tranquila, a solidariedade, para mim, deve ser praticada todos os dias e os momentos vividos em data oportuna, quebrando a obrigação das datas e do formalismo imposto pela maioria dos países.

Vem isto a propósito de dois artigos que li recentemente. O primeiro descreve que o futuro é grátis. O segundo chama a atenção para o projecto OLPC (One Laptop per Child). Decidi partilhar o que penso sobre este tema e o que nos espera a próxima década que está prestes a iniciar-se.

O caso português de sucesso do Magalhães tem corrido o mundo inteiro. Em termos de tecnologia, talvez não seja assim tão interessante "esmiuçar". No entanto, a principal vantagem da sua utilização por miúdos e graúdos é, na minha opinião, residir no facto do consumidor final entender o produto e o que pode fazer com ele. Basicamente é um computador barato, leve e com design moderno, tem todas as funcionalidades de um portátil de "marca" com ligação à internet e pronto a usar.

Comparativamente, o projecto OLPC materializado pelo conceito XO-3 pretende revolucionar o mercado dos portáteis de baixo custo em 2012. Dizem-nos que o conceito do XO-3 é muito simples: toda a máquina é um ecrã táctil de espessura reduzida. No imediato, o protótipo XO 1.5 vai chegar ao mercado em Janeiro, por um preço próximo dos 200 dólares (cerca de 140 euros). Até lá, o nosso Magalhães, evoluirá para a gratuitidade?

Algumas ideias de fazer negócio com tendência para o GRÁTIS:

  1. Oferecer software, vender hardware (Ofertas conjuntas Linux da HP e IBM);
  2. Oferecer hardware, vender software (o modelo das consolas de videojogos);
  3. Fazer testes grátis (assinaturas de revistas, livros para provável adopção);
  4. Oferecer artigos científicos, cobrar aos autores para os publicar (Biblioteca Pública de Ciência);
  5. Oferecer listas de currículos, cobrar a busca prioritária (LinkedIn);
  6. ...
Será que, quando não há custo, não há compromisso?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

TeleMedicina em terra e no Mar

Vasconcelos da Cunha, Engenheiro Naval e MBA
(adaptado do artigo publicado na "Revista de Marinha", Out/Nov 2009)

Resumo: Breve introducção ao conceito de TeleMedicina (TM).Descrição das vantagens e resultados da sua utilização, por referência a um exemplo concreto em Portugal. TM naval e marítima, âmbitos e motivações respectivas. Fundamentação da necessidade de a Marinha e as FA Portuguesas reconhecerem que a TM é um sistema essencial de suporte de combate e assumirem a responsabilidade da a implementarem urgentemente.

TeleMedicina
“A Medicina, como evolução da arte de curar, é, fundamentalmente, a comunicação entre dois seres humanos. Comunicação para ouvir, compreender, avaliar, e comunicação para orientar, aliviar e ensinar. Nos nossos tempos a Medicina recorre sistematicamente a exames complementares de diagnóstico, que permitem amplificar muito o poder de observação e análise fornecido pelos nossos cinco sentidos. O registo do historial médico individual é também imprescindível para a compreensão das doenças e seu tratamento. Todas estas actividades estão centradas sobre o conceito de comunicação.”(1)
A comunicação entre médicos e doentes ocorre, ainda maioritariamente, mediante interacções presenciais. Porém, à medida que os meios de comunicação (telégrafo, telefone, etc) se foram desenvolvendo assim começou também a prática da Medicina à distância. Finalmente, com o recente desenvolvimento explosivo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), e a generalização da sua utilização na prestação de cuidados de saúde, consolidou-se o conceito de TeleMedicina: “Prática de cuidados médicos utilizando comunicações interactivas, voz, imagem e dados, estando incluída a prestação de cuidados médicos, o diagnóstico, a consulta e o tratamento, bem como, a formação e transferência de dados médicos (2).
Esta definição resume todo um conjunto de processos em que se substitui a deslocação dos pacientes e dos profissionais pela transferência de informação clínica. O termo “processos” em TM significa a conjugação harmoniosa de meios humanos, tecnologia e organização, que garante a necessária comunicação e articulação entre as diferentes instituições e profissionais que asseguram a prestação de cuidados de saúde nas diversas especialidades, independentemente de barreiras geográficas, físicas e temporais. Os fluxos de informação médica indispensável que circula nessas intranets sectoriais são constituídos por imagens radiológicas, sons, resultados laboratoriais e exames clínicos.
As primeiras experiências de TM em Portugal realizaram-se em 1994. Desde então a TM tem tido um desenvolvimento mais lento e difícil do que se desejaria, pelas habituais dificuldades em melhorar rotinas estabelecidas e, sobretudo, por um continuado alheamento e falta de orientação ao mais alto nível. Apesar disso, há já alguns resultados muito interessantes. A Região de Saúde do Alentejo, por exemplo, começou em 1998 a implementar uma rede de TM que em 2008 já era constituída por 20 plataformas, instaladas nos Hospitais de Beja, Évora, Elvas e Portalegre, e nos Centros de Saúde de Alandroal, Campo Maior, Castelo de Vide, Castro Verde, Estremoz, Mértola, Montemor-o-Novo, Mora, Moura, Nisa, Odemira, Ponte de Sor, Portalegre, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Vila Viçosa. Actualmente, fazem-se teleconsultas online e em diferido (teleradiologia) entre os 16 centros de saúde do Alentejo e os quatro hospitais regionais (Évora, Beja, Portalegre e Elvas) e entre estes e 4 Hospitais Centrais em Lisboa. Em meados de 2009 já tinha sido atingido o total de 76.000 teleconsultas, no conjunto das especialidades abrangidas (fontes: Boletim da Administração Regional de Saúde do Alentejo, I.P., e First Solutions (http://www.first.pt/).
Poderíamos citar outras situações em que a TM em Portugal está a dar bons resultados, incluindo ligações transfronteiriças, nomeadamente com Espanha. Esta realidade não nos deve surpreender: - as tecnologias estão dominadas, os processos testados, os custos são conhecidos e comportáveis e, em muitas situações, representam um investimento modesto e rentável. A implementação da TM deixou de ser uma decisão técnica, para ser uma decisão estratégica e de política de Saúde. A TM permite (3): a) a um doente obter a intervenção dum médico especialista que não existe geográficamente perto de si; b) a um médico, obter a “segunda opinião” dum colega seu, distante de si; c) a um profissional de saúde actualizar, adquirir e partilhar conhecimentos e competências.
As vantagens da TM traduzem-se em melhorias da acessibilidade, qualidade e efectividade das prestações de cuidados de saúde, com maior conveniência e conforto para os utentes (menos deslocações), e em facultar aos profissionais um meio de se interligarem para aceder a opiniões e diagnósticos de especialistas, de modo fácil, rápido e com menor risco (4)(5).
TeleMedicina no Mar
O potencial e as vantagens da TM não se alteram com a mudança de meio. Na marinha de comércio, há um interesse económico imediato que se traduz em evitar arribadas e evacuações por helicóptero. Nos navios de cruzeiro, a TM permite ao médico de bordo obter apoio dos seus colegas especialistas em terra e aceder directa ou indirectamente aos antecedentes clínicos de um passageiro que possam ser essenciais para o diagnóstico ou o tratamento (mais) seguro duma qualquer indisposição ou doença súbita. A decisão de adoptar a TM poderá nestes casos ter também motivações de marketing, pelo conforto psicológico que isso trará aos turistas. Nos navios de cruzeiro e nos ferries predominam os incidentes do foro cardiológico, enquanto nos navios de pesca e de carga, predominam as emergências por acidente.
Segundo alguns autores, as referências ao uso de TM a bordo, feitas por diversas companhias de navegação (6)(7) situam-se, na realidade, aquém daquilo que é anunciado (8). Não é o caso das empresas Maersk Drilling, e Troms Fjord AS em que é referida a existência equipamentos de telemedicina e de hospital (16) em algumas unidades, como sejam o navio supply “Troms Fjord” ta empresa Troms Offshore AS e a plataforma de perfuração “Maersk Innovator” da Maersk Drilling (16).
No caso naval, a motivação para o uso da TM é manter e recuperar a capacidade funcional do militar, em termos físicos e morais, para poder dar o seu melhor contributo para a operacionalidade da unidade, no limite num contexto bélico.
No âmbito do Projecto de Telemedicina NNMC MIDN, realizado pela Marinha dos EUA (Março 1996 - Nov 1999), em 6 meses de funcionamento experimental, entre Out 97 a Abr 98, foi efectuado um total de 59 Teleconsultas, com a seguinte distribuição: - Dermatologia 19 (32%); Psiquiatria 11 (19%); Ortopedia e Mãos 8(13%); Cardiologia 4 (7%); Oftalmologia 4 ( 7%); Radiologia 4 (7%); ENT 3 ( 5%); MI, Urologia, Outras 6(10%).
Esta experiência permitiu concluir que:
- a TM reforça a Medicina Operacional e é essencial como sistema de suporte de combate;
- a Telerradiologia melhora substancialmente a efectividade clínica;
- a Tele-video-conferencia é útil, importante e custo-eficaz
Quanto aos resultados medidos em termos de Impacto Operacional:
- foram evitadas 14 evacuações (30%), a que correspondeu uma redução de custos de 61.600 $US e outras tantas aportagens não programadas a portos estrangeiros;
- foram evitados 1.333 dias de perda total serviço e 244 dias de perda parcial de serviço.
Apesar desta experiência já não ser recente, os seus resultados mantêm-se actuais e ilustram bem como a TM pode evitar perdas consideráveis de dias de serviço, facto que merece relevo especial no contexto actual de forte escassez de pessoal.
Outro factor importante nesta problemática é a possibilidade de guarnecer algumas unidades com pessoal de enfermagem, devidamente apoiado por TM, mantendo o pessoal médico em posições mais recuadas.
Nas marinhas de guerra a TM é importante também para apoio a populações em terra, em situações de cooperação com outros países, ou de calamidade. Neste contexto não é aceitável que a Marinha de Guerra Portuguesa não esteja na vanguarda da utilização da TM em Portugal, país com territórios insulares e que, quando necessário, desloca unidades navais para prestar apoio a países distantes com quem mantém estreitas ligações no âmbito da Lusofonia. A TM naval é um sistema essencial de suporte de combate e a decisão da sua adopção tem uma componente de natureza eminentemente operacional.
Naturalmente que tudo o que se acabou de dizer sobre as Marinhas de Guerra, é válido para as Forças Armadas em geral, sobretudo num quadro em que elas são cada vez mais chamadas a participar em missões internacionais. Reproduz-se, a propósito, o seguinte trecho da abertura do Relatório de 2008 do TRATC (12): “A most solemn responsibility …is to provide world-class medical technologies to protect and sustain our service men and women across the full spectrum of military operations. We are all challenged to provide effective care for sick and wounded service members to minimize morbidity and hasten a full return to duty and a fulfilling life”. (Major General George W. Weightman, Commanding General, US Army Medical Research and Material Command).
Esta declaração está em consonância com o conceito de “warfare” apresentado no “21st Century Warfare”(13), cuja tradução do autor é: “O programa de TM do exército é um potencial da era da informação, que proporciona serviços de consulta médica sem restrições de tempo. A tecnologia actual permite a transferência de imagens com qualidade para diagnóstico clínico a partir de posições distantes e avançadas para centros médicos. Permite também realizar teleconsultas com utilização de otoscópios, endoscópios, dermatoscópios e objectivas orais, transferências de dados em alta velocidade e apoio telefónico e de telefax. Estão em curso esforços no sentido de generalizar a utilização de estetoscópios e ecógrafos digitais e de digitalizadores de imagens que se verifica já em algumas localizações remotas espalhadas pelo mundo. Após uma utilização inicial na Somália, estes equipamentos foram sucessivamente introduzidos na Macedónia, na Croácia, no Haiti e no Kuwait. A TM permite ainda que os médicos destacados em posições remotas e avançadas possam conferenciar com os seus colegas especialistas, em hospitais e outros centros médicos em qualquer parte do mundo, fazendo consultas de especialidade, gerindo situações de trauma e emergência, estudando condições de evacuação e fazendo formação médica permanente. O conceito de TeleMedicina Inversa, é ainda muito recente para se poder dizer se irá ou não possibilitar que os médicos em posições avançadas continuem a fazer o acompanhamento dos seus doentes, uma vez estes regressados às suas unidades de origem, na rectaguarda. Os dois grandes objectivos tecnológicos da TM são 1) consulta médica por intermédio de comunicações instantâneas entre os médicos da frente e os especialistas nos centros médicos recuados, capaz de proporcionar um apoio mais amplo às unidades médicas nas frentes de combate, a nível mundial, e 2) mecanismos de Acesso à Informação que integrem a TM com as bases de dados médicas existentes, como seja a National Library of Medicine.” Portugal não tem, ao que o autor sabe, nenhuma ligação de Telemdicina naval ou militar. A Marinha de Guerra Espanhola, para citar um exemplo, tem TM instalada em várias unidades navais, com ligações a hospitais em terra, militares e civis (14) e as FA Espanholas utilizam TM, em apoio das suas unidades destacadas no estrangeiro, em contingentes internacionais, e em missões de cooperação que associam treino operacional com ajuda local e influência política.
A terminar interessa ainda referir que o Registo Electronico do Paciente-REP (EHR na língua inglesa) é uma peça fulcral de um sistema de TM. É através dele que se consegue aceder ao histórical clínico e dados críticos essenciais de um doente, onde e quando ele precisa de cuidados de saúde. A atestar esta importância, de 26 a 28 de Outubro, em Viena, perto de Washington DC, realizou-se o “EHR Summit To Map the Future” (15) em que estiveram presentes importantes decisores civis e militares. E em 25 e 26 de Junho de 2009 realizou-se em Lisboa o e-Saúde 2009, encontro dedicado às tecnologias de informação na saúde, em que numa das sessões foram apresentadas as conclusões das reflexões do Grupo de Trabalho para o Registo de Saúde Electronico. O RSE pretende-se com“âmbito nacional e preparado para a interoperabilidade transfronteiriça” e o GT tinha um composição muito ampla, com representantes de Hospitais Públicos, Administrações Regionais de Saúde e Unidades Locais de Saúde, Cuidados de Saúde Primários, Cuidados de Saúde Continuados e Grupos Privados de Saúde, Ordens Profissionais, Universidades (I&D), Saúde Pública/DGS, Regiões Autónomas. No final, os apresentadores pareceram surpreendidos quando questionados sobre o porquê da ausência no GT de representante(s) dos Subsistemas de Saúde Militar e desculparam-se invocando esquecimento.
Em resumo e conclusão, a MGP, e como ela as FA Portuguesas, devem preocupar-se em ter e utilizar Telemedicina de vanguarda, e para tal terão que assumir como tarefa sua e urgente a respectiva implementação, o que só por iniciativa e esforço próprio irão conseguir.
Referências
(1) Pires, João Vasques Silva, “A Telemedicina na Marinha Portuguesa”, Anais do Clube Militar Naval, Vol. CXXVII, Out-Dez 1997
(2) Organização Mundial de Saúde - Assessor de Informática
(3) Monteiro, Maria Helena, UTL-Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, “a Telemedicina em Portugal – o percurso da Telemedicina e expectattivas para o futuro”, in Hospital do Futuro N.º 5, Dezembro de 2007
(4) Carrasqueiro, Sara (Universidade Católica Portuguesa), Monteiro, Maria Helena (UTL/ ISCSP), e Cunha, A. Vasconcelos (APDSI): “e-Saúde – O que o Sector da Saúde em Portugal tem a ganhar com o desenvolvimento da Sociedade da Informação”, Julho de 2004, www.apdsi.pt
(5) Cunha, A. Vasconcelos (APDSI), Carrasqueiro, Sara (UCP), Monteiro, Maria Helena (UTL/ISCSP): “Telemedicina – onde estamos e para onde vamos”, Dezembro de 2007, www.apdsi.pt
(6) Mooney, P.W.: “QM2 a Ship Like no Other” - tttp://www.shipsandcruises.com/qm2.htm
(7) Ants Silberberg: “A system for medical consultations at sea “, EC 4th Framework Programme (2000) Telematics application for health, Chalmers University of Technology, Gothenburg, Sweden
(8) Brewer, Phillip A.MD, and Barry, Michele MD- Yale University School of Medicine, New Haven, Connecticut: “Survey of Web-Based Health Care Information for Prospective Cruise Line Passengers” Journal of Travel Medicine http://www3.interscience.wiley.com/journal/119927848/abstract?CRETRY
(9) Bakalar, Richard S., Medical Corps, U.S. Navy “Operational Telemedicine- Naval Telemedicine Business Office”, Naval Medical Information Management Center (Agosto de 2001)
(!0) Koening, T.R. – “NAVY TELEMEDICINE”, 2003 Capitol Hill Telehealth & Healthcare Informatics Series, 26 Mar 2003
(11) Bailey, Dean, Cdr MC, USNavy “Telemedicine at Sea”, www.chips.navy.mil/archives/98_oct
(12) Telemedicine and Advanced Technology Research Center – TATRC, 2008 Annual Report
(13) America’s Army tomorrow and into the 21th century – 21tth Century Warfare
(14) www.armada.mde.es
(15) “EHR Summit To Map the Future” (www.electronichealthrecordssummit.com - email info@idga.org call: 1-800-882-8684 or 1-646-378-6026)
(16) Puskeppeleit, Monika “Improving Tlemedicine onboard Norwegian ships and drilling platforms” Master of Public Health Thesis - MPH 2008-13, NHV- Nordic School of Public Health.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dez anos de Sociedade da Informação

Portugal tem vindo a realizar desde há dez anos fortes investimentos públicos na área da modernização tecnológica e formação em novas competências. Tem sido assumido pelos sucessivos Governos a prioridade conferida à missão de estimular fortemente a acessibilidade e participação, assegurando a dinamização, o desenvolvimento e a consolidação das Tecnologias de Informação e Comunicação como um instrumento central de modernização e melhoria da qualidade de vida da sociedade portuguesa. Ao fim deste tempo todo, muito falta fazer. Portugal ainda não conseguiu aceder à “rede” e um sentido de urgência se impõe na mudança do paradigma da nossa sociedade.

A construção duma Sociedade da Informação e do Conhecimento é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2009 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração – para além da ligação das escolas e de grande parte de instituições públicas em banda larga, a modernização administrativa da Administração Pública Central e Local avançou em grande ritmo e existe uma Rede de Espaços Públicos de acesso universal à internet, com grande impacto em zonas mais isoladas e segmentos sociais mais desfavorecidos.

Apesar do enorme progresso registado, os sinais empíricos evidenciam uma leitura menos positivo do comportamento da sociedade portuguesa em termos dos requisitos que a Inovação e a Criatividade implicam. A consolidação duma Sociedade do Conhecimento em Portugal implica, antes de mais, saber responder às seguintes questões:

- Qual o caminho a dar às TIC enquanto instrumentos centrais duma política activa de intervenção pública como matriz transversal da renovação da nossa sociedade ?

- Qual a forma possível de fazer das empresas (e em particular das PME) os actores relevantes na criação e valor e garantia de padrões de qualidade e vida social adequados, num cenário de crescente “deslocalização” económica?

- Qual o papel efectivo da educação como quadro referencial essencial da adequação dos actores sociais aos novos desafios da sociedade do conhecimento? Os actores do conhecimento de que tanto se precisa são “educados” ou “formados”?

- Qual o papel do I&D enquanto área capaz de fazer o compromisso necessário entre a urgência da ciência e a inevitabilidade da sua mais do que necessária aplicabilidade prática para efeitos de indução duma cultura estruturada de inovação?

- Qual o sentido efectivo das políticas de empregabilidade e inclusão social enquanto instrumentos de promoção dum objectivo global de coesão social? O que fazer de todos os que pelo desemprego se sentem cada vez mais marginalizados pelo sistema?



Pretende-se desta forma criar as condições para a qualificação “em rede” dos diferentes Actores que dinamizam o país, proporcionando uma verdadeira “agenda de modernidade”, participativa e apostada no novo paradigma da competitividade, essencial para a criação duma oportunidade nacional na economia global. O Conhecimento ganha desta forma um estatuto central na mudança do paradigma de desenvolvimento do país, materializado no compromisso entre Coesão Social e Competitividade.

A experiência de implementação dos Projectos executados nos últimos anos, envolvendo as mais variadas naturezas de Entidades (Administração Pública Central, Local, Universidades, Centros I&D, outras Entidades) constitui um laboratório único a desenvolver no futuro. Portugal não pode fugir ao desafio de se tornar verdadeiramente uma Sociedade do Conhecimento. Para isso, o nosso contributo individual numa rede colectiva moderna será fundamental.



(x) Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

domingo, 29 de novembro de 2009

Inovação, Conhecimento e Sabedoria

Ao mesmo tempo que estava a assistir pela televisaão aos discursos da abertura da XIX Cimeira Ibero-Americana que tem como tema INOVAÇÃO E CONHECIMENTO, estava a folhear a última HBR e deparei-me com um anúncio, do meu ponto de vista, fabuloso, da IDA Ireland, que tem a seguinte mensagem:
New thinking is not about the dollars you invest.
It´s about the people you invest in.
A imagem que suporta o texto é também ela bem conseguida. Pode ser vista aqui noutro meio.
Penso que com este conceito generalizado, haverá mais probabilidades de se atingir a Inovação, o Conhecimento e a SABEDORIA acrescentada por António Guterres na sua intervenção na Cimeira, e sem a qual, penso eu, as outras estarão sempre pela metade.

domingo, 22 de novembro de 2009

Fibra Óptica

É um filamento com capacidade para transmitir luz, afirmando-se como "a autoestrada da informação". Agora que começa a chegar, embora ainda muito devagar ao mercado residencial em Portugal, fica aqui uma breve explicação desta tecnologia:

LHC volta a funcionar

Após 14 meses de paragem forçada, aguarda-se com muitíssima expectativa ...

http://www.youtube.com/watch?v=rgLdIly2Xtw

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Alcançámos o 1º Lugar na Europa em e-Gov!!!

Com a divulgação ontem do Benchmarking do e-Government na Europa de 2009 , promovido pela União Europeia, Portugal alcançou o Primeiro Lugar, quer em Disponibilização de Serviços Online, quer em Sofisticação.

Vejamos o quadro global da Disponibilização de Serviços Online


Para nos recordarmos dos 20 serviços básicos medidos pela UE:

Serviços para o Cidadão
  • Pagar contribuições para a Segurança Social
  • Procura de emprego
  • Documentos pessoais – Carta de condução
  • Registo de automóveis
  • Licenças de construção
  • Documentos pessoais – B.I.
  • Documentos pessoais – Passaporte
  • Informar alteração de morada
  • Certidões de nascimento e casamento – Pedidos e fornecimentos
  • Reportar ocorrência ou denúncia de um crime
  • Entregar declaração fiscal
  • Bibliotecas públicas – Acesso aos catálogos
Serviços para a Empresa
  • Registo de Empresas
  • Impostos IRC – Declarações e Notificações
  • Impostos IVA – Declarações e Notificações
  • Segurança Social – Contribuições
  • Alfândegas – Declarações
  • Ambiente – Licenças e relatórios
  • Aquisições Públicas
  • Estatísticas – Envio dos dados

e o quadro global da Sofisticação


Eis pois a nossa evolução:


Aspectos ainda a melhorar: Usabilidade e Acessibilidade

sábado, 14 de novembro de 2009

RoboParty 2010

A Universidade do Minho e a SAR-Soluções de Automação e Robótica organizam a quarta edição da RoboParty®. Trata-se de um evento de 3 dias (traz o teu saco cama para dormir lá), onde os jovens aprendem a construir o seu próprio robô com supervisão especializada, de uma forma simples e divertida. Para além da formação básica (Electrónica, Programação, Mecânica), tens ainda muitas actividades desportivas e divertidas. No final do evento o robô é teu. O evento decorre no Pavilhão Desportivo da Universidade do Minho, em Guimarães, nos dias 19 a 21 de Fevereiro de 2010.

Para mais informação vê o site em: www.roboparty.org

As inscrições abertas

Até ao dia 18 de Janeiro podes-te inscrever, em: http://www.roboparty.org/index.php?link=inscricoes
Notícias do evento: www.roboparty.org.
Fotos das edições anteriores: http://www.roboparty.org/index.php?link=Comofoi

Podes trazer os teus robôs ou outros gadgets para mostrar na RoboParty.

FAQ em: http://www.roboparty.org/ficheiros/FAQ.txt
Poster do RoboParty’2010: http://www.roboparty.org/index.php?link=informacoes

Mutibanco e segurança

Já ouviu falar do "LAÇO LIBANÊS" nas ATM's?
Aqui estão as provas do aspecto real do dito acessório.
Sempre que vir uma ATM com este aspecto (ver foto) não introduza o seu cartão e alerte as autoridades.

O que acontece é o seguinte:
Na situação da 1.ª foto, a pessoa insere o cartão, marca o código e o cartão fica preso, o que faz com que a pessoa fique aborrecida e abandona o local e nem sempre telefona para o banco a pedir a anulação do cartão, o que acontece depois é que chega um "artista" tira a "caixa" e o Multibanco fica com o aspecto normal (foto da direita) e o "artista" fica com acesso ao código do cartão da pessoa, podendo para isso fazer levantamentos do cartão da própria pessoa, até a pessoa anular o cartão."

«PROCESSOS»

Se bem me lembro, a primeira vez que ouvi falar de «Processos», com significado técnico, foi no âmbito de um Projecto Informático, há muitos anos, cuja equipa multidisciplinar integrei. Depois, voltei aos Processos no MBA/Mestrado que fiz, aqui já ligados aos Sistemas de Informação de forma clara. Mais ou menos em simultâneo já estava a ter outro contacto com Processos, agora na esfera da gestão em geral. Os autores que se impunham: James Champy; Michael Hammer; Davenport. Neste momento, tenho algumas dúvidas se os «informáticos» e os «outros» estarão a dar o mesmo conteúdo ao conceito. Já agora, o que eu sigo está muito bem retratado neste capítulo do livro a «AGENDA».
Maria Augusta Fernandes

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Conferência: As TIC e a Saúde no Portugal de 2009

A APDSI realizará no próximo dia 25 de Novembro, às 09:00 horas, no Auditório do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, a Conferência "As TIC e a Saúde no Portugal de 2009" http://lc4.in/QXw

domingo, 8 de novembro de 2009

Sociedade da Informação em Portugal - Entrevista de Fátima Caçador(FT) a José Dias Coelho (JDC) para o Jornal de Negócios

(FC) Nos últimos anos assistimos a grandes mudanças a nível da infra-estruturação tecnológica em Portugal e da evolução dos indicadores, mas há muitas críticas de que esta é apenas uma das faces visíveis, que atinge uma franja ainda curta da sociedade e que não é suficiente para mudar o país. Quer comentar?

(JDC) Portugal já possui algumas infra-estruturas tecnológicas a nível médio na Europa, mas ainda apresenta enormes carências na cultura de uso. É aí que se têm de concentrar os esforços no futuro.
Se essa meta for concretizada não se pode pôr em causa a bondade do esforço de desenvolvimento de infra-estruturas concretizado no passado recente.

(FC) O Plano Tecnológico ajudou a criar uma nova dinâmica na economia e na atitude das empresas face à inovação. Teme que a actual crise possa afectar esse posicionamento? Em tempo de orçamentos curtos muitas empresas cortam precisamente no I&D...

(JDC) O Plano Tecnológico é mais uma agenda de iniciativas do que um verdadeiro plano, por ausência de integração plena das suas acções. A esse propósito recordo a posição do Grupo de Alto Nível da APDSI que numa tomada de posição em 2006 afirmou que o Plano Tecnológico não era um plano operacional, nem um plano estratégico. Apesar de tudo, em virtude do impacto como imagem de marca do XVII Governo Constitucional, acredito que o novo Governo do Partido Socialista irá dar continuidade ao Plano Tecnológico.

(FC) A visão do Portugal mais tecnológico tem sido muitas vezes transmitida por franjas de sectores económicos e continua a mostrar muitas diferenças, sobretudo a nível regional. Vamos ter sempre um país a duas ou três velocidades diferentes?

(JDC) Sim. Não há como não ser. Sempre que há uma aproximação a um estádio de desenvolvimento superior, haverá sempre sectores socioeconómicos ou geográficos que andarão à frente.

(FC) Entre as medidas tomadas nos últimos três anos no Plano Tecnológico quais são as que destacaria como mais relevantes e quais as que acredita que devem ser reforçadas nos próximos anos?

(JDC) As medidas que considero mais relevantes são o desenvolvimento da banda larga, o e-escolas, o-escolinhas e indirectamente tudo o que se relacionou com o programa SIMPLEX da administração pública.

(FC) A ideia da criação de clusters em Portugal como forma de desenvolvimento de determinados sectores por via da agregação de competências continua a ser defendida. Tem conhecimento de projectos em desenvolvimento? Para além do cluster da saúde e de um cluster tecnológico que outras áreas fazem sentido desenvolver? Ou devemos fixar-nos em duas ou três áreas de maior potencial?

(JDC) Desde o relatório Porter que é claro que, para um país com a dimensão de Portugal, tem de haver uma aposta clara no desenvolvimento de clusters, para os quais seja possível criar vantagens competitivas. Para além dos clusters já existentes que merecem apoio, para aumento da sua qualificação tecnológica, acrescentaria o sector das indústrias TIC, a biotecnologia e as indústrias das energias renováveis. Estes sectores fariam Portugal saltar para um nível de desenvolvimento superior.

(FC) As grandes mudanças fizeram-se também na modernização da Administração Pública, com uma visão mais orientada para servir os cidadãos e empresas. Que medidas destacaria como mais relevantes?

(JDC) Foram relevantes e continuarão a ser, dado que ainda muito há para fazer, a desmaterialização da relação com o cidadão, a interoperabilidade na administração em rede e a simplificação interdepartamental. O Simplex Autárquico deverá dar continuidade das acções anteriores ao nível da administração pública local.

(FC) Apesar desta modernização o cenário na AP está também longe de ser "cor de rosa". Na sua opinião quais são as principais áreas onde é preciso intervir?

(JDC) O cadastro territorial é ainda uma enorme lacuna. Deverá insistir-se na desmaterialização dos licenciamentos e no Simplex Autárquico. Daqui em diante, os grandes objectivos deverão ser promover e assegurar transparência dos processos, oferecer segurança da informação e estimular o desenvolvimento das arquitecturas da informação para permitir a interoperabilidade plena.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A Segurança da Informação na Sociedade da Informação (Portuguesa)

Gostaria de comentar/debater convosco, alguns pontos que me parecem curiosos numa perspectiva da Segurança da Informação na Sociedade da Informação Portuguesa, tendo com base o último estudo Global Information Security 2010 (pwcsurvey2010_report.pdf) realizado em conjunto pelas revistas CSO e CIO em parceria com a PwC:

Uma das principais conclusões do estudo, refere que a actual crise, obrigou as empresas a fazer menos investimentos na generalidade. Mas, (felizmente) os orçamentos das empresas dedicados à segurança mantêm-se estáveis e no topo da lista das preocupações, nomeadamente, os investimentos para a continuidade do negócio (BC) e Compliance. (Finding/Figure #1).
Será que este cenário também se aplica às empresas portuguesas?
ou a crise em Portugal teve outras repercussões?


É conhecida, a diferença de importância que a Gestão e os gestores de TI (CIO) atribuem na tomada de decisão quanto às questões sobre a Segurança da Informação. No entanto, esta situação parece estar a convergir no mesmo sentido, ou seja, começam a perceber que têm as mesmas preocupações e a pensar da mesma forma, alinhando estratégias. (Finding/Figure #5 and #6)
Para esta mudança, terá contribuído a actual crise e a relevância da função de CISO (from 29% in 2008 to 44% this year) e o seu reconhecimento na hierarquia da empresa (74% vs. 65% India e 50% US). (Figure 14)?
Em Portugal, estas mudanças também se reflectem nas empresas?
Será que a função de CISO (Chief Information Security Officer) é reconhecida nas empresas portuguesas?


Acho este ponto particularmente interessante.
A América do Sul passou do final da tabela para o topo da tabela, em apenas dois anos, na preocupação com as praticas de Segurança da Informação, deixando a Europa em último, comparativamente com a Ásia e a América do Norte (Finding/Figure #12).
Para tal contribuíram, factores como a definição e importância da Segurança da informação pela Gestão (62% América do Norte vs. 38% Europa) e principalmente porque consideram como factor de liderança o “Client requirement” para justificar os investimentos, em contraste com a Europa que considera o factor “Legal or Regulatory requirement”.
Será que a Europa está a limitar-se a cumprir regulamentos e responsabilidades legais e a menosprezar o mais importante, a Segurança da Informação (da empresa ou do cliente)?

Estes pontos, revelam que a Segurança da Informação na Sociedade da Informação é bastante pertinente, principalmente, numa altura em que é necessário conter investimentos e alinhar estratégias, não descurando o mais importante: a Segurança da Informação. Pelo que, considero esta matéria bastante interessante para seer abordada futuramente por um GAN.

Por fim, este estudo lembra-me a minha dissertação de mestrado com o tema "Factores de Sucesso na Gestão de Segurança da Informação nas empresas Portuguesas" que debate esta problemática. (em http://tiny.cc/7jDks, 2008)

Luis Manuel Santos

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Criatividade e Inovação

Ontem, no decurso de uma reunião de um Grupo de Trabalho da APDSI em torno da «Ciência de Serviços», a propósito da criação de valor, lembrei-me da intervenção de Don Tapscott na abertura, em Portugal, do Ano Europeu da Criatividade e Inovação. Se por acaso não conhece o video em que está registada a intervenção deste «guru», e estiver interessado, pode vê-lo aqui. Pessoalmente, considero que é um bom contributo para o debate sobre o papel das TICs, em tempos de web 2.0, na gestão das organizações, e na vida das pessoas, nesta Sociedade da Informação e do Conhecimento.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um Mundo Masculino

Este é o meu primeiro post neste blog, e, não pretendendo quotas, não pude deixar de reparar que é um blog masculino. Isto mesmo é verificável em seminários, conferências e afins, na esfera das Teconologias da Informação e Comunicação. Pois bem, o MAF são as iniciais de Maria Augusta Fernandes, e quem sabe ao destacar o facto outras mulheres não se irão sentir desafiadas e começar a colaborar também nestes espaço. Por outro lado, estudar o fenómeno é capaz de ter cabimento na actividade da APDSI. Agora que se está a pensar no Plano de Actividades para 2010 ... .

8ª Tomada de Posição do GAN

Será apresentada a 8ª Tomada de Posiçao do GAN da APDSI com o tema "As TIC e o Ensino Básico: O Computador Magalhães" no próximo dia 9 de Dezembro, às 11:30 horas, no Hotel Tiara Park Atlantic . Confirme a sua presença até dia 25 de Novembro! http://lc4.in/ajNv

Ditados populares adaptados à Era Digital

  • 01. A pressa é inimiga da ligação.
  • 02. Amigos, amigos, passwords à parte.
  • 03. Antes só, do que em chats aborrecidos.
  • 04. A ficheiro grátis não se olha o formato.
  • 05. Diz-me que chat frequentas e dir-te-ei quem és.
  • 06. Para bom fornecedor uma password basta.
  • 07. Não adianta chorar sobre ficheiro apagado.
  • 08. Em briga de namorados virtuais não se mete o mouse.
  • 09. Em terra off-line, quem tem um 486 é rei.
  • 10. Hacker que ladra, não morde.
  • 11. Mais vale um ficheiro no HD do que dois a descarregar.
  • 12. Rato sujo limpa-se em casa.
  • 13. Melhor prevenir do que formatar.
  • 14. O barato sai caro. E lento.
  • 15. Quando a esmola é muita, o santo desconfia que tem um vírus anexado.
  • 16. Quando um não quer, dois não teclam.
  • 17. Quem ama um 486, Pentium 5 lhe parece.
  • 18. Quem clica os seus males multiplica.
  • 19. Quem com vírus infecta, com vírus será infectado.
  • 20. Quem envia o que quer, recebe o que não quer.
  • 21. Quem não tem banda larga, caça com modem.
  • 22. Quem nunca errou, que clique na primeira tecla.
  • 23. Quem semeia e-mails, colhe spams.
  • 24. Quem tem dedo vai a Roma.com.
  • 25. Um é pouco, dois é bom, três é chat ou lista virtual.
  • 26. Vão-se os ficheiros, ficam os back-ups.
  • 27. Diz-me que computador tens e dir-te-ei quem és.
  • 28. Há dois tipos de pessoas na informática. Os que perderam o HD e os que ainda vão perder...
  • 29. Uma impressora disse para outra: Essa folha é tua ou é impressão minha.
  • 30. Aluno de informática não copia, faz backup.
  • 31. O problema do computador é o USB (Utilizador Super Burro).
  • 32. Na informática nada se perde, nada se cria. Tudo se copia... e depois se cola.

domingo, 1 de novembro de 2009

Criatividade e Domínio das Tecnologias na Sala de Aula

Criatividade e domínio das tecnologias fazem acontecer a aula de Matthew Weathers , um professor que mora próximo de Los Angeles. Ele combinou edição e mixe de vídeo com acção ao vivo [live action], num experiência que foi a sua "travessura" do Halloween, de 2009. A "travessura" foi apresentada durante a aula "Nature of Math". Matthew é professor assistente do Departamento de Matemática e Ciência da Computação da Biola University.

Partilho, em noite de Halloween, esta "tavessura" que se transformou numa "verdadeira doçura" mas que nos deve fazer reflectir e tem tudo a ver com criatividade, competências digitais e educação; podem ver no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=XKviYiZhtZY&feature=player_embedded#

Ricardo Vidigal da Silva

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Colabore no Plano de Acticvidades da APDSI 2010

A Direcção da APDSI gostaria de contar com as vossas sugestões para elaborar o Plano de Actividades 2010.
Deste modo, aceitam-se sugestões de temas que considerem relevantes para a Sociedade da Informação, e que sejam pertinentes para ser abordados pela APDSI no próximo ano.

domingo, 18 de outubro de 2009

50º aniversário da instalação do 1º Computador Electrónico em Portugal

O Telejornal de hoje da RTP 1 mereceu honras pelo seu quinquagésimo aniversário.
Também há cinquenta anos, em dia que não consigo precisar, foi instalado em Portugal o primeiro computador electrónico; oito anos após a primeira comercialização de um computador electrónico no mundo.
O computador STANTEC ZEBRA foi instalado na Secção de Estruturas do LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil - e permitia resolver sistemas de 40 equações a 40 incógnitas, ao contrário dos anteriores calculadores electro-mecânicos que resolviam apenas sistemas de 7 equações a 7 incógnitas.
Aquele computador foi substituído por um Elliot 803-B.
Depois de um trajecto de mobilidade que incluiu o Norte de Portugal o Elliot 803-B foi visto no ano de 2005 numa exposição temporária na Associação Industrial do Minho em Braga.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Interopera... quê?

Ao ler hoje um artigo da Computerworld fiquei uma dúvida. Que é a seguinte. Fala-se de interoperacionalidade, num contexto laboral, em que se deixou de trabalhar de forma isolada, em que a Web e as redes de área local, são a base de novas formas de trabalho.

É fundamental que os sistemas de diferentes fabricantes possam colaborar entre si e que as TI e os processos de negócio sejam capazes de trocar dados e de facilitar a partilha de informação e de conhecimento. Estaremos perante um novo standard, ou seja, tecnologias centradas em processos de interoperacionalidade?

Por outro lado, a interoperabilidade sendo a capacidade de um sistema (informatizado ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não), terá a mesma lógica de processos e serviços?

Talvez seja importante para que um sistema seja considerado interoperável que ele trabalhe com padrões abertos, seja através de um portal, um sistema educativo ou uma plataforma electrónica para pagamento de impostos. Estamos a falar das mesmas coisas?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Reconhecimento da APDSI como ONGD

O Ministérios dos Negócios Estrangeiros, através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), decidiu atribuir o reconhecimento de ONGD - Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, à APDSI http://lc4.in/1RE

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Apresentação do 3º grupo de Reflexão no Fórum da Arrábida

O Fórum da Arrábida de 2009 teve como tema Repensar o futuro da Sociedade da Informação.

O encontro muito rico, contou com três intervenções de grande qualidade que serviram de ponto de partida para os grupos de reflexão. Nesse contexto, os Grupos de Reflexão, com actividade paralela, e no seio dos quais foram debatidos os temas alvo do Fórum deste ano.

Cada Grupo de Reflexão produzirá um conjunto de conclusões que traduzem sobretudo as perspectivas e recomendações do grupo sobre a actualidade e sobre o futuro.

Os resultados preliminares do Grupo de Reflexão Competência na Sociedade da Informação para Superar a Crise, Coordenado pelo Prof. Doutor Luís Borges Gouveia são apresentados:


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

UE detecta irregularidades em websites ligados à venda de produtos electrónicos

Websites ligados à venda de produtos electrónicos apresentam irregularidades de acordo com investigação divulgada pela Comissária responsável pela Defesa do Consumidor, Meglena Kuneva.Quem se interesse pelo tema pode encontrar mais informação neste link:
http://ec.europa.eu/consumers/enforcement/sweep/electronic_goods/index_en.htm%20

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Hoje o Asterix faz 50 anos!

Porque hoje se comemora em todo o mundo os 50 anos de Asterix, aqui fica o exemplo da forma magistral como foi tratada a Burocracia

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Informação e sobrevivência

As espécies têm sobrevivido ao longo dos tempos pelo recurso à informação criando objectos que memorizam factos, acontecimentos e fluxos de que se apercebem no meio ambiente onde estão inseridas.
Na fotografia são visíveis colónias de bactérias na Gruta do Carvão na ilha de S. Miguel - Açores.
A erupção vulcânica que deu origem a esta gruta deve ter ocorrido num intervalo de doze mil a cinco mil anos na época do Holoceno (que é a actual), no período quaternário.
Escorrida a lava para o oceano, arrefecida a parede do tubo, seres unicelulares depositaram-se, ou foram depositados, em época indeterminada, nas paredes da gruta.
Se a organização é constituída por uma unidade elementar, envolvida por um determinado meio ambiente, a execução das funções criação da informação e memorização da informação é suficiente para a sua sobrevivência.
No entanto, se a organização é constituída, no mínimo, por duas unidades elementares cada uma delas tenderá a especializar-se e a sua capacidade de sobrevivência decorre da simbiose resultante. Para que esta exista é necessário que comuniquem entre si utilizando o mesmo código convencionado e poderão formar-se colónias como evidenciado na fotografia, "batida" em 16 de Abril de 2009 na Gruta do Carvão.
No entanto, se cada uma das unidades elementares utilizar um código de comunicação convencionado diferente a sobrevivência não será possível e a colónia morrerá.
Algumas espécies, nomeadamente a humana, tiveram necessidade de criar uma função para tratamento da informação que lhes permite transformar objectos formatados, noutros objectos formatados adequados à cultura de quem deles se vai servir de modo a superar a diferença dos códigos convencionados.
A existência de "outros" objectos formatados criou a necessidade de os transportar no espaço transmitindo o seu conteúdo a outros indivíduos.
Assim, a capacidade de sobrevivência da espécie aumentou e criaram-se unidades complexas que evoluíram até aquela que actualmente se denomina Sociedade.
A capacidade para a construção de artefactos adequados à execução da criação da informação, da sua memorização, tratamento e transmissão parece ser quase exclusiva da espécie humana.
A existência de informação e o aperfeiçoamento dos artefactos utilizados pela espécie humana conduziram à planetarização da Sociedade, sob a denominação de Sociedade da Informação.
Ou a Sociedade da Informação não passou de uma falha de tradução do título - L'informatisation de la Sociétè - do relatório elaborado a pedido do então Presidente da República Francesa Valéry Giscard d'Estaing em 20 de Dezembro de 1976 e dirigido ao Sr. Simon Nora - Inspector Geral de Finanças do Governo de França ?
O relatório, que teve como co-signatário o Sr. Alain Minc, foi entregue ao senhor Presidente da República em Paris a 20 de Janeiro de 1978.

Balcões, Lojas e Portais...

O Programa do PS para o Governo 2009 – 2010 destaca quatro balcões únicos orientados a serviços integrados em torno de eventos de vida dos cidadãos e das empresas, no âmbito das Lojas do Cidadão e da Empresa de Segunda Geração e prosseguindo uma estratégia de multi-canal (Web, call center e presencial):

  • Balcão futuro
    gabinetes de apoio ao emprego e ao emprendedorismo nas institui­ções do ensino superior e nas escolas profissionais para orientar e apoiar a entrada dos jovens na vida activa
  • Balcão do Empreendedor
    para prestar apoio qualificado na ob­tenção das licenças e autorizações necessários para iniciar actividade, no acesso ao financiamento, na revitalização de instalações, na propriedade industrial ou na internacionalização
  • Balcão Jovem
    nos jardins-de-infância e nas escolas, para poder tratar de apoios sociais ou pedir o Cartão de Cidadão dos filhos
  • Balcão Sénior
    em equipamentos sociais para idosos, com serviços de saúde e da segurança social
Estes Balcões espalham-se por três tipos de Lojas: Lojas do Cidadão (incluindo Lojas do Cidadão em movimento), Lojas de Empresa e Lojas da Exportação

Prosseguem os Portais na Web, com especial destaque para o Portal do Cidadão 2.0, o Portal da Empresa 2.0, o Portal da Cultura, o Portal da Segurança Social (integrado na Segurança Social Triplo Canal), o Portal da Justiça e o Portal do Governo. Já não se fala no Portal das Finanças, mas de certo que continuará a ser a jóia da coroa do e-Government português.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

e-Government - Promessas para 2009 - 2013

Do Programa do PS e da apresentação no Debate com os Partidos Políticos organizado pela APDSI, destacamos os seguintes compromissos para a Legislatura 2009 - 2010 na área do e-Government:
  • Portal do Cidadão 2.0
    Um só lugar para todos os serviços públicos. Permitir ao cidadão criar uma área personalizada para que o avisem do concurso de que estava à espera, do dia da consulta, da data em que expira a sua carta de condução, etc
  • Portal da Empresa 2.0
    Vida da empresa online: criar uma só porta de entrada para todos os serviços públicos on‑line, incluindo os municipais, com serviços à medida e uma área personalizada, onde o empresário possa ser avisado que abriu um novo concurso para projectos de inovação ou que está na hora de enviar a IES
  • Simuladores on-line
    dos procedimentos administrativos, que permitam conhecer os prazos de decisão, o valor das taxas e todo o percurso dos procedimentos
  • Licenciamento zero
    Projecto-piloto, da eliminação de licenças, autorizações, vistorias e condicionamentos prévios para actividades específicas em áreas a seleccionar, substituindo-os por acções sistemáticas de fiscalização a posteriori e mecanismos de responsabilização efectiva dos promotores
  • Balcões e-agenda
    de utilização assistida nos centros de saúde e serviços de proximidade, para marcação de consulta e apoio na utilização de outros serviços
  • Menos CO2
    “Comunicar sem Papel” na Administração Pública
  • Cartão de Cidadão
    Potenciar a utilização do Cartão de Cidadão nos serviços on-line (ex: compra e venda de automóvel, saber quanto tempo vai demorar o meu processo judicial, etc)
  • Dados.gov
    Informação pública produzida pela AP e disponibilizada de forma facilmente utilizável por cidadãos, empresas, etc
  • Consulta Pública 2.0
    Plataforma agregadora de consultas e discussões públicas, para incentivar participação e co-participação
  • Voto Electrónico
    Voto antecipado e voto em mobilidade, explorando as potencialidades das TI

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Inovação e Aprendizagem há; o que falta?

O primeiro computador electrónico foi comercializado nos USA em 1950 sendo um UNIVAC adquirido pelo United States Census Bureau.
Foi uma inovação informática baseada em "conhecenças" mecanográficas provenientes da execução do censo de 1890.
A inovação informática em Portugal iniciou-se em 1959 com a aquisição pelo LNEC de um Stantec Zebra na sequência de um passado mecanográfico e electromecânico.
Esta inovação foi seguida pela de aquisição de um IBM 650 pela HICA - Hidro eléctrica do Cávado em 1960.
Portugal nunca foi, nem é um país atrazado nestas coisas da inovação.
E a Internet também terá sido uma inovação tardia em Portugal? ... esqueceram-se do PUUG.
Embora existisse desde 1964 uma Associação Portuguesa de Mecânografia a qual, a par dos fabricantes - nomeadamene a IBM -, oferecia formação aos seus associados, só em 1974, na sequência da "transição" da APM para a API - Associação Portuguesa de Informática - se pode enuciar oficialmente a aprendizagem informática.
No ano seguinte - 1975 - inicia-se o "diferendo" entre a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade do Minho sobre a paternidade do 1º curso universitário de Informática.
Para a "construção de sistema" parece existir neste domínio inovação e aprendizagem; faltarão a antecipção e o planeamento?
Ou existe uma atitude congénita de "esquecimento" e "destruição de memórias" que muito se acentuou a partir de 1933 e que se revela periodicamente cada vez que se executa uma "mudança"?
Algumas tentativas de recordar e demonstrar têm duração efémera e sobrevivem por "caridade"; ver uma memória virtual.

domingo, 4 de outubro de 2009

Mais umas achegas para a História das TIC na AP

Na sequência da História apresentada pelo Fernandes de Almeida, aqui fica uma História que ajudei a compilar, ver aqui.

Não esquecer o passado para não reinventar o futuro

Umas notas para lembrar e tentar evitar reinvenções.

Era uma vez ...

"Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir."
(
Lucius Annaeus Seneca; Corduba, 4 a.C. — Roma, 65 d.C.)

e o Alentejo ainda não existia ...

in -PORTUGAL O PIONEIRO DA GLOBALIZAÇÃO - Jorge Nascimento Rodrigues e Tessaleno Devezas edição 2009, ISBN 978-989-615-077-8.

Ir para o mar significa saber navegar. Mais ainda significa "navegação por conhecenças", como os próprios navegadores da época diziam, recordou uma vez, Agostinho da Silva. Ou seja, implica um conhecimento adquirido através de um longo e penoso processo de aprendizagem.
[...]
Trata-se de um curto capítulo da História de Portugal, envolvendo coragem convicções fortes, teimosia ou mesmo obsessão, competência para o planeamento, nomeadamente logístico, à mistura com características bem 'portuguesas' , como a improvisação organizacional, a atracção pelo desconhecido, o gosto pelo experimentalismo, ou o incrementalismo pragmático.
[...]
Mas, para aproveitar uma dada janela de oportunidade, é necessário desenvolver um conjunto de componentes que permitam a sua exploração plena - o desenvolvimento deste conjunto de componentes constitui aquilo que, na ciência, é conhecido como "construção de sistema".
[...]


E a propósito ...

Publicado na Revista inter.face nº 62 - Edição 12 - Administração Pública -pags. 100 – 101, Maio 2002 – Especial 2º Aniversário.


"A Reforma do Estado - Qual o papel das Tecnologias da Informação?"

Numa perspectiva histórica a “reforma da administração da coisa pública” inicia-se no século XIX na Península Ibérica após a revolução Francesa com o Liberalismo. A descentralização dos processos, até ali da responsabilidade das Paróquias, passa para os Concelhos.
Uma primeira “reengenharia de processos” é operada aquando da implantação da República em Portugal em Outubro de 1910. A descentralização passa do Concelho para o Distrito e é criada uma centralização a nível do “Terreiro do Paço”.
A total centralização da administração da “coisa pública” constrói-se a partir de 1933 até ao 25 de Abril de 1974. Uma proposta de Reforma Administrativa feita por Marcelo Caetano, ainda sob a égide de Oliveira Salazar, parece reflectir uma certa vontade de mudança. Contudo, nada sucedeu.
A revolução do 25 de Abril estende-se à Organização Administrativa. Pela primeira vez, é induzida a utilização de computadores através da criação de uma Direcção Geral da Organização Administrativa – DGOA – que passa a funcionar no Palácio da Ajuda em Lisboa. Isto não quer dizer que os computadores não fossem já anteriormente usados, nomeadamente no processamento de vencimentos do Exército – desde 1963 –, na Direcção Geral das Contribuições e Impostos, no Instituto de Informática do Ministério das Finanças, no Instituto Nacional de Estatística, em algumas Federações de Municípios e ainda em algumas Câmaras Municipais.
Em 1980, um governo de curtíssima duração – de que foi Primeiro Ministro Pinto Balsemão – cria um Ministério da Reforma Administrativa, que é sucessivamente “despromovido” a Secretaria de Estado, a um Secretariado, acabando finalmente por desaparecer …
Recentemente começaram a ser publicados na imprensa textos, utilizando o neologismo “e-government” – Governo electrónico – que parecem corresponder a um novo conceito de Adminstração Pública. Este neologismo tem origem nos USA após a realização do relatório Al Gore. Nesse relatório constata-se não só a inoperacionalidade de alguns processos manuais tornados obsoletos, como também o não ajustamento à realidade de outros que recorrem às modernas técnicas de Informação e Comunicação – TIC.
A utilização das TIC na Administração Pública em Portugal tem sido realizada sectorialmente nomeadamente nas Direcções Regionais de Segurança Social, em alguns Hospitais, nos organismos do Ministério das Finanças, nas Forças Armadas, no Ministério da Educação e ignorada, até há pouco tempo, pelos Tribunais, Registos e Notariado, Assembleia da Republica e outros.
Um estudo recente realizado pelo DSI da Universidade do Minho, procurando avaliar o grau de utilização das TIC pelas autarquias, conduziu à conclusão que aquele se reduz quando se “caminha” do litoral para o interior do país. Também muito recentemente, com o envolvimento profundo do DSI da Universidade do Minho, foi criado um Laboratório de Observação para a utilização das TIC na Administração Pública.
Desde 1974-1975 que se “discute” a centralização/descentralização da utilização das TIC na Administração Pública. A DGOA chegou a defender e a pretender implantar um Plano Nacional de Informática, de acordo com as tendências que, na época, se verificavam na Europa, nomeadamente em França.
A discussão continua bem como a implantação sectorial das TIC conduzindo, por vezes, não só à incomunicabilidade da informação como à duplicação de esforços.
O Livro Verde para a Sociedade da Informação contém várias recomendações e propostas para a anulação dos inconvenientes gerados pelos actuais processos sectoriais, mas duvido que estejam a ser consideradas.
Aquando da apresentação do Livro Verde para a Sociedade da Informação na Torre do Tombo em 16 de Abril de 1997 apresentei à consideração dos participantes o facto de ser necessário fazer conviver durante um período de tempo, mais ou menos longo, o actual e um futuro sistema que implique a utilização generalizada das TIC.
Os custos deste procedimento serão elevados conduzindo, eventualmente, à quase duplicação do quadro de pessoal afecto à Administração Pública.
O desenvolvimento sectorial terá, eventualmente custos menores, apresentará resultados (sectoriais) num menor intervalo de tempo, mas apresentará os inconvenientes já referidos: incomunicabilidade da informação e duplicação de esforços.
O uso das TIC na Administração Pública depende, fundamentalmente, de uma vontade estratégica política de longo prazo e a sua implantação necessitará do empenhamento de equipas multidisciplinares coordenadas de modo eficiente. Após implantação a “manutenção” dos Sistemas exigirá ainda um esforço constante de modernização e optimização dos processos.

Braga, 26 de Abril de 2002
José Maria Fernandes de Almeida
DSI – U. Minho

URI: http://hdl.handle.net/1822/342

sábado, 3 de outubro de 2009

Modelos de Gestão do Desempenho

Como podem os prestadores de cuidados de saúde criar estratégias mais eficazes e melhorar o seu desempenho? O ponto de partida para a estratégia é definir objectivos correctos (Michael Porter et al. Redefining Health Care – Creating Value-Based Competition on Results).

Para cada prestador de cuidados de saúde (público ou privado), o objectivo principal deve ser a excelência em termos de valor e criar uma relação de nível superior com o doente.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Audio-Conferência "O Futuro da Sociedade da Informação em Portugal"

Audio-conferência da responsabilidade da APDSI e do INA, realizada no dia 15 de Setembro de 2009 entre as 14:00 e as 15:30h, com 35 participantes de várias regiões de Portugal, mas também do Brasil e de Moçambique


Gravação da audio-conferência 1h e 27m:




Slides de apoio:

Estaremos à beira de uma nova "Reinvenção da Roda"?


No debate com os Partidos Políticos organizado pela APDSI, que teve lugar no passado dia 15, verificou-se mais uma vez a tentação para uma apropriação partidária (Politics) do que deveria ser um desígnio nacional (Policy) para mobilizar a transformação do Estado, a inclusão social, o desenvolvimento económico, a melhoria das competências, etc.
A apropriação partidária de algo que deveria ser consensual acarreta descontinuidades e reinvenções da roda em cada legislatura que passa.
O PSD entendeu no debate que a Sociedade da Informação começou verdadeiramente em 2002 com a criação da UMIC e o PS considera a importância do Plano Tecnológico na agenda política do Governo.
Quem como eu já está na administração pública há 38 anos e vai para o 25º Governo, tem necessidade de lembrar que o Livro Verde para a Sociedade da Informação foi aprovado pelo Governo e pela Assembleia da República em 1997, que o Infocid enquanto iniciativa pioneira de e-Government, faz este ano o 20º aniversário e que o Bilhete de Identidade foi informatizado em 1971 e o início da mecanografia nos impostos e no orçamento foi em meados dos anos 50.
Não é preciso apenas ter memória, é necessário garantir a continuidade de um processo de transformação que se iniciou há mais de 50 anos e em que os portugueses souberam estar sempre na primeira linha.
Ainda existem muitas corridas de fundo a salvaguardar, como o Cadastro Geográfico multi-funcional, a integração de processos “end to end” entre os vários ministérios e entre os vários níveis de governação, a criação de uma arquitectura organizacional, semântica e tecnológica que permita a desmaterialização e aceleração de processos para uma verdadeira administração em tempo real, as representações únicas de pessoas, empresas, veículos e território do nosso país, etc.
Estes desafios devem ser continuados e geridos para além do tempo de cada Legislatura e para além do espaço de cada departamento, ministério ou nível de governação.
Vamos ver o que acontece a partir do dia 27

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Debate com os Partidos Políticos sobre a Estratégia para a Sociedade da Informação

Já foram publicados e pode ver aqui todos os vídeos relativos às intervenções dos quatro partidos no Debate com os Partidos Políticos sobre a Estratégia para a Sociedade da Informação, realizado no passado dia 15 de Setembro na Reitoria da UNL:

Os Verdes - 4 minutos
PCP - 15 minutos
PSD - 18 minutos
PS - 18 minutos
Debate - 1ª parte - 34 minutos
Debate - 2ª parte - 45 minutos

Debate com os Partidos Políticos sobre a Estratégia para a Sociedade da Informação

Dia 15 de Setembro na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa

Intervenção do dr João Tiago da Silveira em representação do PS


Intervenção do dr Pedro Duarte em representação do PSD

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Para quando um CIO do Estado?

Há mais de três anos que venho lançando o debate em torno do papel do CIO (Chief Information Officer) no Estado.
Trata-se de um papel verdadeiramente paradoxal, uma vez que, ao mesmo tempo que deverá ser capaz de participar e influenciar as estruturas políticas em cada momento, terá de ser capaz de ultrapassar as barreiras do tempo (sobreviver às mudanças de Legislatura) e ultrapassar as barreiras do espaço, ou seja da tutela em que se encontra integrado, mantendo uma visão holística do sistema de informação do Estado.
As funções de governação (Governance) dos SI/TI não são iguais em todas as organizações, pois dependem da fase de maturidade em que se encontram os gestores dos recursos informacionais e das tecnologias que lhe dão suporte, as quais tanto podem ser asseguradas por solucionadores reactivos de problemas centrados nas tecnologias, do tipo CTO, como por autênticos CIO que são capazes de agir proactivamente e influenciar a transformação do negócio através da utilização adequada dos SI/TI, de forma co-optada com os seus pares nos níveis mais elevados da gestão e da governação.Os CIO podem percorrer cinco estágios de maturidade ou de credibilidade segundo o grau de confiança e aceitação que as respectivas estruturas e funções merecem perante os mais altos níveis de governação. A gestão dos SI/TI inicia-se quase sempre em fases segregadas de incerteza e cepticismo, aspirando a conquistar progressivamente fases mais maduras de aceitação e confiança, para finalmente atingir o respeito por parte de todos os seus pares e em particular por parte da direcção de topo, que, no caso das administrações públicas, é o próprio Governo.Associadas a cada um destes estágios, podemos encontrar percepções e formas de gestão diferenciadas, progressivamente mais comprometidas com a organização como um todo.
Há medida que se vai progredindo na maturidade da gestão dos SI/TI estes passam a ser capazes de acrescentar cada vez mais valor ao negócio e em contrapartida merecer a aceitação e o reconhecimento de todos os parceiros envolvidos.
Por tudo isto, precisamos de um CIO do Estado que seja capaz de exercer funções de soberania, com força, credibilidade e independência suficientes, para ultrapassar as barreiras Legislativas (Tempo) e as barreiras ministeriais (Espaço).
De acordo com a legislação vigente e os princípios do PRACE, a estrutura executiva de suporte deverá ser uma Direcção Geral (Administração Directa do Estado) com as mesmas características de força, credibilidade e independência do CIO e não uma agência, empresa ou qualquer outra entidade da Administração Indirecta do Estado.

domingo, 20 de setembro de 2009

Pensar a Sociedade da Informação

Perspectivar o futuro é uma actividade normal da natureza humana. Em áreas com uma evolução muito rápida é uma necessidade.
A temática da sociedade da informação e do conhecimento está precisamente nesta última categoria.
As implicações no quotidiano dos cidadãos, na organização da sociedade, nos comportamentos colectivos, na forma de gerir os negócios, na comunicação social, na educação, na saúde, na cultura e no entretenimento, para referir apenas algumas das áreas em que as suas repercussões se fazem sentir, são muito importantes.
Pensar o futuro é deste modo uma actividade imprescindível para todos aqueles que desejam intervir no desenvolvimento deste processo, que se encontra em curso na sociedade, em que a informação e o conhecimento ganham um papel progressivamente mais importante na criação de riqueza e na melhoria da qualidade de vida.
Os efeitos fazem-se sentir no campo social e no domínio da organização política. As transformações tecnológicas são o gatilho que faz detonar essas alterações, nem sempre de forma imediata. É habitual existir um período mais ou menos longo de assimilação da tecnologia e de exploração das suas potencialidades.
No domínio do social e dos diferentes modelos sociais, é relevante debaterem-se questões como:
Que novas estratificações sociais são expectáveis? Como actuarão no futuro?
O que pensam os cidadãos sobre o que lhes é importante para o futuro, que valores estão em causa, necessidades pessoais e motivações individuais?
Que tipo de evolução terão as instituições existentes? Que tipo de novas instituições se espera possam vir a existir?
Sobre a economia da sociedade da informação devem levantar-se questões da seguinte natureza:
Que modelos económicos poderão estar subjacentes ao desenvolvimento da SI?
Como é que o mercado se apresentará no futuro? Como evoluirá a sua estrutura, que propriedades e dinâmica apresentarão?
Que tipos de novas empresas aparecerão no futuro? Que tipos de modelos de negócios irão desenvolver-se?
Quais são e onde emanam as forças dominantes do mercado no futuro?
No que se refere aos modelos políticos para o desenvolvimento da Sociedade da Informação debatem-se tópicos como os que se seguem:
Que modelos ou políticas poderão identificar-se para a construção da Sociedade de Informação?
Como se desenvolverá o conceito de democracia à luz duma sociedade que tenha por base a informação e o conhecimento? Qual o efeito nas campanhas eleitorais?
Como reagirão as instituições de índole global, governos nacionais e organizações locais?
Como notarão, há neste conjunto de interrogações matéria relevante, para excluir o alheamento e promover o ‘Pensar o Futuro’.